(Criou página com 'Helena Wladimirna Antipoff, nascida na Rússia, na cidade de Grodno, em 25 de março de 1892, psicóloga e educadora russa, foi convidada a vir para o Brasil pelo estado de Mi...') Etiqueta: editor de código 2017 |
(Sem diferença)
|
Edição das 18h08min de 10 de maio de 2021
Helena Wladimirna Antipoff, nascida na Rússia, na cidade de Grodno, em 25 de março de 1892, psicóloga e educadora russa, foi convidada a vir para o Brasil pelo estado de Minas Gerais, sendo conhecida como a “mineira universal” por Drummond (1974). Dedicou-se às crianças que tinham deficiências hereditárias ou biológicas e crianças que não faziam parte da elite, fundando a Sociedade Pestalozzi, em 1932, que atualmente no Brasil possui cerca de 221 afiliadas, acolhendo 135 mil pessoas, fundou também a Fazendo do Rosário, em 1940, que tinha como objetivo a interação da escola com a comunidade rural. Morreu em Belo Horizonte, 9 de agosto de 1974.
Biografia
Helena Antipoff, nasceu na Rússia, mais precisamente em Grodno, no ano de 1892, filha de Wladimir Vassilevitch Antipoff, capitão do Exército, formado pela Academia do Estado-Maior de São Petersburgo, e de Sofia Constantinovna. No ano de 1909, Helena e sua família se mudaram para Paris e em 1911 estava matriculada na Sorbonne no curso de Medicina, o interesse pela Psicologia surgiu quando passou a assistir às aulas de Pierre Janet e Henri Bergson.
Começou a estagiar no Laboratório de Psicologia da Universidade de Paris, participando de padronização de testes de nível mental em crianças, obteve seu diploma de psicóloga, em 1914, no o Institut des Sciences de l’Education Jean-Jacques Rousseau, se especializando em Psicologia de Educação. Ela fez parte de uma escola experimental que se chamava Maison des Petits, na qual eram testados métodos educativos, como a Escola Ativa, a proposta era que o educando deixasse de ser objeto e passasse a ser o sujeito ativo no processo.
Precisou voltar para a Rússia pois o seu pai havia ficado, se feriu na guerra, durante esse período ela trabalhou em estações médico-pedagógicas, atuando como psicóloga-observadora, nos anos de 1916 até 1924. Nesse meio tempo colaborou com o Laboratório de Psicologia Experimental de Petersburgo.
Helena fez uma pesquisa sobre “O nível mental das crianças russas nas escolas infantis”, que teve como objetivo observar a influência da guerra e da revolução no desenvolvimento mental das crianças, os resultados não foram muito diferentes de crianças francesas, algumas vezes até superior, mas a diferença que ela notou foi entre os filhos de operários e famílias abastadas, o que a fez pensar se não existiam fatores hereditários, pois o ensino era o mesmo. Deixou as autoridades revolucionárias inquietas pois com o estudo que pretende demonstrar a superioridade intelectual da classe dirigente sobre a operária. No ano de 1919 ela teve um filho chamado Daniel e em 1924, Viktor Tretzky, marido de Helena que era jornalista e escritor russo, ele estava sendo perseguido por manifestações contra o regime comunista.
Em 1924, a família de Helena, perdeu sua cidadania russa e então foram para Berlim, mas em 1925 se separou de seu marido e foi para Genebra, onde trabalhou no Laboratório de Psicologia da Universidade de Genebra, como professora de Psicologia da Criança na Escola de Ciências da Educação, com Édouard Claparède, sendo sua assistente, nesse período ela recebeu o convite de lecionar na Escola de Aperfeiçoamento de Professores de Minas Gerais.
Chegou no Brasil no dia 06 de agosto de 1929. Foi recebida pelos psicólogos Lourenço Filho e Noemy Silveira, que levou Helena para conhecer a Escola Normal Modelo, a formação dos novos educadores na Escola de Aperfeiçoamento visava o ensino de novos métodos educativos inspirados na Psicologia.
A escola tinha como foco a graduação de docentes normalistas ela assumiu as disciplinas de Psicologia Experimental e Psicologia da Criança, o objetivo dela era que os alunos da escola primária fizessem provas psicológicas, tentando organizar o espaço escolar. Nessa epóca o governo tinha o foco de homogeneizar a sala de aula, esse pensamento estava dominando no século XX, eram feitos por testes psicométricos e psicologia das diferenças individuais, eram desconsiderados a existencia de fatores sócio-culturais e institucionais que pudessem contribuir para os resultados verificados e favorecendo a discriminação dos estudantes com menores escores nas testagens. Ela introduziu o termo excepcional em vez do termo retardado, nas crianças que se afastavam da normalidade, que eram individuos portadores de quaisquer defiencias heriditarias ou biologicas e crianças que não faziam parte da elite. Ao se deparar com esse sistema educacional tão excludente, ela passa a se dedicar ainda mais às crianças que eram recusadas pelo sistema e criou uma instituição nomeada como Sociedade Pestalozzi, que tinha o objetivo de acolhê-las.
Pestalozzi
A Sociedade Pestalozzi de Belo Horizonte foi fundada no ano de 1932, se tornando futuramente Instituto Pestalozzi de Minas Gerais, e logo transformado em instituição pública do governo do Estado de Minas Gerais, era composta por médicos, educadores e religiosos, com a presidência de Helena Antipoff, com o objetivo de cuidar das crianças excepcionais e ajudar as professoras de classes especiais. Chamava a atenção das autoridades com relação às péssimas condições de vida de crianças pobres e abandonadas. A Sociedade atuava em diversas áreas relacionadas à exclusão social, envolvendo miséria e abandono, deficiências mentais, proteger os direitos das crianças em risco social.
A Fazenda do Rosário
A Fazenda do Rosário foi inaugurada em 1940, no município de Ibirité, em Minas Gerais, nesta fazenda Helena pode desenvolver muitas pesquisas e intervenções, nas áreas de educação especial, educação rural, superdotação e criatividade. O principal objetivo era integrar a escola à mais próxima comunidade rural e levando os benefícios civilizatórios da escola.
Mais tarde se tornando o Complexo Educacional do Rosário composta por várias instituições educativas: Escolas Reunidas Dom Silvério (para o ensino primário); Clube Agrícola João Pinheiro (ensino e experimentação de técnicas agrícolas); Ginásio Normal Oficial Rural Sandoval Azevedo (com internato para moças); Ginásio Normal Oficial Rural Caio Martins (com internato para rapazes); Instituto Superior de Educação Rural (Iser), com cursos de treinamento para professores rurais, incluindo a prática no cultivo de lavouras, hortas, pomares, na criação de animais, e cursos de economia doméstica.
Final de sua vida
No final de sua vida Helena ainda se preocupava com a educação para todos, ainda como decorrência da experiência do Rosário, Antipoff desenvolveu uma preocupação especial para com a descoberta de talentos e a educação dos bem-dotados. Ela se preocupou em criar uma instituição que tinha como principal objetivo incentivar o talento e a criatividade, em 1972 essa fundação se tornou real. Pouco tempo depois ela veio a falecer em Belo Horizonte, em 9 de agosto de 1974.
Cronologia Biográfica
1892 - Nasce em 25 de março de 1892, Helena Antipoff.
1911 - Matriculou-se no curso de medicina.
1914 - trocou de curso para psicologia e fez uma especialização em Psicologia de Educação.
1916 - Trabalhou em um abrigo para crianças em São Petersburgo.
1925 - Se torna professora de psicologia no Instituto Jean-Jacques Rousseau e assistente de Claparède no Laboratório de Psicologia da Universidade de Genebra.
1929 - Recebe um convite do governo de Minas Gerais e vai para o Brasil.
1932 - Fundou a Sociedade Pestalozzi.
1934 - A Sociedade Pestalozzi criou o Instituto Pestalozzi.
1940 - Inauguração da Fazenda do Rosário.
1974 - Morreu em 9 de agosto de 1974.
Prêmios
Helena Antipoff, psicóloga e educadora, que fundou a Sociedade da Pestalozzi e Fazenda do Rosário, sendo pioneira na educação especial no Brasil, foi então homenageada por várias instituições como:
- Instituto Helena Antipoff, no Rio de Janeiro - RJ.
- Escola Municipal Helena Antipoff, em Niterói - RJ.
- Escola Municipal Professora Helena Antipoff, em Juiz de Fora - MG.
- Fundação Helena Antipoff, em Ibirité - MG
Referências
CAMPOS, Regina Helena de Freitas. Helena Antipoff: razão e sensibilidade na psicologia e na educação. Vol. 17. São Paulo: Estudos Avançados 17, 2003. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/ea/v17n49/18405.pdf>. Acesso em 14 abr. 2021.
CAMPOS, Regina Helena de Freitas. Helena Antipoff. – Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangana, 2010. 152 p.: il. – (Coleção Educadores).
DIAS, Maria Helena Pereira. Helena Antipoff: Pensamento e Ação Pedagógica à Luz de uma Reflexão Crítica. Campinas, 1995. 119f. Tese (Mestrado em Educação) - Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 1995.
MARTINS, Alberto Mesaque Martins; AUGUSTO, Rosely Carlos; ANTUNES-ROCHA, Maria Isabel. Psicologia e educação rural na obra de Helena Antipoff: um olhar sobre o passado. Belo Horizonte: Memorandum 21, 2011. Disponível em: <https://www.fafich.ufmg.br//memorandum/wp-content/uploads/2012/03/martinsaugustoantunesrocha01.pdf>. Acesso em: 14 abr. 2021.
Autoria
Verbete criado inicialmente por Milena de Sousa Peres, como exigência parcial para a disciplina de Psicologia do Desenvolvimento Cognitivo da UFF de Rio das Ostras. Criado em 20201.1, publicado em 2021.1.