Lev Semionovich Vygotsky nasceu em Orsha (Bielorrússia) em 17 de novembro de 1896 e faleceu em Moscou (URSS) em 11 de junho de 1934, foi um psicólogo com enfoque de produção teórica na área que poderia ser definida como “teoria sócio-histórico-cultural do desenvolvimento das funções mentais superiores” [1](Ivan Ivic, 2010). Sua obra se caracteriza por uma transdisciplinaridade que atravessa áreas como a Pedagogia, Pedologia, Filosofia, Artes, Literatura, Antropologia, Linguagem, Neurologia, entre outros que se relacionam aos problemas da educação e desenvolvimento cognitivo.

Biografia

Lev Vygotsky nasceu em 17 de novembro do ano de 1896, na cidade de Orsha, uma pequena cidade da Bielorrússia que se localiza próxima a fronteira do país com a então Rússia Imperial, no seio de uma família de classe média de origem étnica judaica. Sua família era bem culta e consumidora de conteúdo de cunho intelectual, sendo isso um fator que pode proporcionar a Vygotsky um ambiente ampliador de horizontes. Seu pai, Semion Lvovitch (1869-1931), era chefe de departamento de um banco e representante de uma companhia de seguros, e sua mãe, Cecília Moiseevna (1874-1935), apesar de ser uma professora não em exercício, e de dedicar-se aos cuidados domésticos e familiares, se destacava por sua inteligência superior e por ser uma grande conhecedora de diversas línguas.

Em 1897, sua família aluga uma residência na cidade de Gomel, localizada próxima à fronteira com a Ucrânia, cidade a qual ele residiu por um longo período de sua vida junto a seus pais e seus sete irmãos, e onde foi tutorado por Solomon Ashpiz, um adepto do método socrático.

Permaneceu até os 15 anos de idade sendo educado dentro de casa por diversos tutores, e só veio a frequentar o ensino secundário (gymnasium) no ano de 1911. Em 1913, Vygotsky se formou no segundo grau com notas máximas, e no ano seguinte, 1914, ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade Imperial de Moscou. Entretanto, sem ao menos estudar um mês de medicina, ele decide transferir-se para o curso de Direito da mesma universidade e, pouco tempo depois, se matricula na Universidade Popular Chaniavski (Moscou), onde se dedica aos estudos das áreas de literatura, linguagem, filosofia, história e psicologia. Estudando então em duas universidades, em meio a um contexto de transformações sócio-políticas na sociedade russa(localizado entre as Revoluções de 1905 e de 1917), Vygotsky se dedicou aos estudos dessas complexidades territoriais, assim seu percurso acadêmico foi marcado por um transitar pela interdisciplinaridade.

Em 1915, enquanto passava suas férias em Gomel, Vygotski inicia a escrita da 1a versão de sua monografia, que é concluída em 1916 sob o título de “A Tragédia de Hamlet, Príncipe da Dinamarca”, trabalho esse que futuramente seria utilizado no desenvolvimento de sua obra Psicologia da Arte (publicado em 1925).

Após a revolução russa de 1917, mais especificamente a revolução socialista de outubro(novembro no calendário ocidental) liderada por Vladimir Ilitch Lenin, Vygotsky retornou para Gomel, na Bielorrúsia, com o diploma de advogado e, até conseguir um emprego permanente, deu aulas particulares, produziu críticas literárias, e inicia sua carreira científica no campo da psicologia.

A partir de 1918 sua vida passa por transformações e colapsos intensos, onde de início, nesse mesmo ano, ele e dois de seus irmãos tiveram suas primeiras crises de tuberculose (doença a qual viria a ser a causa de sua morte). Em 1919, além de sua cidade, Gomel, ser libertada da dominação alemã e passar a sofrer influência direta dos Sovietes, Vygotsky assume o cargo de diretor do subdepartamento teatral do Departamento de Gomel de Instrução do Povo, e posteriormente, assume o cargo de diretor do departamento artístico do Órgão Regional para a Instrução Política, ocupações essas duas dentre outras as quais ele se atém até o ano de 1924.

1924 é o ano em que, depois de se estabelecer como um cientista independente em Gomel, a carreira e vida pessoal de Vygotsky tomam um rumo de grande magnitude. Após participar do o 2o Congresso Russo de Psiconeurologia, em Leningrado (Onde apresenta 3 trabalhos que resumiam seus estudos experimentais: Os métodos reflexológicos e psicológicos do estudo; Como se deve lecionar Psicologia; e Resultados dos questionários sobre os ânimos dos alunos nas últimas séries das escolas de Gomel em 1923), Vygotsky muda-se para a capital da União Soviética depois de aceitar um convite para fazer parte do Instituto de Psicologia Experimental de Moscou, e passa a ocupar um pequeno quarto no subsolo deste instituto. Posteriormente, passou a trabalhar no Instituto de Estudos das Deficiências e no Narkompros, onde voltou seus estudos para esse mesmo público. Nesse ano ainda, Vygotsky se casa com Roza Smerrova, com quem ele tem duas filhas.

De 1924 até 1934, ano esse que veio a falecer por complicações causadas pela tuberculose, Vygotsky publicou mais de duzentas obras caracterizadas pelo estudo das funções psicológicas superiores e do desenvolvimento cognitivo humano pela ótica sócio-histórico-cultural, filogenético e ontogenético, se debruçando na metodologia dialética.

Contribuições

Suas contribuições no campo educacional serviram para remodelar a visão antiquada e primitiva de muitos profissionais atuantes nesta área no que tange o processo de aprendizagem do ser humano.
Responsável pela criação do conceito de mediação no processo educativo.
Um dos fundadores do Instituto de Estudo das Deficiências, localizado em Moscou.
Foi responsável pela criação de um laboratório de psicologia na escola de formação de professores localizada na cidade de Gomel ( Bielorrússia).
Fundou uma editora e uma revista literária (Verask) em Gomel.
Direcionou seus estudos para diversas áreas como: educação, pedologia e psicopatologia.
A maior parte do seu estudo e trabalho está relacionado a educação de indivíduos em contextos sociais e/ou econômicos precários.
Participou de debates importantes no Instituto de Psicologia, onde defendeu a criação de uma psicologia voltada para marxismo.
Elucida em suas obras a importância e a função que o profissional educacional possui no desenvolvimento intelectual da criança.

Teoria

A teoria de Lev Vygotsky, em sua totalidade, é marcada por uma grande transversalidade. Devido à influência de suas diferentes formações, completas e incompletas, e ao contexto de transformações sócio-políticas na sociedade, sua obra é marcada por características de diversas áreas. Assim, em seu objetivo de estudar o desenvolvimento cognitivo humano, Vygotsky aborda aspectos sociais, históricos e culturais da constituição do sujeito. Por esse fator, pode-se observar diferentes nomes dados à sua abordagem, como: sócio-histórica, histórico-cultural, sócio-interacionista.

O pressuposto central de sua obra era “caracterizar os aspectos tipicamente humanos do comportamento e elaborar hipóteses de como essas características se formaram ao longo da história humana e de como se desenvolvem durante a vida de um indivíduo” ( REGO, 1995 apud Vygotsky, 1984, p.21). Com isso, questões sobre como o ser humano se relaciona com o mundo, o papel do trabalho - de grande influência marxista - nessa relação e a análise do desenvolvimento da linguagem como fundamental nesse processo (REGO, 1995), são assuntos frequentes em seus trabalhos.

Vygotsky dedicou-se ao estudo das chamadas “funções psicológicas superiores”, isto é, aos processos psíquicos intencionais, conscientemente controlados e voluntários, processos tipicamente humanos como: “memória, atenção e lembrança voluntária, memorização ativa, imaginação, capacidade de planejar, estabelecer relações, ação intencional, desenvolvimento da vontade, elaboração conceitual, uso da linguagem, representação simbólica das ações propositadas, raciocínio dedutivo, pensamento abstrato” (JOENK, 2007, p.3). Tais funções mentais superiores não seriam apenas da ordem biológica, pois não são inatas ou reflexas,mas sim intencionais e aprendidas, ou seja, formadas junto com a cultura e a história do indivíduo.

Desse modo, seguindo o pensamento de Vygotsky, pode-se definir sua abordagem como uma Psicologia Genética, não entendendo genética no sentido estritamente biológico, mas como um processo de gênese dos processos psíquicos e sua evolução (REGO, 1995). Portanto, como uma abordagem alternativa, Vygotsky propõe uma nova psicologia. Tendo grande influência da teoria marxista, a nova psicologia proposta pelo pensador Russo visava compreender o homem enquanto ser biológico e social, agente transformador do mundo, sendo também transformado neste processo.

Apresentado o embasamento e o objetivo de sua teoria, é possível apontar alguns pontos principais onde Vygotsky desenvolveu sua concepção de homem. Desta forma, como introdução à obra deste autor, pode-se estabelecer cinco teses principais do desenvolvimento de seu trabalho: Relação indivíduo-sociedade; Origem cultural das funções psíquicas; Base biológica do funcionamento psicológico; Mediação da atividade humana; Conservação, pela análise psicológica, das características básicas dos processos psicológicos (REGO, 1995).

Na relação indivíduo-sociedade, Vygotsky apresenta a ideia de um indivíduo como processo de imanência da interação dialética do homem com o meio social. Portanto, as características tipicamente humanas não estariam presentes desde o nascimento do indivíduo, nem tampouco seriam apenas moldadas pelo meio externo(REGO, 1995). Sendo assim, o homem, ao modificar o mundo, também seria modificado. Nota-se com isso a integração entre o biológico e o social da teoria de Vygotsky: "as funções psicológicas superiores do ser humano surgem da interação dos fatores biológicos, que são parte da constituição física do Homo sapiens, com os fatores culturais, que evoluíram através das dezenas de milhares de anos de história humana" (REGO, 1995 Apud Luria, 1992, p.60).

Sobre a origem cultural das funções psíquicas, esta é uma consequência da tese anterior, pois a formação das funções psicológicas tipicamente humanas, para Vygotsky, se faz na interação indivíduo-sociedade, ou seja, se constrói na relação entre o homem e seu contexto social e cultural. Portanto, “o desenvolvimento humano não é dado a priori, não é imutável e universal, não é passivo, nem tampouco independente do desenvolvimento histórico e das formas sociais da vida humana.” (REGO, 1995, p.41-42). Dessa forma, o desenvolvimento humano se daria de maneira construtiva, sendo a cultura parte constitutiva da natureza humana; esta relação se daria a partir da internalização dos modos historicamente determinados e culturalmente organizados de operar com informações (REGO, 1995, p.42).

Com relação à base biológica do funcionamento psicológico, Vygotsky destaca a característica da plasticidade do cérebro. Sendo o órgão não um substrato imutável e rígido, mas sim sujeito à adaptações, Vygotsky entende o funcionamento cerebral como sendo moldado através da história e desenvolvimento pessoal do homem. Assim, o cérebro estaria sujeito a mudanças e transformações ao longo da história, sendo transformado na relação do homem com o mundo, sem que necessariamente haja mudanças no órgão físico, tendo a plasticidade, por isso, grande importância no desenvolvimento cognitivo.

Sobre a mediação, Vygotsky aponta sua presença em toda atividade humana. Assim, “são os instrumentos técnicos e sistemas de signos, construídos historicamente, que fazem a mediação dos seres humanos entre si e deles com o mundo” (REGO, 1995, p.42). A linguagem, por exemplo, seria um signo mediador fundamental, característico da atividade humana, pois esta é responsável por carregar conceitos construídos ao longo da história do homem, mediando sua relação com o social e cultural. Portanto, a relação do homem com o mundo não se daria de forma direta, mas sim mediada por estes signos e ferramentas, responsáveis por fundamentar o desenvolvimento psíquico do ser humano.

Acerca da conservação das características básicas dos processos psicológicos, pela análise psicológica, Vygotsky afirma que os funcionamentos psicológicos superiores, anteriormente citados, devem ser analisados e estudados (REGO, 1995, p.43). Não sendo reduzidos apenas a uma cadeia de reflexos ou comportamentos inatos, a nova psicologia proposta pelo psicólogo russo aponta a necessidade de estudo sobre as mudanças e desenvolvimento do psiquismo humano em vista do contexto social, histórico e cultural. Portanto, estes processos, exclusivamente humanos, sendo complexos e sofisticados, devem ter um espaço de estudo na psicologia, tendo como base a construção e desenvolvimento de um sujeito agente, transformador do contexto sócio- cultural e também transformado por este.

Apontadas as teses, que servem como norteadoras da psicologia Vygotskyana, pode-se destacar diversas teorias dentro de sua obra, como: Relação entre pensamento e linguagem; Diferenças do psiquismo animal e do homem; Criatividade e imaginação; Zona de desenvolvimento proximal; Conceitos cotidianos e científicos. Assim, Lev Semionovitch Vygotsky, em sua extensa obra, apesar de sua morte precoce, inaugurou uma nova abordagem psicológica, tendo como objetivo superar os paradigmas vigentes de constituição do sujeito, apresentando um conceito de homem inseparável do materialismo dialético, ou seja, o desenvolvimento psíquico sendo característica de um sujeito que é produto e produtor do mundo.

Discípulos/quem influenciou/seguidores

Seus principais colaboradores foram: Alexander Romanovich Luria (1902-1977) e Alexei Nikolaievich Leontiev (1904-1979), e juntos formaram o grupo chamado Troika. Os três estudavam juntos questões ligadas à psicologia, sociologia, linguagem e biologia e também trabalharam escrevendo prefácios, traduzindo livros e publicando importantes artigos sobre seus estudos.

Além de trabalharem juntos a Vygotsky, Luria e Leontiev deram prosseguimento aos seus estudos e desenvolveram suas teses teóricas a partir dos pensamentos de Vygotsky. Luria através da ideia de relação de interação entre homem e objetos sociais desenvolveu pesquisas na área de neuropsicologia a fim de compreender processos mentais resultantes da atividade humana. E desse modo, ele identificou três unidades de funcionamento do cérebro, sendo a primeira a unidade que regula a atividade cerebral e o estado de vigília; a que recebe e analisa as informações; e a terceira a qual age programando, regulando e controlando a atividade, e assim concluiu que os processos mentais têm relação direta com aspectos sociais. Enquanto, Leontiev utilizou como base para a construção de sua Teoria da Atividade uma ideia de Vygotsky a qual diz que o conceito de atividade é central para compreender o desenvolvimento social e humano, e assim a cultura por meio da atividade se dá como processo mediador entre homem e meio.

Relação com outros personagens ou teorias/Influências

Os trabalhos de Vygotsky sofreram influência de diversas áreas de pesquisas, sendo elas: psicologia, sociologia, biologia e linguística.

Na área de linguagem ele se interessou pelos estudos dos russos A.A. Potebnya e Alexander von Humboldt, os quais buscaram compreender a origem da linguagem e sua ligação com o desenvolvimento do pensamento. Também teve influência de V.A. Wagner nos seus estudos que comparavam comportamento humano e animal. No campo do desenvolvimento humano ele teve influência de KN Kornilov e P.P. Blonsky; e em relação à sociologia e antropologia da europa ocidental se influiu nos trabalhos de R. Thurrrwald e L. Levy-Bmhl.

Um fator muito importante para a elaboração de suas obras e pesquisas foi o pensamento Marxista. Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) utilizavam como método o materialismo histórico dialético e Vygotsky através deste e das ideias elaboradas sobre a sociedade, trabalho e interação homem e natureza, baseou sua teoria sobre desenvolvimento relacionado à aspectos sociais e culturais, visto que esses fatores são estritamente associados. E a partir desses fundamentos elaborou uma psicologia histórico-cultural.

Ademais, apesar de ser contemporâneo à Jean Piaget, os dois se distanciaram em diversos pontos em relação a teoria de desenvolvimento cognitivo e tinham críticas sobre suas teses teóricas, contudo ambos tinham interesse nos estudos acerca da gênese dos processos psicológicos.Todavia, ele Vygostsky atuou escrevendo o prefácio de dois livros de Piaget na suas traduções russas.

Obras

Por mais que Vigotski tenha morrido aos 37 anos, a riqueza deixada nos materiais escritos por ele é bem extensa, ademais, foram publicadas obras póstumas. Adiciona-se que, muitas das obras publicadas após a morte do autor contém textos, artigos ou estenografia de aulas e palestras nos meios acadêmico e científico. A maior parte da análise de estudo de Lev Vigotski se deu nos campos da pedagogia da psicologia e da pedologia. Suas obras e artigos mais importantes são:

1915

A tragédia de Hamlet, Príncipe da Dinamarca (manuscrito sobre o ensaio de análise crítica da obra de Shakespeare)

1922

Sobre os métodos do ensino de literatura nas escolas secundárias. Relatório à Conferência Distrital de Metodologia Científica

1923

Sobre os Métodos do Ensino de Literatura nas Escolas Secundárias

1924

Prefácio de Problemas da Educação de Crianças Cegas, Surdas-mudas e Retardadas. Moscou, SPON NKP

Publicações: A Investigação do Processo de Compreensão de Linguagem Utilizando a Tradução Múltipla de texto de uma Língua para outra

1925

Teoria bazissa i nadstroiki (A teoria da base e da superestrutura), em Os Princípios de Educação de Crianças com Defeitos Físicos
Psirrologuia iskusstva (Psicologia da Arte) - Escrito em 1925 e publicado em 1965
Consciousness as a problem in the Psychology of Behavior
Prefácio de Além do princípio do prazer de Freud Moscou, Problemas Contemporâneos (colaboração de A.R. Luria)

1926

Rets Na kn.: Otto Rühle. Psirrica proletarskogo rebionka - Resenha do livro de Otto Rühle: o psiquismo da criança proletária)
Pedagoguitcheskaia psirrologuia (Psicologia Pedagógica)

1927

Imagination and Creativity in Childhood
Historical meaning of the crisis in Psychology

1928

Pedologuia chkolnogo vozrasta (Pedologia da idade escolar)
Lektsii po psirrologuii razvitia (Aulas sobre a psicologia do desenvolvimento)

1929

Pedologuia iunochevskogo vozrasta (Pedologia da juventude)
The Problem of the Cultural Development of the Child
The Fundamental Problems of Defectology

1930

Primitive Man and His Behaviour
The Socialist alteration of Man
The Instrumental Method in Psychology
On Psychologicl Systems
Mind, Consciousness. the Unconscious
Voobrajenie i Tvorchestvo v Detskom Vozraste. Psikhologicheskii Ocherk (Imaginação e Criatividade na Infância. Ensaio de Psicologia)

1931

Pedologuia podrostka (Pedologia do adolescente)
The Problem of Teaching and Mental Development at School Age
The Dynamics of Schoolchild’s Mental Development in Relation to Teaching and Learning, esse artigo foi publicado originalmente em russo
The History of the Development of the Higher Mental Functions

1932

On the Problem of the Psychology of the Actor’s Creative Work

1933

Play and its role in the Mental development of the Child

1934

The problem of the environment
The Problem of Consciouness
The Problem of Age
Thought and language (Pensamento e linguagem) - Publicado após 6 meses da morte do autor

1978

Mind in Society, publicado em inglês

1979

On the development of higher forms of attention in childhood

Crítica

Vygotsky apesar de ter falecido cedo aos 38 anos, desenvolveu teorias extremamente relevantes pro campo educacional, que apesar de terem sido descobertas tarde, ainda são estudadas por psicólogos, pedagogos e as demais profissões do campo educacional. Vygotsky desenvolveu suas teorias contemporaneamente a Jean Piaget, e as obras produzidas por ambos, em diversos momentos entre cruzavam campos do saber similares; o processo de aprendizagem e sua relação com o mundo externo. Apesar de muitos explorarem a relação dos conteúdos como uma rivalidade, ou como teorias em completa oposição, o próprio Piaget ao notar a existência de um conteúdo próximo do seu, apresentou as divergências e convergências de seu conteúdo para com os de Vygotsky, ainda afirmando que as algumas críticas vindas de vygotsky não seriam tão relevantes pois suas próximas obras já as respondiam. Contudo, ele recebeu algumas críticas do próprio Piaget por possuir um “excessivo otimismo bio-social” no desenvolvimento das funções superiores, dado que as demais teorias eram baseadas no processo biológico. Sua teoria ia contra estágios prontos de desenvolvimento, assim como currículos prontos baseados nesses estágios pré-datados, “O currículo não pode determinar com antecedência o ponto de viragem em que um princípio geral se torna claro para determinada criança” (Vygotsky 1934 p.101). Essa filosofia ia contra os estudos desenvolvidos na época, por exemplo por Piaget que ganhou notoriedade criando os estágios de desenvolvimento infantil.

Alguns livros de Vygotsky, o autor apresenta algumas críticas direcionadas a Piaget, demonstrando os equívocos de determinadas teorias, porém Piaget o responde, justificando e contra argumentando tais equívocos. Contudo lamenta por vygotsky não ter tido acesso, devido sua morte precoce, a novos estudos e descobertas da área impossibilitando o autor de dar continuidade às próprias teorias que poderiam ser amadurecidas ou alteradas por ele. Vygotsky e Piaget divergem em um ponto crucial da teoria, a linguagem egocêntrica, este ressaltado por vygotsky e tardiamente também por piaget. Eles discordam em relação a sequência que se dá a transição da linguagem egocêntrica para com as demais linguagens e pensamento. E ainda Piaget enfatiza que não está de acordo com vygotsky quanto a teoria do desenvolvimento do conhecimento, pois não acredita que o processo de conhecimento seja apenas adições que complementam conhecimentos anteriores. Apesar disso, não há justificativa para por como paralela ambas as teorias já que vygotsky não pode concluir suas pesquisas, enquanto que Piaget avançou em suas teorias.

Cronologia biográfica

1896 - Nasce em Orsha, Bielorrússia, Lev Semionovitch Vigotski.

1897 - Os pais de Vygotski alugam uma casa e planejam mudar-se para Gomel.

1913 - Vygotsky termina o ginásio com medalha de ouro.

1914 - Ao ingressar no curso de medicina, Vygotski não completa nem um mês de estudos, e opta por transferir-se para o curso de direito.

1916 - Vygotsky começa a produzir a 1a versão da monografia, A Tragédia de Hamlet, Príncipe da Dinamarca, de W. Shakespeare.

1917 - A Revolução Socialista triunfa na Rússia. 1924 - Vygotsky muda-se para Moscou.

1929 - Luria prepara com Vigotski um trabalho a ser apresentado no IX Congresso Internacional de Psicologia.

1931 - Vygotsky é nomeado para o cargo de vice-diretor da área científica do Instituto de Proteção da Saúde das crianças e dos adolescentes.

1934 - Vygotsky morre vítima de complicações causadas pela tuberculose.

1955 - Textos de Vigotski são publicados nos EUA.

1965 - Primeira edição de Psicologia da Arte.

Referências

CONTRIBUIÇÕES das ciências humanas para a educação: a psicologia. Em aberto, Brasília, ano 9, n. 48, out/dez de 1990
DRAGO, Rogério; RODRIGUES, Paulo da Silva Rodrigues. CONTRIBUIÇÕES DE VYGOTSKY PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NO PROCESSO EDUCATIVO: ALGUMAS REFLEXÕES. Rev. FACEVV, Vila Velha, n.3, p. 49-56, Jul./Dez. 2009
VIC, Ivan; COELHO, Edgar Pereira (org.) Lev Semionovich Vygotsky. Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangana. Recife, 140p, 2010.
KRETZSCHMAR JOENK, I. Uma Introdução ao Pensamento de Vygotsky. Revista Linhas, v. 3, n. 1, 2007
PRESTES, Zoia Ribeiro; TUNES, Elizabeth. Notas biográficas e bibliográficas sobre L.S Vigotski. Universitas: Ciências da Saúde. Brasília, v. 9, n. 1, p. 101-135, jan./jun. 2011
PRESTES, Zoia; TUNES, Elizabeth. A trajetória de obras de Vigotski: um longo percurso até os originais. Estud. psicol. Campinas, v. 29, n. 3, p.327-340, Set. 2012
REGO, Teresa Cristina. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. Vozes. Petrópolis, 1995
SOUZA, Gilcênio. Teoria Histórico-Cultural e aprendizagem contextualizada. Psicologia da educação UFRGS, fev. 2011
VYGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. Edição eletrônica E. Ridendo Castigat Mores. eBooksBrasil.org. 2001
VYGOTSKY, L. S A Formação Social da Mente. Edição Martins Fontes. 2003
VYGOTSKY, Lev Semenovitch. Imaginação e Criatividade na Infância: Ensaio de Psicologia. Dinalivro. Portugal, 1ed, 2012

Autoria

Verbete criado inicialmente por: Bruno Meloni, Mayara Carvalho, Milena Meirelles, Giovanna Mendes, João Pedro Agualuza, como exigência parcial para a disciplina de Psicologia e Desenvolvimento Cognitivo da UFF de Rio das Ostras. Criado em 2021.1. publicado em 2021.1.