Canal História da Psicologia TV

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O Canal História da Psicologia TV (HPTV) é um canal na plataforma de vídeos YouTube voltado para a produção de conteúdos originais com temática relacionada à história da psicologia. Ele é uma parte do projeto Portal História da Psicologia, que inclui também um website, a Enciclopédia Eletrônica de História da Psicologia (WikiHP), a Editora do Portal História da Psicologia (Editora do Portal) e o Sistema de Referências em História da Psicologia (Sirehp).

Introdução

O Canal História da Psicologia TV (HPTV), uma peça fundamental no contexto do projeto abrangente Portal História da Psicologia, emerge como uma fonte distintiva de conhecimento histórico na plataforma de vídeos YouTube. Com um foco inequívoco na produção de conteúdos originais, o canal destaca-se por sua dedicação à temática relacionada à história da psicologia, inserindo-se em um ecossistema que transcende a mera transmissão de vídeos.

Os vídeos publicados na HPTV têm finalidade tanto informativa quanto de entretenimento. Informativa porque oferece ao expectador informações históricas precisas e confiáveis sobre a história da psicologia. O caráter informativo difere a HPTV de muitos outros canais no YouTube – se não da maioria -, que tem pouca preocupação com a qualidade do conteúdo de um ponto de vista histórico.

Os vídeos do canal devem também entreter os expectadores, ou seja, divertir as pessoas, e deve fazê-lo enquanto elas aprendem. Em geral, os vídeos no YouTube têm a única finalidade de entretenimento, e o fazem mesmo que isso custe a precisão histórica e a qualidade do material. Isto não pode acontecer nos vídeos veiculados no Canal História da Psicologia TV. Apesar de a HPTV ter algumas videoaulas e cursos, a maior parte dos vídeos deve buscar como meta principal a aplicação de estratégias que permitam o difícil equilíbrio entre entretenimento e informação.

Ademais, os vídeos do canal também são uma forma de estimular os seus expectadores a procurarem materiais de pesquisa confiáveis e interessantes sobre os assuntos abordados pelo canal. Assim, ao favorecer a conexão dos vídeos com materiais escritos de boa qualidade, os vídeos do canal funcionam como divulgadores e porta de entrada para a pesquisa histórica séria e comprometida com a qualidade. É por isso que todos os vídeos do canal mostram, na descrição, as fontes de onde as informações foram coletadas, de modo que os expectadores possam se aprofundar nos assuntos.

Assim, o Canal História da Psicologia TV não apenas contribui para a compreensão da história da psicologia, mas também desempenha um papel ativo na promoção da qualidade, da ética e do comprometimento com a pesquisa histórica em um cenário virtual muitas vezes dominado por entretenimento superficial. Essa abordagem única e a busca constante pela excelência consolidam a HPTV como uma fonte valiosa de conhecimento e entretenimento comprometido com a precisão histórica.

Objetivos

Quando um projeto possui objetivos claros, diretos e públicos, é possível dialogar com franqueza com os colaboradores e consumidores dos produtos do projeto de forma a democratizar seu funcionamento. O Cana História da Psicologia TV possui uma lista de objetivos alinhados com os objetivos gerais do projeto Portal História da Psicologia que, por sua vez, pretende integrar de forma criativa os três pilares da universidade brasileira: ensino, pesquisa e extensão.

Diante disso, os objetivos do Canal História da Psicologia TV são:

  1. Produzir conteúdo em formato audiovisual original sobre a história da psicologia e áreas correlatas;
  2. Atrair a audiência do canal para os outros produtos do Portal História da Psicologia;
  3. Produzir conteúdo em formato audiovisual a partir de fontes acadêmicas sólidas, confiáveis e reconhecidas pela comunidade de pesquisadores, colocando o canal como uma fonte de informação e conhecimento confiável e interessante;
  4. Produzir conteúdo em formato audiovisual numa linguagem que forneça entretenimento informado, interessante e útil, que permita a democratização do conhecimento científico em história da psicologia;
  5. Apoiar o ensino, a pesquisa e a extensão em história da psicologia, transformando o canal em um espaço de amparo ao ensino de história da psicologia, de auxílio a pesquisadores da área e de conhecimento e entretenimento para um público geral;
  6. Integrar-se com outros produtos do Portal História da Psicologia, multiplicando os esforços de voluntários e colaboradores do sistema do Portal.

Na missão de explorar os intricados caminhos da história da psicologia, o Canal História da Psicologia TV estabelece objetivos claros e abrangentes, delineando um compromisso multifacetado com a disseminação do conhecimento científico. Além de almejar a produção de conteúdo audiovisual original, o canal busca transcender os limites do audiovisual. Um dos propósitos centrais é atrair a audiência para os outros produtos do Portal História da Psicologia, consolidando-se como um ponto de referência no vasto universo do conhecimento online.

Ao fundamentar seu conteúdo em fontes acadêmicas sólidas, confiáveis e reconhecidas, o canal posiciona-se como uma fonte de informação e conhecimento confiável e envolvente. A busca por uma linguagem que alia entretenimento informado, interesse e utilidade visa não apenas cativar, mas democratizar o conhecimento científico em história da psicologia. Além disso, a ambição de apoiar o ensino, a pesquisa e a extensão em história da psicologia transformam o canal em um espaço vital de suporte educacional, auxílio à pesquisa e fonte de conhecimento e entretenimento para uma audiência diversificada.

Por fim, a integração com outros produtos do Portal História da Psicologia reflete o compromisso em multiplicar os esforços colaborativos, solidificando o canal como parte relevante de uma comunidade comprometida com o enriquecimento do entendimento histórico da psicologia.

Princípios éticos e políticos

A ampliação do acesso à internet e a popularização de seus produtos resultaram no crescimento significativo dos conteúdos disponíveis online. Apesar da disponibilidade de valiosos recursos acadêmicos, como cursos e palestras das melhores universidades do mundo, a proliferação de conteúdo de baixa qualidade e práticas éticas questionáveis tornou-se uma realidade na plataforma, e uma preocupação crescente de seus usuários. No contexto desse desafio, o Canal História da Psicologia TV assume o compromisso de manter altos padrões éticos em sua produção.

Frequentemente os produtores destes conteúdos de ética duvidosa valem-se do argumento da necessidade de audiência para sua sobrevivência, justificando assim o uso de determinadas técnicas que podem ser consideradas violadoras de uma ética que promova o bom convívio na rede. O Portal História da Psicologia, junto de seu braço audiovisual, não compactua com estas estratégias, mesmo que isso signifique uma audiência menor. Mesmo com os cuidados com a qualidade e o rigor acadêmico, frequentemente os vídeos do Canal História da Psicologia TV tem menos visualizações e desperta menos interesse do que outros vídeos de outros canais que se valem da mesma temática. Entre as visualizações e os princípios, a escolha do Canal História da Psicologia TV é pela ética e compromisso político.

Para reforçar seu compromisso com a ética e com o fomento ao desenvolvimento de uma internet positiva, foram criados os princípios éticos e políticos do Canal História da Psicologia TV, que são:

  1. Manter esforços permanentes para combinar informação e entretenimento em todo o conteúdo produzido, dialogando de forma positiva com os expectadores;
  2. Usar linguagem acessível para alcançar diversos públicos, respeitando a diversidade de pensamentos de modo a democratizar o conhecimento científico em história da psicologia;
  3. Respeitar a diversidade étnica, cultural, de gênero e outras formas de identidade;
  4. Respeitar os dados históricos e o debate historiográfico, evitando anacronismos e outros erros historiográficos;
  5. Não utilizar títulos, thumbnails, roteiros exagerados, descrições sensacionalistas entre outros expedientes destinados meramente para atrair cliques;
  6. Não divulgar informações falsas ou distorcidas com o intuito de gerar engajamento, sem considerar as consequências para a audiência. Todo o conteúdo produzido deve ser embasado em literatura acadêmica sólida, confiável e reconhecida pela comunidade de pesquisadores;
  7. Não explorar tragédias, eventos traumáticos ou sensíveis para obter visualizações, sem respeitar a dignidade das pessoas envolvidas. Os Direitos Humanos devem ser respeitados estritamente, alinhados também com os princípios éticos da plataforma;
  8. Respeitar os direitos autorais, não utilizando conteúdo de terceiros sem devida atribuição ou permissão, incluindo as imagens, textos e outros. Todo o conteúdo deve ser construído a partir de materiais originais ou em domínio público;
  9. Promover um ambiente saudável e positivo na plataforma, desincentivando comentários ofensivos, discriminatórios ou discurso de ódio, evitando assim contribuir para um ambiente negativo na comunidade online;
  10. Valer-se de transparência nos dados de acesso ao canal, não utilizando de estratégias fraudulentas para inflar números de visualizações, inscritos ou interações, comprometendo a integridade das métricas;
  11. Não incluir conteúdo pago no conteúdo dos vídeos, não aceitando patrocínios diretos ou indiretos. Porém a monetização do canal é permitida, desde que todo o rendimento seja revertido para a melhoria do próprio canal e seu conteúdo;
  12. Valer-se de reflexão e cuidado ético na apresentação de temas sensíveis ou sobre públicos vulneráveis, considerando os impactos na vida das pessoas, nas suas tradições, memórias, história, entre outros;
  13. Jamais utilizar de práticas intimidatórias, bullying ou assédio direcionadas a outros criadores de conteúdo, espectadores ou qualquer indivíduo online.

Em síntese, os princípios éticos e políticos delineados pelo Canal História da Psicologia TV refletem não apenas um compromisso com a excelência acadêmica, mas também um firme posicionamento contra práticas que comprometem a integridade, a ética e a qualidade do conteúdo disponibilizado online. Priorizando a transparência, a diversidade e o respeito, o canal busca contribuir para a construção de um ambiente virtual enriquecedor, promovendo a disseminação do conhecimento em história da psicologia de maneira ética e responsável. Ao adotar esses princípios, o Canal História da Psicologia TV reafirma seu papel não apenas como um canal de informação, mas como um agente positivo na formação de uma comunidade online que valoriza a ética, a diversidade e a busca incessante pela verdade histórica.

Onde buscar inspiração

Em busca de inspiração para enriquecer o conteúdo do Canal História da Psicologia TV, diversas fontes se apresentam como mananciais valiosos, alinhados aos objetivos do canal e capazes de proporcionar uma abordagem envolvente e educativa.

Dentre as fontes disponíveis, a Enciclopédia Eletrônica de História da Psicologia (WikiHP) surge como a principal delas, oferecendo verbetes ricos em informações e conceitos, perfeitamente alinhados com o propósito do canal em fornecer conteúdo embasado e confiável. Neste sentido, uma sugestão é navegar livremente pela enciclopédia, clicando em links e aproveitando o botão “página aleatória”, disponível na plataforma na busca de inspiração e informação para a criação de novos vídeos para o canal.

Além disso, explorar outros vídeos no YouTube proporciona insights valiosos, especialmente ao identificar os temas mais procurados pelos usuários. Essa análise pode ser realizada em plataformas específicas de tendências, direcionando a produção para assuntos que despertam maior interesse na comunidade online, mas sem desrespeitar os objetivos e os princípios éticos do canal. A observação atenta dos trending topics e temas de interesse em sites que monitoram buscas na internet, como o Google Trends, abre espaço para captar assuntos em ascensão e alinhá-los aos interesses do público, garantindo uma abordagem atual e relevante. Às vezes basta estar atento às notícias e ao debate público para ter ideias de novas propostas de vídeos que captem o interesse do público e ofereçam uma alternativa interessante e academicamente embasada a vídeos e canais semelhantes na internet mas que tem preocupações duvidosas com a ética e com a qualidade do material oferecido.

Além disso, os próprios vídeos do Canal História da Psicologia TV constituem uma fonte inesgotável de inspiração. Muitos temas são mencionados apenas brevemente ao longo dos vídeos já publicados, oferecendo uma rica fonte de ideias que podem ser desenvolvidas em vídeos independentes, aprofundando o conhecimento sobre determinados tópicos.

As aulas de história da psicologia e de psicologia e história social, oferecidas no Departamento de Psicologia da Universidade Federal Fluminense, constituem uma fonte acadêmica valiosa, permitindo a incorporação de perspectivas mais profundas e especializadas aos vídeos do canal. Algumas destas aulas foram disponibilizadas online. É importante lembrar que muitos vídeos do canal são incorporados nas aulas, na condição de material de consulta complementar, auxiliando os futuros alunos nos seus estudos para estas disciplinas. Produzir vídeos a partir de temas mencionados nas aulas pode ser uma oportunidade para conectá-los mutuamente para as novas turmas.

Além dessas fontes mencionadas, outras três fontes potenciais incluem a participação ativa em fóruns e comunidades online relacionadas à história da psicologia, feedback e sugestões da audiência do canal e a colaboração com outros especialistas e criadores de conteúdo na área, ampliando ainda mais a diversidade de temas e abordagens exploradas. Ao explorar essas diversas fontes, o Canal História da Psicologia TV pode garantir uma produção contínua e relevante, mantendo-se conectado aos interesses e necessidades do público-alvo.

Escrevendo o roteiro

Um dos maiores desafios relatados por estudantes e colaboradores na produção de material para o Canal História da Psicologia TV é a escrita do roteiro. Os vídeos do canal seguem um padrão, que foi lentamente estabelecido conforme os vídeos eram produzidos e publicados. Para auxiliar na escrita destes roteiros, algumas dicas podem ser bastante úteis.

Roteiros usam a linguagem oral, e não a escrita

Uma das principais dificuldades pelos colaboradores na hora de escrever um roteiro está em usar um verbete ou outro material escrito sobre o tema e convertê-lo em roteiro, fazendo as adaptações necessárias para este formato. Por vezes, a tendência é simplesmente destacar algumas partes do material escrito, tornando-o apenas mais curto, fazendo poucas adaptações. Isto é um erro. A linguagem escrita tem particularidades que a diferem muito da linguagem oral, que é a mais adequada para a construção de um roteiro. Assim, é preciso fazer esforços para as adaptações necessárias, visando um roteiro adequado, interessante, útil, informativo e capaz de entreter.

Um exemplo sobre conversão entre linguagem escrita para oral pode ser encontrado no verbete sobre o psicanalista Erik Erikson. Nele, pode-se ler o seguinte:

Erik viveu até os três anos exclusivamente sob a companhia e cuidados de sua mãe. Após esse período, sua mãe se casou com Theodor Homberger, seu pediatra, que o registrou com seu nome quando ele completou 5 anos de idade.

Neste formato, o texto não está interessante para um roteiro de vídeo. A palavra “exclusivamente”, por exemplo, raramente é usada numa conversa. Outro exemplo é a expressão “após esse período”, que é gramaticalmente correta e adequada para um verbete, mas pouco usual entre duas pessoas conversando, o que a torna pouco recomendável para um roteiro. Transformando essa passagem do verbete em um roteiro de vídeo, tem-se:

Até os seus três anos, Erik Erikson esteve sob cuidados de sua mãe, que era a única pessoa com quem ele convivia. Depois disso, sua mãe se casou com Theodor Homberger, que era o pediatra de Erik, que registrou o menino em seu nome quando ele completou cinco anos de idade.

Compare o texto do verbete com este trecho, já adaptado. Neste novo formato, o texto fica mais parecido com uma conversa, mais adequado ao formato de roteiro de vídeo, mas sem perder a qualidade e precisão histórica. Ao fazer estas adaptações, é possível cumprir tanto objetivo de informar quanto o de entreter, essenciais para o sucesso do canal.

Mas cuidado, pois é necessário evitar o exagero, ao converter o roteiro em uma “conversa de bar” por exemplo. Ou seja, um roteiro muito “oralizado”, a ponto até mesmo de desfigurar o caráter informativo dos vídeos do Canal História da Psicologia TV, não é um procedimento adequado para as políticas e os objetivos do projeto. A dificuldade reside exatamente no equilíbrio entre a informação e entretenimento, equilibrando seriedade e leveza simultaneamente. Para isso, é necessário atenção, conhecimento e criatividade.

Divida o roteiro em partes

Os vídeos da HPTV são pensados para serem gravados em partes. Entre uma parte e outra é inserida uma vírgula sonora que, no nosso caso, é uma música padronizada que apresenta a transição entre uma parte e outra. Conceber o roteiro em partes ajuda tanto na sua produção quanto no diálogo com o material utilizado como fonte.

A primeira parte dos vídeos é a de apresentação. Nela, damos as boas-vindas ao expectador, apresentamos o canal, falamos qual é o tema do vídeo, convidamos a audiência a permanecer no vídeo e pedimos para as pessoas curtirem o vídeo e se inscreverem no canal. Veja este exemplo, retirado do vídeo sobre a psicóloga americana Evelyn Hooker:

Olá. Bem-vindos a mais um vídeo do canal História da Psicologia TV, o canal dedicado à divulgação da história da psicologia. Neste vídeo, vamos falar sobre a psicóloga norte-americana Evelyn Hooker, pioneira no estudo empírico da homossexualidade na década de 50 e ativista de sua despatologização, que aconteceu em 1973. Quer conhecer mais sobre essa história? Curte o vídeo, se inscreva no canal e se ligue nas novidades daqui do canal História da Psicologia TV. Vamos lá?

Observe que nesta apresentação, que é sobre uma personagem, temos todos os elementos:o canal é apresentado, fala-se do tema, instigamos o expectador a permanecer no vídeo e pedimos para a pessoa interagir, curtindo e se inscrevendo no canal. Estes são os elementos básicos. Eventualmente, o roteirista pode querer apresentar alguma informação interessante que será melhor trabalhado ao longo do vídeo. Isso pode ser feito para incentivar as pessoas a assistirem o conteúdo. Desde que esta estrutura básica seja mantida, cada roteiro terá a sua estratégia. A última parte do vídeo é o encerramento. Nele, perguntamos se a pessoa que está assistindo o material gostou do vídeo, incentivamos a pessoa a fazer um comentário, lembramos que o vídeo apresenta as informações de forma superficial e pedimos que a pessoa consulte também as fontes que estão na descrição, sugerimos que o expectador veja outros vídeos do canal, além de pedir para curtir o vídeo e se inscrever no canal. Este exemplo foi retirado do vídeo sobre a Teoria dos Temperamentos:

E então, gostou de saber um pouco mais sobre a história da Teoria dos Temperamentos? Lembre-se de que este vídeo tem caráter informativo e entretenimento. Para conhecer melhor a Teoria dos Temperamentos, dê uma olhada nas referências,  que estão na descrição do vídeo. Deixe nos comentários sua opinião sobre essa importante teoria que teve bastante relevância para o desenvolvimento da psicologia. Se quiser saber mais sobre a história da Psicologia, confira os vídeos do nosso canal. E se você gostou, não se esqueça de curtir o vídeo e se inscrever no canal. Obrigado e até a próxima!

Observe os elementos presentes neste trecho. Uma interação com o expectador, um pedido para buscar mais informações, uma solicitação de interação - no caso por meio de comentários, curtida e inscrição -, um convite para conhecer outros vídeos e um cumprimento de despedida. Desde que os elementos básicos sejam mantidos, os roteiristas são livres para propor formas de encerramento criativas e que incitem os expectadores a se aprofundarem e conhecerem mais o canal.

A apresentação e o encerramento são partes padronizadas dos vídeos do canal e devem aparecer em todas as publicações. Por sua vez, as partes intermediárias, ou seja, as que ficam entre a apresentação e o encerramento, podem variar bastante, pois dependem tanto do perfil e motivações dos roteiristas quanto do tema que está sendo trabalhado. Mesmo com tantas variações, algumas dicas podem ajudar para quase todos os casos.

Caso o vídeo seja sobre um personagem, o melhor é que a primeira parte após a apresentação apresente os dados biográficos essenciais, como nome completo, data de nascimento, filiação, local de nascimento, entre outros. Em geral, também é o momento em que são colocados os dados da infância, adolescência e a formação do biografado. Nos casos em que o vídeo apresenta uma instituição, a primeira parte após a apresentação geralmente lida com a fundação da instituição, como local, data e nomes dos fundadores, as motivações da fundação, entre outros. No caso de vídeos sobre um teste ou outro instrumento utilizado na psicologia, a primeira parte após a apresentação traz seu contexto de criação, como as necessidades que foram identificadas, as pessoas envolvidas em sua organização inicial, entre outros. Caso o vídeo seja sobre uma história ou um acontecimento, a primeira parte após a apresentação pode trazer os antecedentes destes eventos, apresentando o contexto e inserindo o expectador no ambiente onde as coisas aconteceram. Como regra geral, pode-se dizer que a primeira parte após a apresentação serve para contextualizar e introduzir a audiência naquele assunto.

As outras partes variam imensamente, de modo que é difícil estabelecer um padrão geral. A dica nestes casos é dar um nome para a seção, que seja o mesmo do tema dessa seção. Em outras palavras, o melhor é tentar determinar o que será trabalhado naquela parte do roteiro a partir dos temas. Em outras palavras, após o estudo e consulta aos materiais usados como fonte, é preciso escolher o que, exatamente, será abordado. Isso implica em excluir muitas coisas importantes. Isso é natural, dado que vídeos neste formato são mais superficiais. É por este motivo que as fontes precisam ser apresentadas na descrição do vídeo, pois permitem que os expectadores se aprofundem no tema, caso desejem.

Um exemplo sobre a escolha dos assuntos abordados está no vídeo sobre a Teoria dos Temperamentos. Depois da apresentação, a primeira parte é sobre os antecedentes da teoria, que são as ideias de Hipócrates e a vida de Galeno. A parte seguinte é dedicada à própria teoria dos temperamentos, que é descrita de forma bastante breve, se considerarmos a complexidade do assunto. Em seguida, na próxima parte, fala-se dos impactos da teoria nas ideias psicológicas posteriores para, logo após, na seção seguinte, falar da aplicação da teoria no Brasil. Por fim, o vídeo tem o encerramento.

Ao estabelecer um assunto para cada seção do roteiro, fica muito mais fácil organizar as informações, selecionar aquilo que vai entrar no roteiro, escolher o que vai ficar de fora e criar um vídeo que seja, ao mesmo tempo, informativo e interessante.

Selecione as informações

Às vezes a pesquisa feita para a criação do roteiro traz uma grande quantidade de elementos históricos importantes. Isso por vezes resulta em verbetes densos, com muitos dados e bastante informação. Se os verbetes e outros textos acadêmicos podem ter essa característica, por seu lado, os roteiros não podem ser assim. Eles precisam apresentar informações selecionadas, que são apresentadas aos poucos.

É importante lembrar novamente a diferença entre o texto escrito e o texto oralizado. Quando estamos lendo um material e perdemos algum ponto importante na leitura, basta voltar os olhos na página para recuperar a parte perdida. Quem tem o hábito de ler e estudar já deve ter passado várias vezes por este problema, que faz parte das dificuldades dos estudos.

O mesmo não acontece no vídeo. Ainda que os usuários da plataforma possam voltar um pouco o vídeo para atentar-se a alguma parte em que não deram a devida atenção, em geral os usuários não interrompem o vídeo, já que os assistem também no intuito de entreter. Assim, aquilo que não ficou na atenção, não passou para a memória e não volta mais. Caso isso aconteça, ainda que o objetivo de entreter seja atingido, o de informar ficou prejudicado. Pior, caso o expectador perceba que perdeu muitas partes, pois o vídeo está muito denso e complicado, a sua tendência é abandoná-lo, por considerá-lo difícil de entender ou por se sentir frustrado com o material.

Assim, um roteiro de qualidade não é aquele que traz a maior quantidade de informações, mas aquele que seleciona melhor as informações mais importantes e as apresenta na forma de uma narrativa coesa, coerente e interessante. Lembre-se de que todos os vídeos do Canal História da Psicologia TV são acompanhados de uma lista de referências, então caso o expectador queira saber mais sobre aquele assunto – e este é um dos objetivos do canal -, basta ele acessar as indicações na descrição do vídeo.

Cuidado com o tamanho

Com a emergência das plataformas de vídeos curtos, a paciência dos expectadores com o tamanho dos vídeos na internet tem diminuído. A princípio, os vídeos do canal tinham entre 12 e 15 minutos de duração, mas agora espera-se que tenham entre oito e doze minutos. Isto aumenta o desafio na seleção de informações e reduz as possibilidades de exploração mais extensa dos assuntos abordados. Diante disso, o roteiro deve ter, em média, considerando letra tamanho 12 e espaçamento 1,5, entre duas páginas e meia e três páginas e meia.

Essa nova característica de vídeos mais curtos também tem um impacto na divisão das seções do roteiro. A escolha é a seguinte: ou muitos temas são apresentados, tornando cada seção menor, ou poucos temas são trabalhados, o que torna cada seção maior. O mais adequado é que, além da apresentação e do encerramento, os vídeos tenham três ou quatro temas, que corresponderiam a três ou quatro partes. Se um roteiro tiver mais do que isso, o expectador tende a se sentir perdido, pois tem elementos demais – os vídeos não são aulas. Se o roteiro ficar com muitas seções, quem está assistindo tem a impressão de que muitas coisas diferentes foram apresentadas, e ele pode perder o interesse no material.

Grave e ouça o roteiro

Uma dica importante é gravar a leitura em voz alta de trechos do roteiro, para ouvi-lo em seguida. Ao ouvir o próprio roteiro, fica fácil perceber se ele está parecido com uma linguagem oralizada natural ou se ele se parece com alguém apenas lendo um texto que foi escrito originalmente para ser lido silenciosamente. É possível usar aplicativos de celular para gravação de som – a maioria dos aparelhos tem estas aplicações de forma nativa – ou usar sites que convertem texto em áudio, como o Panopreter Basic ou o próprio Google.

A produção do vídeo

O Canal História da Psicologia utiliza-se de duas estratégias principais na produção dos seus materiais. A primeira é denominada narração, onde a voz de um locutor não visível é adicionada a uma série de imagens estáticas ou pequenas animações que ilustram o conteúdo falado. Trata-se de uma técnica geralmente usada em documentários, filmes e vídeos educacionais. A maior parte dos vídeos do canal são produzidos neste formato. Por vezes, textos são apresentados nas imagens, geralmente quando são usadas citações diretas, datas, listas de itens, entre outros casos. Algumas vezes, esquemas visuais, como animações, tabelas, entre outros, acompanham a narração, melhorando a ilustração do conteúdo narrado. Caso um roteiro exija imagens específicas, textos ou esquemas, é necessário indicar no documento onde o roteiro está registrado, preferencialmente com instruções entre colchetes ou na forma de comentário. O roteirista pode ele próprio sugerir tabelas, esquemas entre outros recursos visuais que auxiliam na compreensão da informação falada. Geralmente um rascunho basta, pois a equipe do canal tem as habilidades necessárias para criar elementos nos aplicativos de edição de imagens.

Todas as imagens e animações utilizadas na ilustração são coletadas nas bases de imagens sob licença creative Commons, para evitar a violação de direitos autorais; ou são produzidas pelo próprio Portal, utilizando ferramentas de inteligência artificial que convertem textos em imagens. Cada imagem aparece por cerca de 8 a 12 segundos, a depender do roteiro. Animações e textos podem durar mais ou menos tempo, conforme as necessidades de cada vídeo. Caso o roteirista queira se envolver neste processo, deve dar indicações no roteiro em forma de comentários.

A segunda estratégia de produção dos vídeos é a de apresentação, onde um apresentador aparece falando no vídeo diante de uma câmera. A imagem do apresentador pode ser alternada com outras imagens, animações, ou mesmo legendas que complementam ou facilitam a compreensão da informação apresentada. Este formato é menos frequente no canal pois é bem mais difícil de ser gravado e produzido, exigindo treinamento do apresentador e um tempo de produção bem mais longo do que na primeira estratégia. A vantagem deste formato é a combinação de mais tons de voz e de mais elementos da linguagem corporal por parte do apresentador, que precisa tolerar longas horas de gravação e ter habilidades de atuação.

Em qualquer caso, os autores do roteiro devem estar atentos ao tipo de vídeo que esperam produzir. Roteiros pensados para serem produzidos no formato de narração devem focar na informação textual. Já os roteiros criados para o formato de apresentação precisam apresentar uma margem de liberdade para a atuação do apresentador, que pode querer inserir elementos teatrais para melhorar a qualidade do vídeo.

Meu roteiro será produzido e publicado?

A escolha dos roteiros a serem produzidos e publicados no âmbito da HPTV passa por uma série de fatores. Certamente, a qualidade do roteiro é um elemento a ser considerado, mas não é o único. Mesmo um ótimo roteiro pode não ser gravado, enquanto um roteiro com problemas pode ser adaptado e revisado para entrar na lista de materiais produzidos.

É necessário lembrar que a escolha dos roteiros deve considerar os objetivos do canal, que não são os mesmos das disciplinas ou mesmo dos roteiristas. Em outras palavras, uma nota atribuída a um roteiro indica sucesso na produção enquanto método de avaliação, o que não significa interesse no âmbito do canal. Um dos objetivos da HPTV é apoiar o ensino em história da psicologia. Diante disso, espera-se que os vídeos do canal possam ser incorporados nas aulas das disciplinas de história da psicologia e de psicologia e história social, então os roteiros relacionados ao conteúdo destas aulas tem preferência sobre os outros.

Roteiros com temáticas polêmicas ou que tenham relevância cultural também tem preferência sobre os outros, desde que respeitados os princípios éticos e políticos do canal. Como o conteúdo da HPTV é fundamentado em literatura acadêmica consolidada, o objetivo da produção deste tipo de roteiro é o combate à desinformação e aos vídeos que se utilizam de estratégias eticamente questionáveis, que são amplamente consumidos pelo público, empobrecendo a qualidade do debate público sobre a psicologia e sua história. Dessa forma, o canal coloca-se como uma alternativa de qualidade ao conteúdo mainstream da internet, melhorando o ambiente virtual.

Outro critério utilizado é a qualidade da adaptação original. Roteiros já escritos dentro dos parâmetros e padrões do canal também tem preferência sobre outros. Isto acontece porque o fluxo de trabalho para a produção dos vídeos é intenso, e roteiros que exigem menos esforço na correção e adaptação são bem-vindos e tem preferência. Vídeos produzidos a partir de verbetes, novos ou já existentes, também são privilegiados na hora da escolha dos roteiros a serem produzidos.

Considerações finais

O Canal História da Psicologia TV (HPTV) emerge como uma plataforma inovadora, enraizada no compromisso com a disseminação do conhecimento histórico da psicologia. O projeto, integrado ao Portal História da Psicologia, transcende as fronteiras do convencional, combinando informação e entretenimento para oferecer uma experiência educativa única. Ao explorar a intricada teia da história da psicologia, o HPTV define objetivos robustos que não apenas visam a produção de conteúdo original, mas também buscam integrar-se harmoniosamente a outros produtos do portal, promovendo uma sinergia educacional abrangente.

A missão do canal, delineada pelos objetivos, reflete um compromisso multifacetado: desde a produção de conteúdo audiovisual até o apoio ao ensino, pesquisa e extensão em história da psicologia. A abordagem ética e política adotada destaca-se como um farol, navegando por águas virtuais frequentemente obscurecidas por práticas questionáveis. Os princípios éticos e políticos, cuidadosamente elaborados, não só preservam a integridade do canal, mas também contribuem para a construção de um ambiente online ético, diversificado e respeitoso.

Na busca incessante por inspiração, o canal se volta para fontes diversas, ancorando-se na Enciclopédia Eletrônica de História da Psicologia (WikiHP) como seu principal manancial. Ao explorar outras fontes, desde vídeos do YouTube até aulas acadêmicas, o canal mantém um pulso constante nas tendências e necessidades da audiência. Esta abordagem dinâmica garante que o conteúdo permaneça relevante, atual e alinhado aos interesses do público.

A produção de vídeos, seja por meio de narração ou apresentação, revela a adaptabilidade do canal diante das demandas variadas. O cuidado na escolha dos roteiros, alinhado aos objetivos do canal, evidencia um compromisso com a qualidade e relevância do conteúdo produzido. A transparência e ética permeiam cada passo, desde a seleção de imagens até a política de não explorar sensacionalismos.

Em síntese, o Canal História da Psicologia TV transcende a mera produção de vídeos online, emergindo como uma força educativa e ética na vastidão da internet. Ao conectar-se com a audiência por meio de conteúdo informativo e envolvente, o canal não apenas cumpre sua missão, mas molda um espaço virtual que valoriza a excelência, a diversidade e o respeito. O compromisso com a verdade histórica e a promoção de uma comunidade online ética projeta o HPTV como uma referência positiva e transformadora no cenário digital contemporâneo.

Autoria

Este verbete foi escrito por André Elias Morelli Ribeiro, coordenador do projeto Portal História da Psicologia.