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Filho de Paul Alexandre Joseph e neto de importante historiador francês a quem seu nome presta homenagem, Henri Wallon é o terceiro de sete filhos de uma família aristocrática politicamente engajada, da qual absorve valores como justiça e democracia desde muito cedo. | Filho de Paul Alexandre Joseph e neto de importante historiador francês a quem seu nome presta homenagem, Henri Wallon é o terceiro de sete filhos de uma família aristocrática politicamente engajada, da qual absorve valores como justiça e democracia desde muito cedo. | ||
O interesse pela educação sempre esteve presente em sua vida, a partir do qual ingressa, em 1899, na | O interesse pela educação sempre esteve presente em sua vida, a partir do qual ingressa, em 1899, na [[Ecole Normale Supérieure]] (Escola Normal Superior), almejando a cadeira de professor de Filosofia. | ||
Forma-se em 1902, aos 23 anos, e após aprovação em concurso público passa a lecionar em Bar-Le-Duc, liceu na periferia de Paris, cargo que ocupa por um ano. Paralelamente, inicia estudo em Medicina, influenciado por Théodule Ribot, crendo ser o caminho para ingressar no campo da Psicologia científica. | Forma-se em 1902, aos 23 anos, e após aprovação em concurso público passa a lecionar em Bar-Le-Duc, liceu na periferia de Paris, cargo que ocupa por um ano. Paralelamente, inicia estudo em Medicina, influenciado por [[Théodule Ribot]], crendo ser o caminho para ingressar no campo da Psicologia científica. | ||
Forma-se em 1908 e rapidamente torna-se assistente do professor Nageotte, eminente histopatologista; primeiro no hospital de Bicêtre e posteriormente em Salpêtrière, onde coleta dados relevantes à sua tese de doutorado. | Forma-se em 1908 e rapidamente torna-se assistente do professor Nageotte, eminente histopatologista; primeiro no hospital de Bicêtre e posteriormente em Salpêtrière, onde coleta dados relevantes à sua tese de doutorado. | ||
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Passadas as tensões da guerra, Wallon retorna às suas atividades enquanto psiquiatra, agora no Laboratório de Psicobiologia localizado em anexo a uma escola na periferia da capital francesa. | Passadas as tensões da guerra, Wallon retorna às suas atividades enquanto psiquiatra, agora no Laboratório de Psicobiologia localizado em anexo a uma escola na periferia da capital francesa. | ||
Já no primeiro ano da década torna-se mestre de conferências sobre Psicologia da criança em Sorbonne, cargo que ocupa até 1937. | Já no primeiro ano da década torna-se mestre de conferências sobre Psicologia da criança em [[Sorbonne]], cargo que ocupa até 1937. | ||
Defende, em 1925, sua tese de doutorado. Ano em que é nomeado diretor do Laboratório de Psicobiologia da Criança. Além de fundar laboratório destinado à pesquisa e ao atendimento de crianças ditas deficientes, a Fundação Vallée à Bicetre. | Defende, em 1925, sua tese de doutorado. Ano em que é nomeado diretor do Laboratório de Psicobiologia da Criança. Além de fundar laboratório destinado à pesquisa e ao atendimento de crianças ditas deficientes, a Fundação Vallée à Bicetre. | ||
Dois anos depois, é nomeado presidente da Sociedade Francesa de Psicologia. E, no último ano da década, funda em conjunto com seu amigo Henri Pièron o "Instituto Nacional de Estudo do Trabalho e Orientação Vocacional", um dos primeiros nesse campo. Localizado em Boulogne-Billancourt, o instituto é destinado aos jovens locais; além de ser o contexto no qual surge seu terceiro livro "Princípios da Psicologia Aplicada" publicado um ano depois. | Dois anos depois, é nomeado presidente da [[Sociedade Francesa de Psicologia]]. E, no último ano da década, funda em conjunto com seu amigo [[Henri Pièron]] o "Instituto Nacional de Estudo do Trabalho e Orientação Vocacional", um dos primeiros nesse campo. Localizado em Boulogne-Billancourt, o instituto é destinado aos jovens locais; além de ser o contexto no qual surge seu terceiro livro "Princípios da Psicologia Aplicada" publicado um ano depois. | ||
==Década de 1930== | ==Década de 1930== | ||
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Três anos depois publica seu primeiro livro notável "As Origens do Caráter", no qual já estão expressas suas principais teses sobre o desenvolvimento do eu e o papel da emoção e do movimento no mesmo. | Três anos depois publica seu primeiro livro notável "As Origens do Caráter", no qual já estão expressas suas principais teses sobre o desenvolvimento do eu e o papel da emoção e do movimento no mesmo. | ||
Em 1935, Wallon é eleito para o quadro de professores do Collège de France, entretanto, devido ao posicionamento político progressista do médico em contraste ao tradicionalismo da instituição, sua admissão de fato ocorre apenas dois anos depois, na disciplina Psicologia e Educação da Criança. Ainda em 1935, responsabiliza-se pela organização e pelo prefácio de "A La Lumiere du Marxisme"; a publicação ocorre um ano após. No ano da publicação em decorrência do surgimento da Frente Popular, aceita participar da implementação de classes novas; além de, no ano seguinte, ser nomeado presidente da Sociedade Francesa de Pedagogia. | Em 1935, Wallon é eleito para o quadro de professores do [[Collège de France]], entretanto, devido ao posicionamento político progressista do médico em contraste ao tradicionalismo da instituição, sua admissão de fato ocorre apenas dois anos depois, na disciplina Psicologia e Educação da Criança. Ainda em 1935, responsabiliza-se pela organização e pelo prefácio de "A La Lumiere du Marxisme"; a publicação ocorre um ano após. No ano da publicação em decorrência do surgimento da Frente Popular, aceita participar da implementação de classes novas; além de, no ano seguinte, ser nomeado presidente da Sociedade Francesa de Pedagogia. | ||
A convite de seu amigo e conterrâneo, historiador Lucien Febvre, Wallon coordena e redige o oitavo tomo da enciclopédia francesa, intitulada "A Vida Mental"; seu intuito é reunir os principais achados das ciências psicológicas sem retornar ao tradicionalismo dos manuais psicológicos. Busca, com isso, aproximar os "saberes psi" da vida par excellence (cotidiana). | A convite de seu amigo e conterrâneo, historiador Lucien Febvre, Wallon coordena e redige o oitavo tomo da enciclopédia francesa, intitulada "A Vida Mental"; seu intuito é reunir os principais achados das ciências psicológicas sem retornar ao tradicionalismo dos manuais psicológicos. Busca, com isso, aproximar os "saberes psi" da vida par excellence (cotidiana). | ||
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=Seguidores= | =Seguidores= | ||
Seu principal seguidor é René Zazzo, que dá seguimento ao seu trabalho e sucede-o na direção do Laboratório de Psicobiologia da Criança. No Brasil, destaca-se Pedro Dantas e, posteriormente, sua filha Heloysa Dantas. Além da influência a Clotilde Ferreira, Maria José Garcia Werebe, Jacqueline Nadel e Cláudia Lemos. Entretanto, a influência de Wallon dá-se mais no campo da Educação do que em Psicologia propriamente dita. | Seu principal seguidor é [[René Zazzo]], que dá seguimento ao seu trabalho e sucede-o na direção do Laboratório de Psicobiologia da Criança. No Brasil, destaca-se Pedro Dantas e, posteriormente, sua filha Heloysa Dantas. Além da influência a Clotilde Ferreira, Maria José Garcia Werebe, Jacqueline Nadel e Cláudia Lemos. Entretanto, a influência de Wallon dá-se mais no campo da Educação do que em Psicologia propriamente dita. | ||
=Obras= | =Obras= |