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Aristóteles (384-322 AC) nasceu na Macedônia, noroeste da atual Grécia, mas passou a maior parte de sua vida adulta em Atenas. Sua vida está dividida em dois períodos. Primeiro como membro da Academia de Platão (367-347AC), e depois como diretor da própria escola, o Liceu (334-323AC). Passou um período em Assos e Lesbos, além de um breve retorno à Macedônia. Seus anos fora de Atenas foram utilizados, em sua maior parte, fazendo pesquisas na área da biologia e escrevendo. Com base nos seus escritos, a obra mais importante de Aristóteles sobre psicologia provavelmente pertence à sua segunda temporada em Atenas, tal qual a maior parte do seu período maduro. Seu trabalho principal em Psicologia, ''De Anima'', reflete diferentes caminhos do seu interesse na taxonomia e suas sofisticadas teorias físicas e metafísicas. | Aristóteles (384-322 AC) nasceu na Macedônia, noroeste da atual Grécia, mas passou a maior parte de sua vida adulta em Atenas. Sua vida está dividida em dois períodos. Primeiro como membro da Academia de Platão (367-347AC), e depois como diretor da própria escola, o Liceu (334-323AC). Passou um período em Assos e Lesbos, além de um breve retorno à Macedônia. Seus anos fora de Atenas foram utilizados, em sua maior parte, fazendo pesquisas na área da biologia e escrevendo. Com base nos seus escritos, a obra mais importante de Aristóteles sobre psicologia provavelmente pertence à sua segunda temporada em Atenas, tal qual a maior parte do seu período maduro. Seu trabalho principal em Psicologia, ''De Anima'', reflete diferentes caminhos do seu interesse na taxonomia e suas sofisticadas teorias físicas e metafísicas. | ||
Por causa da longa tradição e de exposição que se desenvolveu em torno da obra aristotélica ''De Anima | Por causa da longa tradição e de exposição que se desenvolveu em torno da obra aristotélica ''[[De Anima]]'', a interpretação das teses principais é, ocasionalmente, objeto de debate. Além disso, por conta de suas afinidades com algumas abordagens na filosofia contemporânea da mente, a psicologia de Aristóteles tem recebido interesse renovado, incitando várias interpretações nas décadas mais recentes. Consequentemente, este verbete se faz em dois diferentes níveis. O artigo principal explica o centro e as partes essenciais da psicologia aristotélica, evitando uma possível controvérsia e deixando de tecer qualquer comentário crítico. Ao final de cada seção os leitores são convidados a explorar problemas ou características avançadas da teoria aristotélica a partir de links de internet. | ||
=Escritos psicológicos de Aristóteles= | =Escritos psicológicos de Aristóteles= | ||
Aristóteles investigou o fenômeno psicológico primeiramente em ''De Anima'', bem como na coleção, menos conhecida, de pequenos trabalhos chamada ''Parva Naturalia'', na qual as partes mais notáveis são ''De Sensu'' e ''De Memoria''. Ele também toca no assunto da psicologia em alguns tópicos encontrados ao longo de seus tratados de Ética, Política e Metafísica, assim como em escritos científicos, especialmente em ''De Motu Animalium''. Os trabalhos em ''Parva Naturalia'' são, em comparação com ''De Anima'', orientados empiricamente, investigando, como diz Aristóteles “os fenômenos comuns da alma e do corpo” (''De Sensu'' 1, 436a6-8). Esta contrasta com ''De Anima'', onde introduz questões a serem refletidas como “todos os humores são comuns com aquilo que há na alma ou se há humores exclusivos da própria alma” (''De Anima'' i 1, 402a3-5). Aqui Aristóteles quer saber se todos os estados psicológicos são também estados materiais corporais. “Sobre isto”, ele lembra “é necessário se demorar, mas não é fácil” (''De Anima'', i 1, 402a5). Neste sentido ''De Anima'' contém um nível mais alto de abstração do que ''Parva Naturalia''. É, no geral, mais teórico, mais autoconsciente sobre o método, e mais atento para questões filosóficas gerais sobre a percepção, pensamento e as relações mente-corpo. | Aristóteles investigou o fenômeno psicológico primeiramente em ''De Anima'', bem como na coleção, menos conhecida, de pequenos trabalhos chamada ''Parva Naturalia'', na qual as partes mais notáveis são ''De Sensu'' e ''De Memoria''. Ele também toca no assunto da psicologia em alguns tópicos encontrados ao longo de seus tratados de Ética, Política e Metafísica, assim como em escritos científicos, especialmente em ''De Motu Animalium''. Os trabalhos em ''Parva Naturalia'' são, em comparação com ''De Anima'', orientados empiricamente, investigando, como diz Aristóteles “os fenômenos comuns da alma e do corpo” (''De Sensu'' 1, 436a6-8). Esta contrasta com ''De Anima'', onde introduz questões a serem refletidas como “todos os humores são comuns com aquilo que há na alma ou se há humores exclusivos da própria alma” (''De Anima'' i 1, 402a3-5). Aqui Aristóteles quer saber se todos os estados psicológicos são também estados materiais corporais. “Sobre isto”, ele lembra “é necessário se demorar, mas não é fácil” (''De Anima'', i 1, 402a5). Neste sentido ''De Anima'' contém um nível mais alto de abstração do que ''Parva Naturalia''. É, no geral, mais teórico, mais autoconsciente sobre o método, e mais atento para questões filosóficas gerais sobre a percepção, pensamento e as relações mente-corpo. | ||
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Há, contudo, um ponto de contato entre as investigações de Aristóteles sobre a alma e as disciplinas contemporâneas da Psicologia: em ambos os casos, problemas diferentes permitem questionamentos e métodos de investigação diferentes, resultando numa dificuldade de entender como tão diferentes investigações podem ser conduzidas sob o mesmo rótulo, e que poderiam perfeitamente pertencer a qualquer outra disciplina. Alguém investigando os métodos da psicanálise freudiana não irá, certamente, ver qualquer semelhança entre esta e os métodos e objetivos de um psicólogo estudioso do cérebro ou um comportamentalista genético. Da mesma forma, Aristóteles parece ser relutante em investigar a alma como pertencente exclusivamente à ciência natural, que é, para ele, uma área da ciência teórica voltada para investigação de seres capazes de mostrar mudanças. Ele separa “física”, isto é, ciência natural, da matemática e da “filosofia primeira” ao longo de seus escritos (''Meta''. Vi 1 1025b27-30, 1026a18; xi 7 1064a16-19, b1-3.) Por um lado, ele insiste que, por conta dos vários estados psicológicos, incluindo raiva, alegria, coragem, pena, amor e ódio, tudo envolve, central e obviamente, o corpo. O estudo da alma “já está na alçada do cientista natural” (''De Anima'', i 1 403ª16-28). Ao mesmo tempo, porém, ele insiste que a mente ou o intelecto (''nous'') pode não estar presente no corpo da mesma forma que estes vários estados, então ele recusa um estudo da alma exclusivamente focado nas ciências naturais (''Meta''. Vi 1 1026a4-6; ''De Partibus Animalium'' i 1 645a33-b10). Possivelmente isto explica o porquê, no capítulo de abertura de ''De Anima'', Aristóteles relata uma profunda e verdadeira perplexidade sobre o melhor método de investigação dos assuntos psicológicos (''De Anima'' i 1 402a16-22). Se ciências diferentes empregam métodos diferentes, e o estudo da alma fica dualizado ou bifurcado, então não poderia pertencer a uma única ciência; isso se mostra uma verdadeira dificuldade em definir qual o melhor método de investigação sobre esse assunto. Parece correto dizer que tais dilemas jamais chegam a ser verdadeiramente superados. Embora uma abordagem totalmente naturalista da filosofia da ciência esteja predominante atualmente, jamais será possível afirmar com total certeza que a disciplina da psicologia continuará utilizando os métodos ''a priori'' tradicionais; algumas áreas das ciências cognitivas parecem fazer uma mescla dos dois. De qualquer forma, tendo em vista as dificuldades apontadas para o estudo da alma, Aristóteles apresenta uma certa modéstia quando a toma como objeto de investigação: “Obter qualquer conhecimento verdadeiro sobre a alma é certamente tarefa das mais difíceis” (De Anima, i 1 402a10-11). | Há, contudo, um ponto de contato entre as investigações de Aristóteles sobre a alma e as disciplinas contemporâneas da Psicologia: em ambos os casos, problemas diferentes permitem questionamentos e métodos de investigação diferentes, resultando numa dificuldade de entender como tão diferentes investigações podem ser conduzidas sob o mesmo rótulo, e que poderiam perfeitamente pertencer a qualquer outra disciplina. Alguém investigando os métodos da psicanálise freudiana não irá, certamente, ver qualquer semelhança entre esta e os métodos e objetivos de um psicólogo estudioso do cérebro ou um comportamentalista genético. Da mesma forma, Aristóteles parece ser relutante em investigar a alma como pertencente exclusivamente à ciência natural, que é, para ele, uma área da ciência teórica voltada para investigação de seres capazes de mostrar mudanças. Ele separa “física”, isto é, ciência natural, da matemática e da “filosofia primeira” ao longo de seus escritos (''Meta''. Vi 1 1025b27-30, 1026a18; xi 7 1064a16-19, b1-3.) Por um lado, ele insiste que, por conta dos vários estados psicológicos, incluindo raiva, alegria, coragem, pena, amor e ódio, tudo envolve, central e obviamente, o corpo. O estudo da alma “já está na alçada do cientista natural” (''De Anima'', i 1 403ª16-28). Ao mesmo tempo, porém, ele insiste que a mente ou o intelecto (''nous'') pode não estar presente no corpo da mesma forma que estes vários estados, então ele recusa um estudo da alma exclusivamente focado nas ciências naturais (''Meta''. Vi 1 1026a4-6; ''De Partibus Animalium'' i 1 645a33-b10). Possivelmente isto explica o porquê, no capítulo de abertura de ''De Anima'', Aristóteles relata uma profunda e verdadeira perplexidade sobre o melhor método de investigação dos assuntos psicológicos (''De Anima'' i 1 402a16-22). Se ciências diferentes empregam métodos diferentes, e o estudo da alma fica dualizado ou bifurcado, então não poderia pertencer a uma única ciência; isso se mostra uma verdadeira dificuldade em definir qual o melhor método de investigação sobre esse assunto. Parece correto dizer que tais dilemas jamais chegam a ser verdadeiramente superados. Embora uma abordagem totalmente naturalista da filosofia da ciência esteja predominante atualmente, jamais será possível afirmar com total certeza que a disciplina da psicologia continuará utilizando os métodos ''a priori'' tradicionais; algumas áreas das ciências cognitivas parecem fazer uma mescla dos dois. De qualquer forma, tendo em vista as dificuldades apontadas para o estudo da alma, Aristóteles apresenta uma certa modéstia quando a toma como objeto de investigação: “Obter qualquer conhecimento verdadeiro sobre a alma é certamente tarefa das mais difíceis” (De Anima, i 1 402a10-11). | ||
=Hilemorfismo em geral= | =Hilemorfismo em geral= | ||
Em ''De Anima'', Aristóteles faz uso intenso de uma terminologia técnica que foi introduzida e desenvolvida em diferentes partes de seus trabalhos. Ele se vale, por exemplo, de um vocabulário derivado de suas teorias físicas e metafísicas, onde a alma é a “primeira actualização | Em ''De Anima'', Aristóteles faz uso intenso de uma terminologia técnica que foi introduzida e desenvolvida em diferentes partes de seus trabalhos. Ele se vale, por exemplo, de um vocabulário derivado de suas teorias físicas e metafísicas, onde a alma é a “primeira actualização de um corpo orgânico natural” (''De Anima'' ii 1, 412b5-6), isto é, uma “substância com forma de um corpo natural que tem a vida em potência” (''De Anima'' ii 1, 412a20-1) e, similarmente, que é “a primeira atualização de um corpo natural que tem a vida em potência” (''De Anima'' ii 1, 412a27-8), tudo podendo ser aplicado a plantas, animais e seres humanos indistintamente. | ||
Ao conceituar corpo e alma dessa forma, Aristóteles aplica conceitos mais amplos que seu Hilemorfismo, um quadro conceitual que subjaz praticamente toda sua teorização madura. Por conseguinte, é necessário iniciar um breve panorama deste quadro. A partir daí será possível mostrar a abordagem aristotélica geral das relações mente-corpo, e depois, finalmente, considerar suas análises sobre as propriedades individuais da alma. | Ao conceituar corpo e alma dessa forma, Aristóteles aplica conceitos mais amplos que seu Hilemorfismo, um quadro conceitual que subjaz praticamente toda sua teorização madura. Por conseguinte, é necessário iniciar um breve panorama deste quadro. A partir daí será possível mostrar a abordagem aristotélica geral das relações mente-corpo, e depois, finalmente, considerar suas análises sobre as propriedades individuais da alma. | ||
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Ainda assim, é importante apontar que este quadro de explicação a partir das quatro causas foi desenvolvido inicialmente em resposta a alguns problemas sobre a mudança e criação ou geração. Aristóteles argumenta que toda mudança e geração requerem a existência de algo complexo: quando uma estátua é feita a partir de um pedaço de bronze, há algo que continua, o bronze, e algo que adquire algo, que muda, ou seja, sua nova forma. Assim, a estátua é um certo tipo de composto de forma e matéria. Sem esse tipo de complexidade, a geração ou criação seria impossível, já que a geração de fato ocorre, logo a forma e matéria devem ter as características reais dos compostos que foram gerados. Da mesma forma uma mudança qualitativa requer a mesma lógica de raciocínio: quando a estátua é pintada, há algo que continua, a estátua, e uma nova qualidade é adquirida, a nova cor. Aqui também há uma complexidade, e uma complexidade que é rapidamente articulada em termos de forma e matéria, mas agora a forma não é essencial para a continuidade da existência daquele ente. A estátua continua a existir, mas recebe uma forma que é casual ou acidental para ela, que poderia perder essa forma, sem sair, contudo, da existência. Por outro lado, se a estátua perder sua forma essencial, como aconteceria, por exemplo, se o bronze que constitui a estátua fosse fundido, dividido, e remoldados como, digamos, 12 abridores de lata, finalmente deixaria de existir por completo, não existiria mais, pois a estátua perdeu a forma essencial. | Ainda assim, é importante apontar que este quadro de explicação a partir das quatro causas foi desenvolvido inicialmente em resposta a alguns problemas sobre a mudança e criação ou geração. Aristóteles argumenta que toda mudança e geração requerem a existência de algo complexo: quando uma estátua é feita a partir de um pedaço de bronze, há algo que continua, o bronze, e algo que adquire algo, que muda, ou seja, sua nova forma. Assim, a estátua é um certo tipo de composto de forma e matéria. Sem esse tipo de complexidade, a geração ou criação seria impossível, já que a geração de fato ocorre, logo a forma e matéria devem ter as características reais dos compostos que foram gerados. Da mesma forma uma mudança qualitativa requer a mesma lógica de raciocínio: quando a estátua é pintada, há algo que continua, a estátua, e uma nova qualidade é adquirida, a nova cor. Aqui também há uma complexidade, e uma complexidade que é rapidamente articulada em termos de forma e matéria, mas agora a forma não é essencial para a continuidade da existência daquele ente. A estátua continua a existir, mas recebe uma forma que é casual ou acidental para ela, que poderia perder essa forma, sem sair, contudo, da existência. Por outro lado, se a estátua perder sua forma essencial, como aconteceria, por exemplo, se o bronze que constitui a estátua fosse fundido, dividido, e remoldados como, digamos, 12 abridores de lata, finalmente deixaria de existir por completo, não existiria mais, pois a estátua perdeu a forma essencial. | ||
Na tentativa de entender a psicologia aristotélica, a origem do Hilemorfismo de Aristóteles é importante por duas razões. Em primeiro lugar o Hilemorfismo aristotélico utiliza duas diferentes, porém relacionadas, noções de forma: uma é a essencial para a coisa existir, e outra é a casual ou acidental. Na sua visão da alma e suas propriedades, Aristóteles emprega ambas as noções: a alma como forma essencial e, na mesma medida, a percepção envolveria sua aquisição das formas acidentais. A segunda razão, por conta do fato de que o Hilemorfismo aristotélico foi desenvolvido inicialmente para lidar com problemas de mudança e criação, sua aplicação numa psicologia filosófica por vezes é conflituoso, a ponto de Aristóteles não querer, a princípio, tratar todas as instâncias da percepção como instâncias de mudança de um objeto contínuo. Além disso, como veremos, às vezes é difícil entender bem como Aristóteles pode realmente ver o corpo como a matéria de um ser humano da mesma forma que o bronze o é para a estátua. Uma quantidade de bronze pode existir indefinidamente, pode ter potencial, mas não efetivamente ser uma estátua de um grande herói. Não é um paralelo adequado para o caso do corpo: o corpo não é uma coisa para a qual se espera apenas a conformação com a alma. Talvez, de alguma forma, corpos humanos se tornam corpos humanos ao receberem a alma, ou serem “almados”. Se fosse assim eles poderiam trocar de matéria da mesma forma que vimos na teoria aristotélica da geração hilemórfica. (Para mais discussões sobre o tema, depois de ler a próxima parte, veja o suplemento: Um problema fundamental sobre Hilemorfismo | Na tentativa de entender a psicologia aristotélica, a origem do Hilemorfismo de Aristóteles é importante por duas razões. Em primeiro lugar o Hilemorfismo aristotélico utiliza duas diferentes, porém relacionadas, noções de forma: uma é a essencial para a coisa existir, e outra é a casual ou acidental. Na sua visão da alma e suas propriedades, Aristóteles emprega ambas as noções: a alma como forma essencial e, na mesma medida, a percepção envolveria sua aquisição das formas acidentais. A segunda razão, por conta do fato de que o Hilemorfismo aristotélico foi desenvolvido inicialmente para lidar com problemas de mudança e criação, sua aplicação numa psicologia filosófica por vezes é conflituoso, a ponto de Aristóteles não querer, a princípio, tratar todas as instâncias da percepção como instâncias de mudança de um objeto contínuo. Além disso, como veremos, às vezes é difícil entender bem como Aristóteles pode realmente ver o corpo como a matéria de um ser humano da mesma forma que o bronze o é para a estátua. Uma quantidade de bronze pode existir indefinidamente, pode ter potencial, mas não efetivamente ser uma estátua de um grande herói. Não é um paralelo adequado para o caso do corpo: o corpo não é uma coisa para a qual se espera apenas a conformação com a alma. Talvez, de alguma forma, corpos humanos se tornam corpos humanos ao receberem a alma, ou serem “almados”. Se fosse assim eles poderiam trocar de matéria da mesma forma que vimos na teoria aristotélica da geração hilemórfica. (Para mais discussões sobre o tema, depois de ler a próxima parte, veja o suplemento: Um problema fundamental sobre Hilemorfismo). | ||
=Relações corpo e alma hilemórficas: materialismo, dualismo, ''sui generis''?= | =Relações corpo e alma hilemórficas: materialismo, dualismo, ''sui generis''?= | ||
Aplicando seu Hilemorfismo geral nas relações corpo-alma, Aristóteles afirma que obteremos a seguinte analogia: alma : corpo :: forma : matéria :: forma de Hermes : bronze. | Aplicando seu Hilemorfismo geral nas relações corpo-alma, Aristóteles afirma que obteremos a seguinte analogia: alma : corpo :: forma : matéria :: forma de Hermes : bronze. | ||