Alfred Binet: mudanças entre as edições

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===A Escala Binet-Simon===
===A Escala Binet-Simon===
Motivo da fama de Binet e Simon, a Escala Binet-Simon, conhecido também como teste de inteligencia de Binet-Simon não é um teste de QI, que só seria inventado um ano após a morte de Binet por William Stern. A preocupação do teste não era apontar um nível de inteligência final em um número, mas sim classificar as crianças para poder desenvolver meios de ensinar as que apresentassem dificuldades.<br>
A construção do teste não partiu de uma concepção prévia de inteligência, mas antes teve uma abordagem empírica <ref>SILVA, Maria Cecilia de Vilhena Moraes. História dos testes psicológicos: origens e transformações. São Paulo: Vetor Editora, 2016.</ref> <ref>REEVES, Joan Wynn. Alfred Binet. Disponível em: https://www.encyclopedia.com/people/medicine/psychology-and-psychiatry-biographies/alfred-binet</ref>. Isto quer dizer que Binet tomou crianças que haviam sido classificadas como "anormais" por médicos ou professores, além de crianças consideradas normais, e propôs a elas uma série de tarefas e provas, muitas delas já trabalhadas na Sorbonne, em casa com suas filhas e oriundas de outros pesquisadores da época. Diante da impossibilidade de encontrar meios de determinar quais crianças seriam anormais e quais não seriam, Binet teve seu insight mais genial <ref>REEVES, Joan Wynn. Alfred Binet. Disponível em: https://www.encyclopedia.com/people/medicine/psychology-and-psychiatry-biographies/alfred-binet</ref>, que talvez possa parecer óbvio hoje por conta de seu uso contemporâneo amplo, que é considerar a idade das crianças. Assim, as crianças consideradas anormais eventualmente conseguiam fazer todas as tarefas propostas por Binet e Simon, mas em um momento mais tardio em suas vidas.<br>
Com este trabalho, Binet reclassificou as crianças como "idiotas", "imbecis" e "débeis", estas últimas merecedoras de classes especiais pois eram capazes de aprender <ref>Esta classificação pode hoje parecer cruel e injusta, principalmente por conta do uso popular que deu caraterísticas de cunho moral para estas palavras, mas não era o caso no momento em que Binet e Simon conduziam suas pesquisas.</ref>. As crianças passaram a ser classificadas, a partir da escala, com base em suas idades mentais.<br>
A primeira edição da escala foi apresentado num Congresso de Psicologia em Roma em 1905, e apresentava 30 provas em ordem de complexidade crescente. Contudo, a amostra utilizada, com apenas 95 crianças <ref>REEVES, Joan Wynn. Alfred Binet. Disponível em: https://www.encyclopedia.com/people/medicine/psychology-and-psychiatry-biographies/alfred-binet</ref>. A versão de 1905 é sucedida por duas revisões, de 1908, com 58 itens, e outra de 1911, que incluía provas para adolescentes de até 15 anos <ref>SILVA, Maria Cecilia de Vilhena Moraes. História dos testes psicológicos: origens e transformações. São Paulo: Vetor Editora, 2016.</ref>. O teste foi muito bem sucedido e passou a ser largamente utilizado na França e vários outros países, além de influenciar métodos de avaliação na Inglaterra e, principalmente, nos EUA, onde Lewis Tereman criou o teste Stanford-Binet <ref>FORSYTHE, Alex. Key Thinkers in Individual Differences: ideas on personality and intelligence. New York: Routledge, 2019.</ref>.


===Fim da vida===
Binet morreu de forma inesperada, provavelmente de derrame <ref>NICOLAS, Serge; SANITIOSO, Rasyid Bo; ANDRIEU, Bernard. La vie et l'oeuvre d'Alfred Binet. Disponível em: https://sites.google.com/site/alfredbinet18571911/home/biographie</ref>, em outubro de 1911. Ele foi velado na igreja de Saint-Pierre de Montrouge e enterrado em um cemitério de Montparnasse. Suas pesquisas foram continuadas por seu colega e amigo Théodore Simon.


==Ver também==
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