O experimento da prisão de Stanford foi uma investigação conduzida pelo psicólogo e professor Phillip Zimbardo, em conjunto com Craig Haney e Curtis Banks em 1971, na Universidade de Stanford, Califórnia (EUA), financiado principalmente pelo Escritório de pesquisa Naval Americana. O experimento confinou alunos-voluntários “comuns” e saudáveis, em uma simulação de prisão, divididos aleatoriamente em grupos de guardas e prisioneiros para explorar como o ambiente do cárcere pode afetar o comportamento humano. Eles buscavam analisar a percepção de papéis sociais em um ambiente prisional simulado e de como essa condição influencia no comportamento humano, podendo levar indivíduos a tendências de comportamentos autoritários, enquanto outros assumem uma atitude de submissão, de acordo com sua posição hierárquica. O experimento teve de ser interrompido com apenas seis dias, apesar de ter sido idealizado para duas semanas, devido aos resultados assustadores constatados e à preocupação com o rumo ético que a situação estava tomando. De todo modo, o estudo foi publicado em 1973, no Journal of Abnormal Psychology. Tornou-se um experimento amplamente conhecido devido às suas representações no universo cinematográfico, captando o interesse do público geral.
HistóriaEditar
IdealizaçãoEditar
Em 1971, na Califórnia, Palo Alto, Universidade de Stanford, foi desenvolvido um experimento que tinha como objetivo obter uma melhor compreensão acerca dos mecanismos psicológicos básicos subjacentes à agressão humana. O principal investigador do estudo e condutor do experimento foi o Dr. Phillip Zimbardo, que teve sua pesquisa financiada pelo Escritório de Pesquisa Naval. A equipe de pesquisa do experimento foi formada por Phillip Zimbardo, David Jaffe, Craig Haney e Curtis Banks. Eles também estavam interessados em estudar como as dinâmicas de poder e os papéis sociais influenciam o comportamento humano, usando como base a teoria da desindividualização, criada por Gustave Le Bon em 1895. Foi questionada a ideia de que as pessoas nascem inerentemente boas ou más, argumentando que todos possuímos uma capacidade significativa de moldar nosso comportamento e escolher quem queremos ser.
As causas e efeitos de desempenhar os papéis designados foram estudados no contexto da simulação do ambiente de uma prisão. Originalmente, o experimento deveria durar duas semanas, mas foi interrompido no sexto dia.
O objetivo de Zimbardo com o Experimento da Prisão de Stanford era conscientizar sobre a necessidade de reformas prisionais ao nível psicológico. Ele queria evitar que homens que cometem crimes se tornassem desumanizados por experiências negativas na prisão, o que poderia transformá-los em criminosos piores do que eram inicialmente. Em resumo, o experimento buscava demonstrar que as prisões não são benéficas para os prisioneiros.
MétodoEditar
Os guardas possuíam liberdade para implementar os procedimentos que julgassem eficientes para induzir os prisioneiros ao ambiente da “prisão”, e o único limite que foi imposto aos mesmos era que não houvesse abuso ou agressão física. Os prisioneiros encontraram-se submetidos às situações e condições da instituição a qual se voluntariaram. O comportamento dos dois grupos foi gravado e analisado como material do estudo. As formas de registro foram:
- Transações entre e dentro de cada grupo de sujeitos, registrados através de vídeos e áudio, bem como observados diretamente.
- Reações dos indivíduos em questionários, testes de humor, personalidade, relatórios dos turnos dos guardas e entrevistas pós-experimentais.
75 homens responderam a um anúncio de jornal que buscava voluntários do sexo masculino para participar de um estudo psicológico sobre a “vida na prisão” por um salário de 15 dólares por dia. A partir do grupo de 75 interessados em participar do experimento, foram selecionados 24 sujeitos que responderam a extensos questionários sobre seu histórico familiar, saúde física e mental, possíveis envolvimentos em crimes e possível propensão comportamental à psicopatologia. Cada sujeito foi entrevistado pelos pesquisadores.
Aleatoriamente, metade dos sujeitos foi designada para o papel de “prisioneiros” e o restante assumiu o de “guardas”. Os voluntários eram todos estudantes universitários do sexo masculino, saudáveis e normais que estavam na área de Stanford durante as férias. Em sua maioria, eram de classe média e caucasianos (com exceção de um sujeito oriental) e todos eram estranhos uns aos outros, pois seria prejudicial ao experimento caso relações pré-existentes interferissem na pesquisa. Alguns voluntários não se envolveram no experimento, pois ficaram designados como guarda e prisioneiro “suplentes” caso fosse necessário.
Aspectos físicos da prisãoEditar
Com a finalidade de ter uma simulação fiel ao ambiente prisional, os pesquisadores buscaram consultores experientes para auxiliar na construção de um cenário “real” o bastante. O cenário foi construído no porão do prédio de psicologia da Universidade, onde as extremidades de um corredor de 35 pés foram fechadas, com uma única porta de saída/entrada da prisão, e na outra ponta se localizava uma tela de observação onde atrás dela estava o equipamento de gravação, com espaço para os pesquisadores que observavam o experimento.
A prisão continha apenas 3 celas pequenas de 6x9 pés (1,8 por 2,7 metros), anteriormente usadas como laboratórios, que tiveram suas portas trocadas por grades de aço que continham números de identificação. Dentro das celas não havia mobília, somente colchões, lençóis e travesseiros para cada prisioneiro. O espaço “livre” no corredor era chamado de pátio, onde os prisioneiros tinham permissão para comer, praticar exercícios e andar.
Um pequeno armário (60cm de profundidade, 60cm largura, aproximadamente) foi utilizado pelos guardas como uma espécie de solitária para confinar os prisioneiros. Haviam também salas que foram utilizadas como alojamento dos guardas, para trocarem de roupa ou descansar, um quarto para o “diretor” (David Jaffe) e “superintendente” (Phillip Zimbardo), além de uma sala para entrevistas e testes.
Instruções dos papéis e início do experimentoEditar
Foi informado aos participantes do experimento que seus papéis foram designados aleatoriamente e todos estavam de acordo. Os voluntários assinaram, então, um contrato que lhes garantia uma dieta minimamente adequada, roupas, moradia e cuidados médicos, além da remuneração financeira em troca de “atuar” no papel que tinham recebido durante o estudo. No contrato, também estava explícito que os prisioneiros estariam sob vigilância constante, logo, não teriam privacidade e alguns de seus direitos civis básicos seriam suspensos. Os pesquisadores não passaram instruções para o grupo de jovens que foi sorteado para interpretarem os papéis de detentos, somente que deveriam estar disponíveis em suas residências no dia que o experimento fosse iniciado.
Já os voluntários que ficaram com os papéis de guardas receberam orientações mais claras. Um dia antes dos prisioneiros serem detidos em suas casas, foi realizada uma reunião na qual os guardas foram apresentados aos principais investigadores do estudo, que também assumiram papéis dentro do experimento. O Dr. Zimbardo assumiu o papel de “superintendente” e seu assistente de pesquisa David Jaffe interpretou o “diretor” da prisão. A tarefa que os pesquisadores passaram aos guardas era que fosse mantido um “grau razoável de ordem” dentro da prisão para que seu funcionamento fosse eficaz. Foram impostos limites como agressão física, por considerações éticas e pragmáticas. O diretor passou as instruções administrativas que eram da responsabilidade dos guardas, sendo elas: seus turnos de trabalho, relatórios sobre seus respectivos turnos e a atividade de guardas e prisioneiros, relatório de “incidentes críticos” que detalhavam ocorrências fora do comum, além da administração das refeições, trabalho e programas de recreação para os prisioneiros.
Os prisioneiros foram alocados em trios para cada uma das três celas. Já os guardas se dividiam igualmente em trios, com turnos de 8 horas cada. Os guardas permaneciam na prisão simulada apenas durante seus turnos.
Os uniformesEditar
Para fomentar a perda do sentimento de identidade e em seu lugar se instalar o anonimato, foram distribuídos uniformes para os dois grupos. No caso dos guardas, o uniforme era composto de camisas e calças cáqui simples, um apito, cassetetes de madeira e óculos de sol escuros para impossibilitar o contato visual. A cor dos uniformes tinha intenção de fazer referência aos uniformes militares, enquanto o apito e cassetete eram símbolos de controle e poder. O uniforme dos prisioneiros era formado por uma camisa grande e larga que continha seus números de identificação, sem roupas íntimas, uma corrente leve presa em torno dos tornozelos, sandálias de borracha e um gorro feito de meia-calça, além disso, não foi permitido nenhum objeto pessoal nas celas. Os uniformes buscavam causar desconforto e humilhação, simbolizando sua dependência e submissão aos guardas. Como estavam acorrentados, não era possível esquecer a opressão do ambiente. O gorro de meia-calça foi outra estratégia utilizada pelos pesquisadores para diminuir a individualidade dos prisioneiros, já que algumas pessoas costumam se expressar através do penteado, comprimento ou cor do cabelo. Os uniformes longos e folgados que se assemelhavam a “vestidos” causavam desconforto e dificultava os movimentos, os fazendo assumir posturas não familiares, de certa forma femininas - todas essas estratégias foram tomadas com o propósito de acelerar o processo de emasculação nos prisioneiros.
Rotina administrativaEditar
Com as celas preenchidas, o diretor cumprimentava os presos e lia as regras da instituição (desenvolvidas pelos guardas e diretor), incluindo a proibição dos nomes de batismo e a utilização apenas dos números de identificação na intenção de despersonalizá-los. Essas regras eram checadas diariamente por três contagens dos indivíduos divididas em cada turno feita pelos guardas, que com o passar do experimento, foram ficando espontânea e progressivamente mais longas.
Diariamente, os prisioneiros tinham direito a três refeições, três visitas supervisionadas ao banheiro e duas horas para ler ou escrever cartas. Eles também recebiam atribuições de trabalho, recebendo certo valor por hora e acumulando 15 dólares por dia.
Semanalmente, eles recebiam dois períodos de visita, direito de assistir filmes e períodos de exercícios. Com o passar do tempo, essas características da rotina foram modificadas ou abandonadas pelos guardas, e alguns privilégios esquecidos pela equipe.
Os dias na prisãoEditar
Como o primeiro dia passou calmamente, nenhum dos experimentadores previu a revolta dos presos logo no segundo dia. Os prisioneiros arrancaram os gorros, se livraram dos números de identificação e trancaram-se dentro das celas, com as camas contra as portas. Os guardas chamaram reforços e resolveram utilizar a força para resolver a situação. Eles então dispararam nas celas com um jato de dióxido de carbono vindo de um extintor de incêndio, depois disso invadiram as celas, despindo os prisioneiros, retirando suas camas e forçando os líderes da rebelião a solitária improvisada da prisão. Com a ameaça da revolta suprimida, os guardas decidiram utilizar "tácticas psicológicas" que se constituíram em criar um grupo de prisioneiros privilegiados. O objetivo era quebrar a solidariedade entre os reclusos, que agora viam os privilegiados como "informantes", causando desconfiança entre os prisioneiros. Outro efeito da revolta foi aproximar mais os guardas, que começaram a ver a prisão simulada não como um experimento, mas sim uma prisão de fato, dessa forma aumentando o assédio e controle sobre os prisioneiros. Menos de 36 horas desde o inicio do experimento, um dos prisioneiros começou a demonstrar sinais de perturbação emocional aguda, choro incontrolável, raiva e pensamentos desorganizados. Mesmo com todos esses sintomas, os experimentadores hesitaram em liberar o detento, temendo que fosse uma encenação para ser libertado da prisão. O detento era o #8612 e foi libertado após uma crise. No dia seguinte, foi organizado um horário onde foram permitidas as visitas de amigos e familiares. Foi permitido aos prisioneiros que tomassem banho, se barbeassem e, então, foram obrigados a limpar e organizar suas celas, tudo com o objetivo de manipular os visitantes para que o ambiente parecesse "agradável". Os visitantes tiveram apenas 10 minutos com a vigilância de um guarda do experimentos.
A seguinte revolta na prisão simulada foi o rumor de um suposto plano de fuga dos detentos. O rumor era de que o prisioneiro #8612, que havia sido libertado no dia anterior, iria reunir um grupo e retornar para libertar os detentos. A reação dos experimentadores foi se preocupar com a segurança da sua prisão, realizando uma reunião para discutirem como impedir a fuga. O Dr. Zimbardo até mesmo procurou o Departamento de Polícia de Palo Alto e pediu a transferência dos prisioneiros do estudo para a antiga prisão, pedido que foi negado. O plano arquitetado pelos pesquisadores foi desmontar a prisão, obter mais guardas, acorrentar, colocar sacos e escondê-los em um depósito até que a invasão ocorresse, para então informar que o experimento tinha sido finalizado e os voluntários haviam sido libertados.
Zimbardo relata seu profundo envolvimento no personagem que interpretava, relatando a seguinte situação: seu ex-colega de quarto, Gordon Bower, pergunta a ele qual a variável independente do experimento. Zimbardo confessa ter sentido raiva a esta pergunta, pois no momento se encontrava preocupado com a possível fuga dos seus prisioneiros. Por fim, o boato se provou falso, causando frustrações nos pesquisadores e guardas. Essa frustração fez com que os guardas aumentassem o nível de assédio e humilhação sob os prisioneiros. Os guardas forçaram os prisioneiros a fazer serviços repetitivos, como limpar os sanitários com as próprias mãos, além de obrigarem os detentos a fazer flexões, polichinelos e aumentavam a duração das contagens para várias horas cada. O Dr. Zimbardo chegou a convidar um padre que havia sido capelão prisional como consultor e também entrevistador para os prisioneiros. A visita do padre confundiu ainda mais a visão dos detentos entre a simulação e a realidade.
O segundo prisioneiro foi libertado logo em seguida, após uma crise emocional, e foi quando o Dr. Zimbardo chegou até ele e disse que aquilo não era uma prisão de verdade, mas sim um experimento. No próximo dia, os pesquisadores reuniram secretários de departamento e estudantes de pós-graduação para compor um “Conselho de Liberdade Condicional” para audiências de liberdade condicional, onde foi questionado aos detentos se abririam mão do dinheiro que tinham ganhado até o momento em troca de sua liberdade.
O último ato de rebelião no experimento foi quando os investigadores chamaram o prisioneiro “suplente” para integrar o grupo dos detentos. Ao contrário dos detentos mais “antigos”, este novo detento se sentiu horrorizado com o tratamento e abuso de poder dos guardas, até mesmo decidindo fazer greve de fome para ser libertado. Os guardas tentaram forçar o detento a comer, e frustrados após várias tentativas fracassadas, o prisioneiro foi levado ao confinamento na solitária por 3 horas.
Na quinta e última noite, alguns dos pais entraram em contato com o Dr. Zimbardo, pedindo que um advogado fosse contratado para que seus filhos fossem soltos. Atendendo a este pedido, um advogado foi até a prisão simulada e entrevistou os detentos com perguntas padrões, mesmo sabendo que se tratava apenas de um experimento.
A simulação foi encerrada no sexto dia, de forma prematura. O Dr.Zimbardo relata ter encerrado o estudo desta forma por duas razões. A primeira foi a descoberta de que o nível de abuso que os guardas cometiam aumentava durante a noite, pois achavam que os pesquisadores não estavam observando, assim, sentiam mais liberdade para degradar os detentos como quisessem. Outro motivo foi a forte objeção de Christina Maslach, Ph.D de Stanford, em relação ao experimento. De 50 ou mais pessoas que se envolveram no estudo, ela foi a única a se revoltar e questionar a moralidade do experimento e dos investigadores. Dessa forma, a simulação da prisão de Stanford foi encerrada. Por fim, os investigadores realizaram diversas sessões de encontros, primeiramente com todos os guardas, depois com os prisioneiros e, finalmente, com todos eles reunidos. O propósito desses encontros era relatar o que haviam observado uns nos outros e em si mesmos, afim de compartilhar as experiências de todos, aproveitando também o momento para discutirem acerca da moral e comportamento registrados no estudo.
Produtos do experimentoEditar
Trinta e seis anos após o fim do experimento, em 2007, Phillip Zimbardo publicou o livro “Efeito Lúcifer: Entendendo como pessoas boas se tornam diabólicas”. O livro utilizou do experimento como base para pesquisas acerca dos fatores psicológicos e sociais que resultam em “atos imorais” vindo de pessoas que são consideradas “morais” ou “boas”. O livro teve uma boa recepção em questão de vendas e recebeu diversas criticas positivas.
No cinema, o experimento foi usado como inspiração três vezes, primeiro no filme alemão Das Experiment, o segundo foi um remake do primeiro, chamado The Experiment e lançado em 2010. Por último, em 2015 foi lançado The Stanford Prison Experiment.
Variáveis analisadasEditar
O experimento da prisão de Stanford tinha a proposta de observar a dinâmica em um ambiente prisional simulado, o comportamento tanto dos ditos prisioneiros e guardas, como seria a interação e adaptação desses grupos isolados e entre si. Eles buscavam analisar se o ambiente do cárcere, as relações de poder e submissão eram capazes de modificar a conduta de pessoas socialmente saudáveis em comportamentos disfuncionais, tão comumente observados no ambiente prisional real, como por exemplo: abuso de poder, torturas etc.
O comportamento do grupo e o desenrolar psico-cognitivo das cobaias eram analisados através de gravações de áudio e vídeo, ou sendo observados diretamente e estudados com testes psicológicos que acompanhavam o progresso - ou regresso - deles durante o experimento.
Linha teóricaEditar
A linha teórica adotada por Philip Zimbardo para a construção do experimento de Stanford é a chamada Teoria da Desindividualização. Ela foi pensada inicialmente pelo psicólogo francês Gustave Le Bon, no ano de 1895, como uma tentativa de entender o comportamento das pessoas quando elas estão sozinhas ou em grupo. Segundo ele, quando indivíduos se juntam em multidões, eles agem de maneiras que não agiriam individualmente. Isso pode incluir comportamentos destrutivos, uma sensação de impunidade e uma tendência maior a comportamentos transgressores, perdendo um pouco da própria identidade dentro do grupo.
Philip Zimbardo, inspirado por Le Bon, expandiu essa ideia em suas pesquisas. Ele explorou como a desindividualização pode levar a comportamentos antissociais. A sua proposta de teoria da desindividualização explora como fatores internos e externos influenciam o comportamento dos indivíduos. Esses fatores incluem anonimato, responsabilidade compartilhada ou difusa, pertencimento a múltiplos grupos e uma percepção alterada do tempo. Quando esses elementos se combinam, eles criam um estado de desindividualização, no qual há uma mudança na auto-percepção e na maneira como os indivíduos vêem os outros, o que resulta em uma redução da auto-observação e da preocupação com a avaliação social. Por outro lado, ele também diz que a desindividualização pode ser promovida pelo aumento da autoconsciência, levando os indivíduos a se verem como entidades distintas dentro do grupo.
Em suma, a desindividualização explorada por Zimbardo refere-se à situação em que os indivíduos agem em grupo sem uma forte percepção de sua própria identidade individual, o que pode levar a comportamentos que vão contra as normas sociais estabelecidas.
Personagens importantesEditar
Philip ZimbardoEditar
Philip G. Zimbardo nasceu em 23 de março de 1933 em Nova York, NY. Formou-se na Brooklyn College e concluiu seu Ph.D. em Yale, Connecticut. Philip sempre teve sua pesquisa focada em entender os fenômenos psicológicos básicos, com atual enfoque para: tempo, loucura, timidez, maldade e ação heroica. Em 1971, inspirado pelo experimento de obediência, realizado por Stanley Milgram, e pelo Experimento de Toyon Hall, realizado por seu aluno David Jaffe, Zimbardo conduziu o Experimento de Aprisionamento de Stanford com a intenção de demonstrar o poder da situação social na distorção da identidade e valores morais do indivíduo, no qual ele atuou como experimentador e superintendente da prisão. Esse experimento levou o pesquisador a desenvolver o livro “The Lucifer Effect: Understanding how good people turn evil” em 2007. Zimbardo foi presidente da American Psychological Association (APA) em 2001, atualmente é professor emérito de Stanford e presidente do Heroic Imagination Project, organização que tem como objetivo aumentar o comportamento heroico entre pessoas comuns.
Christina MaslachEditar
Christina Maslach nasceu em 21 de janeiro de 1946. Formou-se em Harvard-Radcliffe no ano de 1967 e concluiu seu Ph.D. em psicologia social em Stanford no ano de 1971. No mesmo ano, a pesquisadora estava concluindo seu doutorado e era colega de Craig Haney, além de estar envolvida romanticamente com Philip Zimbardo, e nesse contexto presenciou as primeiras ideias do experimento. Maslach visitou o experimento no quinto dia com o objetivo de realizar entrevistas aos guardas e reclusos e se opôs ao comportamento que presenciou na simulação. A pesquisadora foi a única dentre todas as pessoas que viram a prisão e questionar o estatuto moral do acontecimento. Maslach tem como principal foco de pesquisa o burnout causado pelo trabalho, e suas as pesquisas levaram a Organização Mundial da Saúde (OMS) a reconhecer o burnout como uma doença ocupacional na 11 Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11).
Craig HaneyEditar
Craig Heaney foi um importante agente do experimento, visto que ele foi um dos idealizadores junto de Philip Zimbardo e Curtis Banks,. Na época, Haney era um estudante de graduação e tinha interesse em aplicar a psicologia social em questões relacionadas ao crime e punição, muito inspirado pelas lições deixadas por Stanley Milgram sobre a natureza humana. Ele também acreditava que a psicologia social poderia e deveria ser aplicada para a melhora da vida humana, e foi em um curso a respeito disso, ministrado por Zimbardo, que eles começaram a formular a ideia de um experimento baseado na estrutura de uma prisão. Haney foi o responsável pela entrevista dos participantes do experimento e nele teve o papel de “conselheiro psicológico”, o que fez com que periodicamente tivesse contato direto com os prisioneiros. Haney concluiu seu Ph.D em psicologia em Stanford, no ano de 1978. Atualmente, atua como professor de psicologia na Universidade da Califórnia, Santa Cruz, e é um especialista em condições de cárcere.
David JaffeEditar
Apesar de pouco creditado pelo Experimento de Aprisionamento de Stanford, David Jaffe teve um papel crucial em seu desenvolvimento. Jaffe foi responsável por conduzir um experimento que seria apresentado em um seminário para uma aula de Zimbardo, em que simulava uma prisão em seu dormitório. Este experimento ficou conhecido como Experimento de Toyon Hall e, para isso, Jaffe fez diversas pesquisas e conheceu Carlos Prescott, um ex-presidiário que posteriormente viria a ser o consultor principal do Experimento de Aprisionamento de Stanford. Diversos elementos do Toyon Hall podem ser vistos no Experimento de Aprisionamento de Stanford. Jaffe desempenhou o papel de carcereiro no experimento conduzido por Zimbardo. Atualmente, é professor de pediatria na Washington University.
Reproduções do experimentoEditar
Os efeitos de três ambientes prisionais experimentais no comportamento de voluntários não presidiáriosEditar
Em 1979, S. H. Lovibond, Mithiran e Adams ampliaram o Experimento da Prisão de Stanford, estudando os efeitos de possíveis mudanças na organização social de ambientes prisionais. Alguns aspectos do estudo replicaram o Experimento da Prisão de Stanford (por exemplo: os voluntários foram selecionados para investigar possíveis distúrbios psicológicos) e alguns não (por exemplo: os prisioneiros usavam uniformes padrão de prisão).
Três regimes prisionais experimentais foram examinados e comparados utilizando 60 voluntários não-presidiários (todos do sexo masculino), selecionados entre aqueles que responderam a um anúncio de jornal. O regime custodial padrão foi modelado com base em prisões existentes de segurança média a alta. O regime custodial individualizado, mais liberal, permitia aos prisioneiros alguma individualidade e auto respeito, e o regime participativo encorajava os guardas a engajarem em comportamentos construtivos e responsáveis com os prisioneiros.
Cada grupo passou quatro dias na prisão experimental e eram compostos por seis presos e quatro policiais cada um. Os três regimes diferiam significativamente no caráter das relações entre os guardas e os prisioneiros. O regime custodial padrão levou a muita hostilidade entre os prisioneiros e guardas, entretanto, os relacionamentos guarda-prisioneiros nos outros dois regimes foram benéficos e diferentes do observado no Experimento da Prisão de Stanford. Os resultados foram entendidos como mais uma evidência de que as relações hostis e afrontosas nas prisões são uma função da organização social das prisões e não das características pessoais dos participantes, contribuindo com o argumento de que a orientação e características de demanda de Zimbardo e seus co-experimentadores provavelmente desempenharam papel importante no resultado do Experimento da Prisão de Stanford.
BBC Prison StudyEditar
Em 2002, dois psicólogos sociais britânicos, Alex Haslam e Stephen Reicher, realizaram um experimento semelhante ao Experimento da Prisão de Stanford, em parceria com a BBC, que foi filmado e exibido na TV. O estudo tinha como objetivo abordar questões sobre a tirania e a resistência, revisitando as ideias levantadas por Zimbardo em seu experimento.
Para selecionar os candidatos, eles publicaram anúncios em diversos jornais britânicos que pedia a participação de homens em um experimento de Ciências Sociais que seria transmitido na TV. 322 pessoas responderam e passaram por três etapas de triagem, que abordavam critérios éticos e científicos. Após esse processo, restaram 15 homens considerados decentes.
Para garantir que guardas e prisioneiros fossem psicologicamente semelhantes, os psicólogos usaram um procedimento mais rigoroso para separar os grupos. Eles escolheram 10 homens para serem prisioneiros e 5 para serem guardas. Apesar de ser uma prisão fictícia, a diferença de status e poder era real para representar a gama de instituições de poder desigual existentes.
Os principais resultados do estudo revelaram a identificação, organização e poder de grupo. Quando as pessoas partilham de uma identidade comum, isso as levaria a objetivos e valores semelhantes. Por outro lado, quando as pessoas não tem um sentido de identidade comum, não conseguiriam chegar a um acordo sobre valores ou objetivos. Diferindo dos resultados do Experimento da Prisão de Stanford, Haslam e Reicher afirmam que os indivíduos não se adaptam cega ou inconscientemente aos papéis, ao contrário, só agem em termos de um papel quando o enxergam como parte de sua identidade.
Hipóteses e resultados Editar
A hipótese dos pesquisadores era de que mesmo homens considerados “normais” e inteligentes, quando colocados em uma situação em que a relação de poder era bem definida, a de guardas e prisioneiros, apresentariam aumento do comportamento agressivo no caso dos guardas e de comportamento submisso no caso dos prisioneiros.
O resultado do experimento se mostrou favorável à hipótese, visto que o comportamento de passividade dos “prisioneiros” aumentou, e o comportamento agressivo dos “guardas” foi tanto que a situação ultrapassou as expectativas Zimbardo. Houveram ocasiões em que “prisioneiros” foram soltos antes por conta de crises e outros efeitos emocionais que a experiência causou neles. A situação ficou tão fora de controle que o experimento teve que ser encerrado antes do tempo de duração que havia sido estipulado.
CríticasEditar
Erich FrommEditar
O escritor e psicanalista Erich Fromm está entre os primeiros críticos do Experimento de Aprisionamento de Stanford em seu livro "The Anatomy Of Human Destructiveness", e levanta alguns consideráveis pontos argumentativos em sua crítica, tais como a imprecisão na formulação dos dados da pesquisa, a falta de uma avaliação autocrítica dos resultados e a falha em checar seus resultados com prisões reais do mesmo tipo.
Fromm começa a parte essencial de sua crítica comentando sobre a desnecessária imprecisão nas informações da pesquisa publicada, onde Haney, Banks e Zimbardo detalham o comportamento dos “guardas”, o que implica na tese crucial do experimento, usando palavras como “alguns” ou “poucos” para quantificá-los. Fromm considera este um erro banal, visto que na publicação anterior do experimento, a qual teve acesso, foi dada a estimativa de um terço de guardas serem considerados sádicos.
Fromm também contesta a interpretação dos idealizadores sobre o experimento. Segundo ele, o estudo não prova que o ambiente prisional pode transformar pessoas em sádicos, na verdade, o crítico exclama que o estudo prova o contrário, visto que dois terços dos guardas não praticaram atos de sadismo por prazer pessoal, provando que não é tão fácil transformar pessoas apenas fornecendo a situação adequada. Além disso, o autor pontua que os experimentadores não levaram em consideração a diferença entre agir de acordo com regras sádicas e desfrutar da crueldade.
Fromm encontra outro problema, dessa vez na seleção dos sujeitos de estudo. Para começar, ele não acredita que a avaliação psicológica feita pelos experimentadores tenha sido suficientemente eficaz para identificar traços sádicos ou masoquistas nos sujeitos. Da perspectiva psicanalítica, esses traços de personalidade podem ser completamente inconscientes, portanto, apenas um experimentador com experiência nos processos da inconsciência poderia aplicar e interpretar os testes (projetivos) corretamente. Além disso, a completa ausência de sujeitos sem predisposições sádicas contradiz estudos citados pelo autor , os quais garantem que a porcentagem de sádicos inconscientes na sociedade não é zero. De qualquer maneira, o autor afirma que a inexistência dessa categoria indica a falha dos testes aplicados.
O autor também acredita que a dificuldade dos prisioneiros em distinguir a realidade do personagem que esses interpretavam não aconteceu de forma orgânica. Ele indica que a confusão surge por algumas circunstâncias:
- As condições contratuais não entraram em acordo com a realidade já que os indivíduos não poderiam esperar encontrar uma atmosfera tão degradante e humilhante quanto a da prisão encenada.
- o envolvimento da polícia não era esperado por eles, visto a raridade da presença destes em estudos universitários, fazendo com que os sujeitos não compreendessem se estavam sendo realmente presos ou levados para a experimentação.
- A falta de esclarecimento em relação ao abandono do experimento. O autor relata que não encontrou menções no artigo dos idealizadores informando o direito dos sujeitos em desistir do experimento e, na verdade, quando a saída foi requisitada, os pesquisadores dificultaram sua efetivação.
Segundo o crítico, é por causa destes fatores que a conclusão sobre a indistinção da realidade pelos sujeitos prisioneiros não pode ser levada em conta.
Por último, Fromm critica a falta de checagem de seus resultados em prisões reais. Para o autor, o fato de terem apenas um ex-presidiário e um padre de cadeia como consultores e testemunhas de que as evidências encontradas correspondem com o que acontece em prisões reais não é o suficiente. o crítico declara que os experimentadores deveriam, por exemplo, fazer uma série de entrevistas com vários ex-presidiários. Além disso, conclui que os pesquisadores do projeto deveriam ter delimitado e apresentado a porcentagem de prisões equivalentes à que eles se propuseram replicar nos Estados Unidos.
Banuazizi e MovahediEditar
Banuazizi e Movahedi são os autores do artigo "Interpersonal dynamics in a simulated prison: A methodological analysis". Nesse artigo, os pesquisadores se propõem a analisar criticamente os principais aspectos do Experimento de aprisionamento de Stanford e produzir uma pesquisa a fim de provar seus pontos. Eles questionam a verossimilidade da prisão simulada em comparação à realidade e as possíveis características de demanda existentes no comportamento dos sujeitos.
Os autores concordam que, morfologicamente, a prisão simulada era realmente plausível ao compará-la com uma real, porém eles trazem à luz o significado simbólico de algumas características da prisão para os sujeitos de estudo e clamam não terem sido considerados pelos experimentadores. Segundo eles, essas características podem ser interpretadas diferentemente dependendo da pessoa e do contexto que estão inserida. Na experimentação, por exemplo, os sujeitos prisioneiros precisam usar toucas de nylon como uma adaptação das cabeças raspadas na prisão, porém, enquanto a raspagem seria "ruim" para um prisioneiro real, a touca seria um simples lembrete da permanência do sujeito em um experimento científico, algo honroso e que expõe sua bravura. Portanto, segundo os escritores, as condições e processos de uma prisão real, replicadas funcionalmente na prisão simulada, não foram interpretadas pelos sujeitos de estudo da mesma forma que são interpretadas por prisioneiros reais.
Os escritores continuam sua crítica, comentando sobre as dificuldades de interpretação e características de demanda. Segundo eles, apesar de Zimbardo argumentar que seus sujeitos de estudo tiveram sua realidade transformada usando a situação em que dois prisioneiros aceitaram abdicar do dinheiro ganho pela liberdade condicional, os autores exclamam que os sujeitos não pedem para sair do experimento, mas sim da prisão simulada. Segundo eles, sair da prisão, seja por intermédio de fuga ou liberdade condicional, não dispensaria os sujeitos do experimento em si, visto que os mesmos ainda estariam atuando como prisioneiros, fazendo apenas o que é senso comum sobre seu comportamento. Desse modo, os autores apontam essas como evidências de uma hipótese ad hoc fabricada pelos experimentadores sobre a mudança de realidade dos sujeitos. Portanto, Banuazizi e Movahedi concluem que os experimentadores falham em sua tentativa de provar a transformação da realidade dos sujeitos e a irrelevância das características de demanda em seu trabalho, por não serem capazes de distinguir a prisão simulada do experimento em si.
Haslam e ReicherEditar
Haslam e Reicher conduziram um experimento para a BBC baseado no Experimento de aprisionamento de Stanford. No artigo "Rethinking the Psychology of Tyranny", eles criticam especificamente como Zimbardo conduziu o experimento. Segundo eles, a participação de Zimbardo foi de instrução aos guardas, levando-os ao sadismo quando dava instruções para acabar com a individualidade dos prisioneiros e incentivava a tomar o poder. Esse envolvimento teria, para eles, colocado em questão a validade interna de suas análises.
Carlo PrescottEditar
Carlo Prescott foi um dos consultores do Experimento de Aprisionamento de Stanford, o qual, mais tarde, relatou ao jornal universitário Stanford Daily seu arrependimento em ter participado. Segundo ele, o experimento foi um exercício teatral feito para absolver certos indivíduos de responsabilidades por suas escolhas morais e confessa que as atitudes de sadismo dos guardas foram inspiradas por seu tempo como detento em uma prisão real ,e não genuinamente ideia dos sujeitos. Considerando assim o experimento inválido e um erro pessoal.
Peter GrayEditar
O psicólogo Peter Gray, em seu blog no site Psychology Today, leva em consideração as críticas feitas por Banuazizi e Movahedi e Carlo Prescott para construir sua própria. Assim como os citados acima, ele acredita que o comportamento sádico dos guardas foi guiado por características de demanda, e também o dos prisioneiros nos primeiros dias de estudo (revoltas e planejamento de fugas), mas foram subsequentemente afetados pelas ações dos guardas e exaustão (passividade e desejo de sair). Gray indica que o resultado seria óbvio e contesta a necessidade do experimento e, por fim, expõe sua descrença em simulações para representar experiências reais de guardas e prisioneiros.
Ver tambémEditar
ReferênciasEditar
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AutoriaEditar
Verbete criado inicialmente por Mariana Souza Rodrigues, Vitoria Amaral de Oliveira, Izabella Simões da Cruz, Bruna Lenaz dos Santos, Evelyn de Carvalho e Alice Nascimento Moraes Fernandes, como exigência parcial para disciplina de História da Psicologia da UFF de Rio das Ostras. Criado em 2024.1, publicado em 2024.1.