Introspecção: mudanças entre as edições

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Etimologicamente, o termo “introspecção” — do latim “ato de olhar para dentro” — sugere um processo perceptivo ou quase perceptivo. Locke escreve que temos uma faculdade de “Percepção da Operação de nossa própria Mente” que, “embora não seja Sentido, não tem nada a ver com Objetos externos; no entanto, é muito parecida, e poderia ser adequadamente chamada de Sentido interno” (1690[1975, 105] itálico suprimido). Kant (1782/1997) diz que temos um “sentido interno” pelo qual aprendemos sobre aspectos mentais de nós mesmos que é, de maneira importante, paralelo ao “sentido externo” pelo qual aprendemos sobre objetos externos.
Etimologicamente, o termo “introspecção” — do latim “ato de olhar para dentro” — sugere um processo perceptivo ou quase perceptivo. Locke escreve que temos uma faculdade de “Percepção da Operação de nossa própria Mente” que, “embora não seja Sentido, não tem nada a ver com Objetos externos; no entanto, é muito parecida, e poderia ser adequadamente chamada de Sentido interno” (1690[1975, 105] itálico suprimido). Kant (1782/1997) diz que temos um “sentido interno” pelo qual aprendemos sobre aspectos mentais de nós mesmos que é, de maneira importante, paralelo ao “sentido externo” pelo qual aprendemos sobre objetos externos.


Mas o que significa dizer que a introspecção é como a percepção? Em que aspectos? Como Shoemaker (1994a, 1994b, 1994c) aponta, em vários aspectos a introspecção é plausivelmente ''diferente'' da percepção. Por exemplo, a introspecção não envolve um órgão específico como o olho ou o ouvido (embora, como observa Armstrong 1968, nem a propriocepção corporal). Tanto amigos quanto inimigos das abordagens de auto-detecção tendem a concordar que a introspecção não envolve uma fenomenologia distinta de “aparências introspectivas” (Shoemaker 1994a, 1994b, 1994c; Lycan 1996; Rosenthal 2001; Siewert 2012): A experiência visual da vermelhidão tem uma qualidade sensorial ou fenomenologia distinta que seria difícil ou impossível de transmitir a uma pessoa cega; analogamente à experiência olfativa de sentir o cheiro de uma banana, a uma experiência auditiva de ouvir um órgão de tubos, a experiência de tocar algo dolorosamente quente. Para ser análoga à experiência sensorial nesse respeito, a introspecção teria que gerar uma fenomenologia analogamente distinta — alguma fenomenologia quase sensorial além, digamos, da fenomenologia visual de ver o vermelho que é a fenomenologia da ''aparência introspectiva'' da fenomenologia visual do ver o vermelho. Isso parece exigir duas camadas de aparência na percepção sensorial assistida introspectivamente: uma aparência visual do objeto externo e uma aparência introspectiva dessa aparência visual. (Isso não quer dizer, no entanto, que a introspecção, ou pelo menos a introspecção consciente, não envolva algum tipo de “fenomenologia cognitiva” — se existe tal coisa — do tipo que acompanha os pensamentos conscientes em geral: Veja Bayne e Montague, eds., 2011.)
Mas o que significa dizer que a introspecção é como a percepção? Em que aspectos? Como Shoemaker (1994a, 1994b, 1994c) aponta, em vários aspectos a introspecção é plausivelmente ''diferente'' da percepção. Por exemplo, a introspecção não envolve um órgão específico como o olho ou o ouvido (embora, como observa Armstrong 1968, nem a propriocepção corporal). Tanto amigos quanto inimigos das abordagens de auto-detecção tendem a concordar que a introspecção não envolve uma fenomenologia distinta de “aparências introspectivas” (Shoemaker 1994a, 1994b, 1994c; Lycan 1996; Rosenthal 2001; Siewert 2012): A experiência visual da vermelhidão tem uma qualidade sensorial ou fenomenologia distinta que seria difícil ou impossível de transmitir a uma pessoa cega; analogamente à experiência olfativa de sentir o cheiro de uma banana, a uma experiência auditiva de ouvir um órgão de tubos, a experiência de tocar algo dolorosamente quente. Para ser análoga à experiência sensorial nesse respeito, a introspecção teria que gerar uma fenomenologia analogamente distinta — alguma fenomenologia quase sensorial além, digamos, da fenomenologia visual de ver o vermelho que é a fenomenologia da ''aparência introspectiva'' da fenomenologia visual do ver o vermelho. Isso parece exigir duas camadas de aparência na percepção sensorial assistida introspectivamente: uma aparência visual do objeto externo e uma aparência introspectiva dessa aparência visual. (Isso não quer dizer, no entanto, que a introspecção, ou pelo menos a introspecção consciente, não envolva algum tipo de “fenomenologia cognitiva” — se existe tal coisa — do tipo que acompanha os pensamentos conscientes em geral: Veja Bayne e Montague, eds., 2011.).


Os defensores contemporâneos de modelos quase perceptivos de introspecção admitem a existência de tais desanalogias (por exemplo, Lycan 1996). Podemos considerar um processo introspectivo como sendo quase perceptivo ou. menos contenciosamente, como um modelo de "auto-detecção", se atender às cinco primeiras condições descritas na Seção 1.1 — isto é, a condição de mentalidade, a condição de primeira pessoa, a condição de proximidade temporal, a condição de franqueza e a condição de detecção. Um aspecto da condição de detecção merece ênfase especial aqui: essa condição requer a independência ontológica do estado mental alvo e o julgamento introspectivo — os dois estados serão causalmente conectados (assumindo que tudo correu bem) mas não ''constitutivamente'' conectados. (Shoemaker 1994a, 1994b, 1994c) chama modelos de autoconhecimento que atendem a esse aspecto da condição de detecção de modelos “perceptivos amplos”.) Talvez em um entendimento liberal de “detecção” que não requer independência ontológica, contenção ou outros componentes da introspecção (veja a Seção 2.3.1 abaixo) possam ser qualificados como algo que envolve a “detecção”. Entretanto, não é assim que a “detecção” está sendo usada na taxonomia atual.
Os defensores contemporâneos de modelos quase perceptivos de introspecção admitem a existência de tais desanalogias (por exemplo, Lycan 1996). Podemos considerar um processo introspectivo como sendo quase perceptivo ou. menos contenciosamente, como um modelo de "auto-detecção", se atender às cinco primeiras condições descritas na Seção 1.1 — isto é, a condição de mentalidade, a condição de primeira pessoa, a condição de proximidade temporal, a condição de franqueza e a condição de detecção. Um aspecto da condição de detecção merece ênfase especial aqui: essa condição requer a independência ontológica do estado mental alvo e o julgamento introspectivo — os dois estados serão causalmente conectados (assumindo que tudo correu bem) mas não ''constitutivamente'' conectados. (Shoemaker 1994a, 1994b, 1994c) chama modelos de autoconhecimento que atendem a esse aspecto da condição de detecção de modelos “perceptivos amplos”.) Talvez em um entendimento liberal de “detecção” que não requer independência ontológica, contenção ou outros componentes da introspecção (veja a Seção 2.3.1 abaixo) possam ser qualificados como algo que envolve a “detecção”. Entretanto, não é assim que a “detecção” está sendo usada na taxonomia atual.
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Há também conflitos em Dennett (embora Dennett possa não ter uma visão totalmente consistente sobre estes assuntos; veja Schwitzgebel 2007) que sugerem uma visão ou de auto-satisfação ou de auto-modelagem. Em alguns lugares, Dennett compara autorrelatos “introspectivos” sobre a consciência às obras de ficção, imunes à refutação da mesma forma que as afirmações fictícias — alguém não poderia errar mais sobre a própria consciência, diz Dennett, do que Doyle poderia errar sobre a cor da poltrona de Sherlock Holmes (por exemplo, 1991, 81, 94). Tais observações são consistentes ou com uma visão anti-realista da ficção (não há fatos sobre a poltrona ou sobre a consciência; veja 366-367) ou com uma visão realista auto-satisfatória ou auto-modeladora (Doyle ''cria'' fatos sobre Holmes enquanto pensa ou escreve sobre ele; nós criamos fatos sobre o que somos pensando ou fazendo afirmações sobre nossa consciência, como talvez em 81 e 94). Mais moderadamente, ao discutir atitudes, Dennett enfatiza como o ato de formular uma atitude em linguagem — por exemplo, ao pedir um item do menu — pode envolver auto-atribuir um grau de especificação em suas atitudes que não estavam presentes antes, comprometendo assim, e parcial ou totalmente criando, uma atitude auto-atribuída específica (1987, 20).
Há também conflitos em Dennett (embora Dennett possa não ter uma visão totalmente consistente sobre estes assuntos; veja Schwitzgebel 2007) que sugerem uma visão ou de auto-satisfação ou de auto-modelagem. Em alguns lugares, Dennett compara autorrelatos “introspectivos” sobre a consciência às obras de ficção, imunes à refutação da mesma forma que as afirmações fictícias — alguém não poderia errar mais sobre a própria consciência, diz Dennett, do que Doyle poderia errar sobre a cor da poltrona de Sherlock Holmes (por exemplo, 1991, 81, 94). Tais observações são consistentes ou com uma visão anti-realista da ficção (não há fatos sobre a poltrona ou sobre a consciência; veja 366-367) ou com uma visão realista auto-satisfatória ou auto-modeladora (Doyle ''cria'' fatos sobre Holmes enquanto pensa ou escreve sobre ele; nós criamos fatos sobre o que somos pensando ou fazendo afirmações sobre nossa consciência, como talvez em 81 e 94). Mais moderadamente, ao discutir atitudes, Dennett enfatiza como o ato de formular uma atitude em linguagem — por exemplo, ao pedir um item do menu — pode envolver auto-atribuir um grau de especificação em suas atitudes que não estavam presentes antes, comprometendo assim, e parcial ou totalmente criando, uma atitude auto-atribuída específica (1987, 20).


Teorias ''comissivas'' de autoconhecimento também envolvem auto-modelagem, mas não uma forma de auto-moldagem na qual o julgamento introspectivo traz à existência um estado alvo ontologicamente distinto, mas sim um tipo de auto-modelagem que envolve um componente de auto-satisfação ou contenção similar ao discutido na Seção 2.3.1 acima. Moran (2001), por exemplo, argumenta que normalmente quando somos levados a pensar no que acreditamos, desejamos ou tencionamos (e ele limita sua tese principalmente a estes três estados mentais), refletimos sobre os fenômenos (externos) em questão e decidimos no que acreditar, desejar ou fazer. Em vez de tentar detectar um estado pré-existente, abrimos ou reabrimos o caso e chegamos a uma resolução. Visto que normalmente acreditamos, desejamos e tencionamos o que resolvemos acreditar, desejar e fazer, podemos, portanto, atribuir com precisão essas atitudes. Coliva (2016) argumenta que a auto-atribuição “Eu acredito que ''P''" é como uma declaração performativa na medida em que constitui um comentário à crença que ''P'' (veja também Wright 1989; Falvey 2000; Heal 2002; Boyle 2009, no prelo.)
Teorias ''comissivas'' de autoconhecimento também envolvem auto-modelagem, mas não uma forma de auto-moldagem na qual o julgamento introspectivo traz à existência um estado alvo ontologicamente distinto, mas sim um tipo de auto-modelagem que envolve um componente de auto-satisfação ou contenção similar ao discutido na Seção 2.3.1 acima. Moran (2001), por exemplo, argumenta que normalmente quando somos levados a pensar no que acreditamos, desejamos ou tencionamos (e ele limita sua tese principalmente a estes três estados mentais), refletimos sobre os fenômenos (externos) em questão e decidimos no que acreditar, desejar ou fazer. Em vez de tentar detectar um estado pré-existente, abrimos ou reabrimos o caso e chegamos a uma resolução. Visto que normalmente acreditamos, desejamos e tencionamos o que resolvemos acreditar, desejar e fazer, podemos, portanto, atribuir com precisão essas atitudes. Coliva (2016) argumenta que a auto-atribuição “Eu acredito que ''P''" é como uma declaração performativa na medida em que constitui um comentário à crença que ''P'' (veja também Wright 1989; Falvey 2000; Heal 2002; Boyle 2009, no prelo).


==== Expressivismo ====
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==== Variedades de Perfeição: Infalibilidade, Indubitabilidade, Incorrigibilidade e Auto-sugestão ====
==== Variedades de Perfeição: Infalibilidade, Indubitabilidade, Incorrigibilidade e Auto-sugestão ====
Uma tradição filosófica substancial, que remonta, pelo menos, a Descartes (1637/1985; 1641/1984; também a Augustine c. 420 C.E. /1998), atribui uma espécie de perfeição epistêmica a pelo menos alguns de nossos julgamentos (ou pensamentos, crenças ou conhecimentos) sobre nossas próprias mentes — infalibilidade, indubitabilidade, incorrigibilidade, ou auto-sugestão. Considere o julgamento (pensamento, crença, etc.) que ''P'', onde ''P'' é uma proposição que se auto-atribui um estado ou processo mental (por exemplo, ''P'' pode ser ''eu estou com dor'', ou ''acredito que esteja nevando'', ou ''estou pensando em um dachshund''). O julgamento que ''P'' é ''infalível'' apenas no caso, se eu fizer esse julgamento, de não ser possível que ''P'' seja falso. É ''indubitável'' apenas no caso, se eu fizer o julgamento, de não ser possível que eu duvide da verdade de P. É ''incorrigível'' apenas no caso, se eu fizer o julgamento, de não ser possível para ninguém mais mostrar que ''P'' é falso. E é ''auto-sugestivo'' se não for possível que ''P'' seja verdadeiro sem que eu chegue ao julgamento (pensamento, crença, etc.) de que é verdadeiro. Note que a direção da implicação para o último desses é o inverso dos três primeiros. Infalibilidade, indubitabilidade e incorrigibilidade, todas têm a forma: “Se eu julgo (penso, acredito, etc.) que ''P'', então …”, enquanto a auto-sugestão tem a forma: “Se ''P'', então eu julgo (penso, acredito, etc.) que ''P''”. Todas as quatro teses também admitem o enfraquecimento ao acrescentar condições à cláusula “se” antecedente (por exemplo, “Se eu julgo que ''P'' como resultado de processos introspectivos normais, então …”). (Veja Alston 1971 para uma dissecação útil dessas distinções; todos admitem variações e nuances. Note também que alguns filósofos [por exemplo., Ayer 1936/1946; Armstrong 1963; Chalmers 2003; Tye 2009] usam “incorrigibilidade” para significar infalibilidade, como aqui definido, enquanto outros [por exemplo., Ayer 1963; Alston 1971; Rorty 1970; Dennett 2000] usam com o significado mais etimologicamente específico de [algo como] “incapaz de correção”.)
Uma tradição filosófica substancial, que remonta, pelo menos, a Descartes (1637/1985; 1641/1984; também a Augustine c. 420 C.E. /1998), atribui uma espécie de perfeição epistêmica a pelo menos alguns de nossos julgamentos (ou pensamentos, crenças ou conhecimentos) sobre nossas próprias mentes — infalibilidade, indubitabilidade, incorrigibilidade, ou auto-sugestão. Considere o julgamento (pensamento, crença, etc.) que ''P'', onde ''P'' é uma proposição que se auto-atribui um estado ou processo mental (por exemplo, ''P'' pode ser ''eu estou com dor'', ou ''acredito que esteja nevando'', ou ''estou pensando em um dachshund''). O julgamento que ''P'' é ''infalível'' apenas no caso, se eu fizer esse julgamento, de não ser possível que ''P'' seja falso. É ''indubitável'' apenas no caso, se eu fizer o julgamento, de não ser possível que eu duvide da verdade de P. É ''incorrigível'' apenas no caso, se eu fizer o julgamento, de não ser possível para ninguém mais mostrar que ''P'' é falso. E é ''auto-sugestivo'' se não for possível que ''P'' seja verdadeiro sem que eu chegue ao julgamento (pensamento, crença, etc.) de que é verdadeiro. Note que a direção da implicação para o último desses é o inverso dos três primeiros. Infalibilidade, indubitabilidade e incorrigibilidade, todas têm a forma: “Se eu julgo (penso, acredito, etc.) que ''P'', então …”, enquanto a auto-sugestão tem a forma: “Se ''P'', então eu julgo (penso, acredito, etc.) que ''P''”. Todas as quatro teses também admitem o enfraquecimento ao acrescentar condições à cláusula “se” antecedente (por exemplo, “Se eu julgo que ''P'' como resultado de processos introspectivos normais, então …”). (Veja Alston 1971 para uma dissecação útil dessas distinções; todos admitem variações e nuances. Note também que alguns filósofos [por exemplo., Ayer 1936/1946; Armstrong 1963; Chalmers 2003; Tye 2009] usam “incorrigibilidade” para significar infalibilidade, como aqui definido, enquanto outros [por exemplo., Ayer 1963; Alston 1971; Rorty 1970; Dennett 2000] usam com o significado mais etimologicamente específico de [algo como] “incapaz de correção”).


Descartes (1641/1984) notoriamente endossou a indubitabilidade do “eu acho”, que ele estende também a estados mentais como dúvida, compreensão, afirmação, e parece ter percepções sensoriais. Ele também parece afirmar que o pensamento ou afirmação de que eu estou em tais estados é infalivelmente verdadeiro, pelo menos se esse pensamento for claro e distinto. Ele foi seguido nisso — especialmente por seu infalibilismo — por Locke (1690 [1975]), Hume (1739 [1978]), pensadores do século XX, como Husserl (1913 [1982]), Ayer (1936 [1946], 1963), Lewis (1946), e o início de Shoemaker (1963), e muitos outros. Os argumentos históricos de indubitabilidade e infalibilidade tenderam a centrar-se em apelos intuitivos à aparente impossibilidade de duvidar ou errar sobre questões como a de se alguém está tendo um pensamento com certo conteúdo ou se está experienciando dor ou tendo uma experiência visual como a de ver vermelho.
Descartes (1641/1984) notoriamente endossou a indubitabilidade do “eu acho”, que ele estende também a estados mentais como dúvida, compreensão, afirmação, e parece ter percepções sensoriais. Ele também parece afirmar que o pensamento ou afirmação de que eu estou em tais estados é infalivelmente verdadeiro, pelo menos se esse pensamento for claro e distinto. Ele foi seguido nisso — especialmente por seu infalibilismo — por Locke (1690 [1975]), Hume (1739 [1978]), pensadores do século XX, como Husserl (1913 [1982]), Ayer (1936 [1946], 1963), Lewis (1946), e o início de Shoemaker (1963), e muitos outros. Os argumentos históricos de indubitabilidade e infalibilidade tenderam a centrar-se em apelos intuitivos à aparente impossibilidade de duvidar ou errar sobre questões como a de se alguém está tendo um pensamento com certo conteúdo ou se está experienciando dor ou tendo uma experiência visual como a de ver vermelho.