Escala de inteligência Binet-Simon: mudanças entre as edições

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A Escala Binet-Simon foi criada em 1905 por [[Alfred Binet]] e [[Théodore Simon]], em Paris. Ela tinha cunho psicopedagógico e objetivava mensurar a capacidade mental, no lugar da aprendizagem escolar, para identificar as crianças que deveriam ser colocadas em programas especiais de educação. [[Alfred Binet|Binet]] foi escolhido pelo governo francês, em 1904, devido seus estudos preliminares na área de aprendizagem de crianças "anormais".  
A Escala de Inteligência Binet-Simon é um instrumento de avaliação psicológica criado em 1905 por [[Alfred Binet]] e [[Théodore Simon]], em Paris. A escala tem orientação psicopedagógica e objetiva mensurar a capacidade mental do escolar para identificar as crianças que seriam inseridas em programas especiais de educação. Ele foi desenvolvido a partir de provas e pequenos testes criados por Binet nos anos anteriores e seus resultados estabelecem uma relação entre idade cronológica e idade mental. É o primeiro teste mental de sucesso mundial e um dos mais utilizados no mundo.  
==História==
==História==
===Apresentação do autor===
===Apresentação do autor===
[[Alfred Binet]], famoso pelos seus feitos na área da psicometria, nasceu no dia 8 de julho de 1857, em Nice. Entretanto, passou grande parte da sua trajetória de vida em Paris. Ele morreu aos 54 anos de derrame, em 1911.Seu avô e seu pai eram médicos e sua mãe, Madame Moina Binet, era pintora.  
Alfred Binet, famoso pelos seus feitos na área da psicometria, nasceu no dia oito de julho de 1857, em Nice, na França. Entretanto, durante sua trajetória de vida, passou grande parte dela em Paris, morrendo de derrame em 1911, aos 54 anos.


[[Alfred Binet|Binet]] começou sua vida acadêmica atuando na área de advocacia em 1878, mas não deu continuidade. Ingressou, então, nos estudos no Hospital da Salpetrière de 1883 até 1889. Seu interesse em psicologia inicia em 1870, sendo no início autodidata.  
Seu avô e seu pai eram médicos, e sua mãe, Madame Moina Binet, era pintora. Binet começou sua vida acadêmica atuando na área de advocacia em 1878, mas não deu continuidade. Ingressou, então, de 1883 até 1889, os estudos no Hospital da Salpetrière. Seu interesse em psicologia, no entanto, inicia em 1870, sendo, no início, um autodidata.  


Sua primeira publicação na área da psicologia foi acerca de fusão de sensação similares (1870), mas não se aprofundou nesta questão devido as críticas que obteve do médico e psicólogo Joseph Delboeu. [[Alfred Binet|Binet]] continuou seus estudos no ramo da psicologia, quando quando se deparou com as vertentes do associacionismo, acreditando que poderia se explicar todos os fenômenos da mente a partir dessa visão. Assim, publica o livro ''La Psychologie Du Raisonnement''”, em 1886.  
Sua primeira publicação na área da psicologia foi acerca de fusão de sensações similares (1870). Entretanto, não se aprofundou, visto as críticas que obteve do médico e psicólogo Joseph Delboeu. Binet continua seus estudos no ramo da psicologia quando se depara com as vertentes do associacionismo, acreditando que poderia se explicar todos os fenômenos da mente a partir dessa visão. Assim, publica o livro, em 1886, ''La Psychologie Du Raisonnement''.  


Durante o período que [[Alfred Binet|Binet]] continuava seus aprendizados no Hospital da Salpetrière, ele estudou com Charles Feré e Jean-Martin Charcot e juntos pesquisaram sobre Hipnose, a qual era conhecida como Magnetismo Animal naquela época. Eles lançaram a obra “''Le magnéstisme animal''” em 1887 e realizaram uma apresentação a fim de demonstrar suas descobertas. Porém, uma das pessoas presentes na platéia era o crítico Joseph Delboeu, o qual retratou que não havia realmente uma hipnose, mas uma encenação, desencadeando um enorme ceticismo. [[Alfred Binet|Binet]] e Feré admitem e, assim, [[Alfred Binet|Binet]] encerra os estudos no Hospital da Salpetrière.  
 Durante o período que Binet estudou no Hospital, ele estudou com Charles Féré e [[Jean-Martin Charcot]], com quem pesquisou sobre a hipnose, conhecido à época como Magnetismo Animal. Lançaram a obra “''Le magnéstisme animal''” em 1887. Realizaram também uma apresentação a fim de demonstrar suas descobertas, porém uma das pessoas da plateia era o crítico Joseph Delboeu que retratou que não havia realmente uma hipnose, mas uma encenação. Binet e Féré admitem o erro e, assim, Binet encerra os estudos no Hospital da Salpetrière.


Após o episódio constrangedor, [[Alfred Binet|Binet]] afasta-se da área acadêmica, mas continua praticando a psicologia ao aplicar em suas filhas, Madeleine (1885) e Alice (1887), testes psicológicos inspirados em Francis Galton e James Catell. [[Alfred Binet|Binet]], então, observou inconstâncias nos testes já publicados e iniciou o desenvolvimento do próprio teste.  
Após o episódio constrangedor, Binet afasta-se da área acadêmica, mas continua praticando a psicologia ao aplicar em suas filhas Madeleine (1885) e Alice (1887) testes psicológicos inspirados em [[Francis Galton]] e [[James Cattell]]. Alguns dos pontos que estabeleceu ao testar suas filhas é de que há diferenças entre a inteligência infantil e adulta. Ademais, a personalidade era um fator de influência.


Alguns dos pontos que estabeleceu ao testar suas filhas é de que há diferenças entre a inteligência infantil e adulta. Ademais, a personalidade era um fator de influência.  
Assim, Binet foi estudando a psicometria de forma particular até que reencontra Henri Beaunis, um dos que mais havia criticado sua apresentação com Charles Féré. Após acertadas as diferenças, Binet começou a trabalhar como seu assistente. Logo em 1895, Alfred assume o cargo de diretor do laboratório de psicologia da Sorbonne.


Assim, [[Alfred Binet|Binet]] foi estudando a psicometria de forma particular, até que reencontrou Henri Beaunis, um dos que mais havia criticado sua apresentação com Charles Feré. Após acertadas as diferenças, [[Alfred Binet|Binet]] começou a trabalhar como seu assistente e desenvolveu uma famosa revista para a psicologia francesa em 1894. Já em 1895, [[Alfred Binet|Alfred]] assume o cargo de diretor do laboratório da Sorbonne.  
Enquanto diretor do laboratório, contou com o auxílio de Victor Henri para realizar pesquisas com foco em uma psicologia individual e, para isso, estudou os processos mentais superiores através de diversos testes.


Como diretor, ele contou com a ajuda de Vitor Henri para realizar pesquisas com foco em uma psicologia individual e, para isso, estudou os processos mentais superiores através de diversos testes.  
Vale ressaltar que suas pesquisas realizadas com base nas suas filhas e testadas em diversos locais em Paris que foram publicados em “''L'étude expérimentale de l'intelligence''” (1903) e o seus estudos com Henri trazem de volta sua credibilidade. Dessa forma, Alfred Binet torna-se vice-presidente da ''Société Libre pour l'Étude Psychologique de l'Enfant'', que possui ênfase no estudo de crianças ditas como “normais” e “anormais”.


Vale ressaltar que suas pesquisas realizadas com base no estudo de suas filhas e testadas em diversos locais em Paris foram publicados em “''L'étude expérimentale de l'intelligence''” (1903) e o seus feitos com Henri trouxeram de volta sua credibilidade. Dessa forma, [[Alfred Binet]] torna-se vice-presidente da ''Société Libre'' pour ''l'Étude Psychologique de l'Enfant,'' que possui ênfase no estudo de crianças ditas normais e anormais.  
Em 1904, Binet foi convidado pelo governo francês para ser membro do comitê ministerial, com o objetivo de adequar a questão das crianças consideradas atípicas e para organizar o sistema educacional. Binet aceita o convite e, junto com o seu parceiro de estudo desde 1892, Théodore Simon, criam a famosa escala Binet-Simon. Tal escala organiza e classifica as crianças conforme suas idades mentais resultantes dos testes aplicados. A escala foi revisada duas vezes, sendo a primeira em 1908 e a segunda em 1911, ano de sua morte inesperada.


Em 1904, [[Alfred Binet|Binet]] foi convidado pelo governo Francês para ser membro do comitê ministerial, com o objetivo de adequar a questão das crianças ditas anormais e para organizar o sistema educacional. [[Alfred Binet|Binet]] aceita e junto com [[Théodore Simon]], seu parceiro de estudo desde 1892, criam a famosa escala Binet-Simon. Tal escala organizava e classificava as crianças conforme suas idades mentais resultantes dos testes aplicados. A escala foi revisada duas vezes, sendo a primeira em 1908 e a segunda em 1911, ano da morte inesperada de [[Alfred Binet]].
 
===Contexto europeu===
===Desenvolvimento da escala Binet-Simon===
Para compreender o porquê do surgimento dos testes, é preciso ressaltar a questão do cenário europeu e mundial. A psicometria surgiu numa época em que era visada a padronização do homem por uma questão de controle social, de guerra e de trabalho. A revolução industrial foi extremamente importante para esse contexto de testes psicológicos, pois, além da padronização dos trabalhadores na linha de produção, testes de inteligência eram utilizados a fim de determinar quem obteria os cargos mais altos e mais complexos. Além disso, era uma forma de disseminar uma sociedade segregadora, visto que correntes eugênicas e higienistas eram predominantes naquele cenário, possuindo os testes também cunho racista apoiado em um darwinismo social.  
A Escala Binet-Simon foi o resultado de mais de 12 anos de pesquisas iniciadas em 1892, após Théodore Simon pedir auxílio à Alfred Binet no estudo da educação das crianças consideradas atípicas. Para então construir a escala, foi necessário elaborar os itens e nivelá-los. Foram aplicados testes em 95 crianças, sendo 50 consideradas com inteligência normal e 45 “anormais”, segundo uma classificação preliminar de médicos e professores. Para atribuir um nível mental a cada tarefa, ela deveria ser aprovada pela maioria das crianças que correspondessem a essa idade cronológica. Por exemplo: uma questão que tenha sido aprovada por algumas crianças de 6 anos, pela maioria das crianças de 7 anos e mais ainda por crianças de 8 anos, seria considerada de nível mental 7. Além disso, era comum que as crianças tivessem um nível mental que atrasasse sua idade cronológica em um ano. Se esse atraso no nível mental fosse de dois anos em relação à idade cronológica, a criança poderia ter um diagnóstico de atraso mental.
===Recepção no Brasil===
A concepção pedagógica de Binet foi extremamente influente no Brasil. Mesmo não sendo um nome conhecido no país até então, ele foi recepcionado na área educacional por meios institucionais, ainda que de maneira discreta. No momento em que a obra de Binet foi traduzida e adaptada ao Brasil, estava acontecendo uma descredibilização dos testes de inteligência, mas essa situação não foi suficiente para desprestigiar a obra ou para reduzir sua influência.


É possível observar como tal estudo foi disseminado globalmente, como na França com o Teste de inteligência, na Alemanha e o foco em teste de memória e nos EUA e os testes de aptidões específicas para guerras mundiais. No caso da França, em 1882, foi aprovada uma lei que instituía a obrigatoriedade do ensino primário para todas as crianças de 6 a 14 anos. Isso deu visibilidade para o despreparo educacional de acolher crianças com problemas mentais, pois antes a maioria delas abandonava a escola nos primeiros anos ou nem chegava a frequentá-las. Nesse contexto, surgiu a demanda por turmas especiais que acolhessem as crianças com deficiência, mas seria preciso antes classificar e separar as crianças para adaptar o ensino às suas necessidades.
O trabalho de Binet exerceu muita influência no campo da psicologia e contribuiu para a difusão dos testes no âmbito educacional. No Brasil, foi crucial para a promoção de pesquisas e para a regulamentação da profissão dos psicólogos. Além disso, a ampla utilização dos testes evidenciou como a educação era uma extensa área de aplicação da psicologia, constituindo assim o campo de estudos da ciência da infância.  


Por fim, é preciso ressaltar que [[Alfred Binet|Binet]] não focava muito no estudo para crianças ditas especiais. Entretanto, o contexto da França era de moralização e higienização, combatendo então a miséria social. O foco era de oportunidades iguais, escolas públicas e igualitárias - movimento que influenciou o Brasil com o escolanovismo. Mas, ao se deparar com as consequências da desigualdade social e culturas distintas por conta das crianças estrangeiras, optou por classificar crianças de acordo com os critérios determinados no ensino regular e especial. Dessa maneira, surgiu a escala Binet-Simon, solicitada pelo governo Francês ao deparar-se com a desorganização dos efeitos da sociedade no âmbito escolar.  
O período mais relevante de Binet no Brasil foi entre 1906 e 1929 - desde a criação do primeiro [[Laboratório de Psicologia Pedagógica]] até a tradução de [[Lourenço Filho]] dos Testes para a medida do desenvolvimento da inteligência nas crianças. A obra não foi recebida no país sem resistência, visto que desde a primeira tentativa de instalação de um laboratório em 1897, houve oposição de muitos que acreditavam que estavam buscando “medir a alma".
===Desenvolvimento da escala Binet-Simon===
A Escala Binet-Simon foi o resultado de mais de 12 anos de pesquisas iniciadas em 1892, após [[Théodore Simon]] pedir auxílio à [[Alfred Binet]] no estudo da educação das crianças anormais. Para construir a escala, foi necessário elaborar os itens e nivelá-los. Foram aplicados testes em 95 crianças, sendo 50 de inteligência normal e 45 “anormais”, segundo a classificação preliminar de médicos e professores. Para atribuir um nível mental a cada tarefa, ela deveria ser aprovada pela maioria das crianças que correspondam a essa idade cronológica. Por exemplo: uma questão que tenha sido aprovada por algumas crianças de 6 anos, pela maioria das crianças de 7 anos e mais ainda por crianças de 8 anos, seria considerada de nível mental sete. Além disso, era comum que as crianças tivessem um nível mental que atrasasse sua idade cronológica em um ano. Se esse atraso no nível mental fosse de dois anos em relação à idade cronológica, a criança poderia ter um diagnóstico de retardo mental.
===Recepção no Brasil===
A concepção pedagógica de [[Alfred Binet|Binet]] foi extremamente influente no Brasil. Mesmo não sendo um autor de nome conhecido, ele conseguiu adentrar às áreas educacionais por meios institucionais e de maneira discreta. No momento em que a obra de [[Alfred Binet|Binet]] foi traduzida e aplicada no Brasil, estava acontecendo uma descredibilização dos testes de inteligência. Mesmo assim, essa situação não foi suficiente para desprestigiar a obra ou reduzir sua influência.  


O trabalho de [[Alfred Binet|Binet]] exerceu muita influência no campo psi e contribuiu para a difusão dos testes no âmbito educacional. No Brasil, foi crucial para a promoção de pesquisas e para a regulamentação da profissão dos psicólogos. Além disso, a ampla utilização dos testes evidenciou como a educação era uma extensa área de aplicação da psicologia, constituindo assim o campo de estudos da ciência da infância.  
====Efeito Binet====
A popularização da obra de Binet gerou consequências no Brasil, que podem ser denominadas como Efeito Binet, por resultarem da influência de seu teste nas áreas de pesquisa e educação. Dentre elas estão:


O período mais relevante de [[Alfred Binet|Binet]] no Brasil foi entre 1906 à 1929, desde a criação do Primeiro Laboratório de Psicologia Pedagógica até a tradução de Lourenço Filho dos Testes para a medida do desenvolvimento da inteligência nas crianças. É válido pontuar que a obra não foi recebida no país sem resistência, visto que desde a primeira tentativa de instalação de um laboratório, em 1897, houve oposição por muitos acreditarem que existia uma busca de medir a alma.
• Laboratórios: o primeiro, criado em 1906 e denominado Laboratório de Psicologia Pedagógica, foi um marco muito importante para o início e para a recepção de Binet no Brasil, juntamente com o surgimento do Instituto de Pernambuco em 1925.  
====O "efeito Binet"====
A popularização da obra de [[Alfred Binet|Binet]] gerou consequências no Brasil, denominadas Efeito Binet por resultarem da influência de seu teste nas áreas de pesquisa e educação. Dentre elas estão:


'''''Laboratórios'':''' o primeiro, criado em 1906 e denominado Laboratório de Psicologia Pedagógica, foi um marco muito importante para o início da psicologia e para a recepção de [[Alfred Binet|Binet]] no Brasil, juntamente com o surgimento do Instituto de Pernambuco em 1925.
• Escolas Normais: a reforma proposta por Benjamin Constant para a educação primária procurava garantir a liberdade, a laicidade e a gratuidade do ensino, e assim, substituiria as tendências humanistas por cientificistas. Com o advento dessas instituições, a obra de Binet esteve em destaque e algumas figuras como [[Helena Antipoff]], Isaías Alves, [[Manoel Bomfim|Manoel Bonfim]] e Lourenço Filho estiveram diretamente interligadas a esse processo.


'''''Escolas Normais:''''' a reforma proposta por Benjamin Constant para a educação primária procurava garantir a liberdade, a laicidade e a gratuidade do ensino, e assim, substituiria as tendências humanistas por cientificistas. Com o advento dessas instituições, a obra de [[Alfred Binet|Binet]] esteve em destaque e algumas figuras como [[Helena Antipoff]], Isaías Alves, Manuel Bonfim e Lourenço Filho estiveram diretamente interligadas a esse processo.
• Produção Intelectual:  importante via de divulgação da obra de Binet na época:


'''''Produção Intelectual'':''' importante via de divulgação da obra de [[Alf|Binet]] na época.
1. 1911 - "Compêndio de Paidologia" ([[Clemente Quaglio]])


"Compêndio de Paidologia", Clemente Quaglio - (1911)
2. 1913 - "Educação da infância anormal de inteligência no Brasil” (de


"Educação da infância anormal de inteligência no Brasil”, Clemente Quaglio - (1913)  
Clemente Quaglio)


"O Laboratório de pedagogia experimental", editado na gestão de Oscar Thompson - (1914)
3. 1914 - "O Laboratório de pedagogia experimental", editado na gestão de Oscar Thompson


"Noções de psicologia", Manoel Bomfim - (1916)  
4. 1916 - "Noções de psicologia" (Manoel Bomfim)


"Pensar e dizer", Manoel Bomfim - (1923)  
5. 1923 - "Pensar e dizer" (Manoel Bomfim)


"Tests", Medeiros e Albuquerque - (1924)  
6. 1924 - "''Tests''" (Medeiros e Albuquerque)


"Psychologia", Sampaio Dória - 1926
7. 1926 - "''Psychologia''" (Sampaio Dória)


"Teste individual de inteligência: noções gerais sobre testes" Isaías Alves - (1927)  
8. 1927 -"Teste individual de inteligência: noções gerais sobre testes" (Isaías Alves)


"Tradução dos Testes de Binet-Simon", Lourenço Filho - (1929)
9. 1929 - "Tradução dos Testes de Binet-Simon", por Lourenço Filho


"Testes e a reorganização escolar", Isaías Alves - (1930)  
10. 1930 - "Testes e a reorganização escolar" (Isaías Alves)


''Tradução de Binet e o Testes ABC:'' Lourenço Filho teve grande papel na divulgação da obra no Brasil devido a tradução dos testes de [[Alfred Binet|Binet]] em 1929 e a criação dos Testes ABC - utilizados com o propósito de verificar a maturidade necessária à aprendizagem de leitura e escrita - que foram fundamentados na obra de Binet e publicados em 1937. Esses testes foram além da adaptação da escala, contando com tópicos como “Diagnóstico”, “Prognóstico” e “Necessidade de estudo de crianças-problema<nowiki>''</nowiki>.  
Tradução de Binet e o Testes ABC: Lourenço Filho teve grande papel na divulgação da obra no Brasil devido a tradução dos testes de Binet em 1929 e a criação dos [[Os testes ABC|Testes ABC]] - utilizados com o propósito de verificar a maturidade necessária à aprendizagem de leitura e escrita, que foram fundamentados na obra de Binet e publicados em 1937. Esses testes foram além da adaptação da escala, contando com tópicos como “Diagnóstico”, “Prognóstico” e “Necessidade de estudo de crianças-problema<nowiki>''</nowiki>.  


''Fundamentos da Nova Escola:'' relacionava-se a psicologia e a biologia ao escolanovismo, por meio de uma “biologização” da psicologia, e posteriormente uma “psicologização” da pedagogia.  
Fundamentos da Nova Escola: relacionava-se a psicologia e a biologia ao escolanovismo, por meio de uma “biologização” da psicologia, e posteriormente uma “psicologização” da pedagogia.  


====Manoel Bomfim e a introdução da obra de Binet no Brasil====
====Manoel Bomfim e a introdução da obra de Binet no Brasil====
Por meio de [[Manoel Bomfim]], foi criado o primeiro laboratório de Psicologia no Brasil após ter estudado com [[Alfred Binet|Binet]] e George Dumas, em Paris. Este laboratório teve a supervisão de [[Alfred Binet|Binet]], onde ele realizou pesquisas por 12 anos, introduzindo testes, realizando pesquisas e experimentos. O laboratório seguia exatamente o mesmo modelo utilizado por [[Alfred Binet|Binet]] na Sorbonne e tinha o objetivo de realizar trabalhos relacionados ao desenvolvimento infantil e à educação primária, visto que ele enxergava o atraso nacional como uma das consequências da educação pública.  
Por meio de Manoel Bomfim foi criado o primeiro laboratório de Psicologia no Brasil sob a influência Binet, já que o fundador do laboratório havia estudado com o mestre francês. Esse laboratório seguia exatamente o mesmo modelo utilizado por Binet na Sorbonne e tinha o objetivo de realizar trabalhos relacionados ao desenvolvimento infantil e à educação primária, visto que ele enxergava o atraso nacional como uma das consequências da educação pública
 
Bomfim foi convocado, devido à sua formação com Binet, para integrar a comissão para implementação dos testes de inteligência no ensino primário, em 1924. Como resultado, foi publicada em 1928 a obra “O método dos testes com aplicação à linguagem no ensino primário”.


[[Manoel Bomfim|Bomfim]] foi convocado, devido à sua formação com [[Alfred Binet|Binet]], a integrar a comissão para implementação dos testes de inteligência no ensino primário, em 1924. Como resultado, foi publicada em 1928 a obra “O método dos testes com aplicação à linguagem no ensino primário”.
====Maria Lacerda de Moura e a introdução dos testes nas escolas mineiras====
====Maria Lacerda de Moura e a introdução dos testes nas escolas mineiras====
[[Maria Lacerda de Moura|Maria Lacerda]] pertencia à cadeira de Pedagogia e Higiene da Escola Normal Municipal de Barbacena e era estudiosa das obras de [[Alfred Binet|Binet]]. Como seu foco de trabalho era voltado às questões científicas com aplicabilidade na infância, ela criou e dirigiu o ''Pedagogium'' - espaço reservado para o estudo e a pesquisa sobre psicologia, higiene e medicina relacionados à educação - da escola normal, entre 1912 e 1921.  
[[Maria Lacerda]] pertencia à cadeira de Pedagogia e Higiene da Escola Normal Municipal de Barbacena e era estudiosa das obras de Binet. Como seu foco de trabalho era voltado às questões científicas com aplicabilidade na infância, ela criou e dirigiu o ''Pedagogium'' - espaço reservado para o estudo e a pesquisa sobre psicologia, higiene e medicina relacionados à educação - da escola normal entre 1912 e 1921
 
Maria foi uma das primeiras a tentar unir a psicologia com a pedagogia em Minas Gerais, com o objetivo de elaborar um projeto científico de educação, buscando fazer uma pedagogia efetivamente científica. Apesar de possuir a autorização para aplicar os testes nos alunos em Barbacena, Lacerda tinha cautela quanto a aplicação dos testes.


[[Maria Lacerda de Moura|Maria]] foi a pioneira ao tentar unir a psicologia e a pedagogia em Minas Gerais, com o objetivo de elaborar um projeto científico de educação e buscando fazer uma pedagogia efetivamente científica. Apesar de possuir a autorização para aplicar os testes nos alunos em Barbacena, [[Maria Lacerda de Moura|Lacerda]] tinha cautela quanto a aplicação destes.
====Helena Antipoff e o conceito de inteligência civilizada====
====Helena Antipoff e o conceito de inteligência civilizada====
No período em que estavam ocorrendo as reformas educacionais no Brasil, o uso de testes mentais foi popularizado por servir de base para o conhecimento da criança e do desenvolvimento infantil. Naquele momento, [[Helena Antipoff|Helena]] foi uma figura importante por ter estagiado no Laboratório de [[Alfred Binet|Binet]] na Sorbonne, buscando, dessa forma, aplicar seus conhecimentos no recente sistema de ensino brasileiro.  
No período em que estavam ocorrendo as reformas educacionais no Brasil, o uso de testes mentais foi popularizado por servir de base para o conhecimento da criança e do desenvolvimento infantil. Naquele momento, Helena foi uma figura importante por ter estagiado no Laboratório de Binet na Sorbonne, buscando dessa forma, aplicar seus conhecimentos no recente sistema de ensino brasileiro
 
Antipoff tinha como objetivo criar salas de aula homogêneas, definidas pela idade mental dos alunos. Assim, começou no decorrer da década de 1930, a adaptar os testes de QI (Quoeficiente de Inteligência) e aplicá-los à população juvenil de Belo Horizonte, na busca pela classificação dos estudantes referentes à escola primária e secundária. Ela percebeu que os testes eram insuficientes para medir capacidades de compreensão, se limitando apenas aos resultados relacionados ao nível mental da criança, como capacidade de concentração, observação, atenção, racionalidade e “fluidez de pensamentos”.  


[[Helena Antipoff|Antipoff]] tinha como objetivo criar salas de aula homogêneas, definidas pela idade mental dos alunos. Assim, começou, no decorrer da década de 1930, a adaptar os testes de QI (Quoeficiente de Inteligência) e aplicá-los à população juvenil de Belo Horizonte, na busca pela classificação dos estudantes referentes à escola primária e secundária. Ela percebeu que os testes eram insuficientes para medir capacidades de compreensão, se limitando apenas aos resultados relacionados ao nível mental da criança, como capacidade de concentração, observação, atenção, racionalidade e “fluidez de pensamentos”.  
Diferente de Binet, Helena via a inteligência como produto da combinação de disposições inatas e fatores socioculturais, comprovando por meio de suas pesquisas em BH, diferenças significativas no desempenho de crianças de classes sociais distintas, por exemplo. Sendo assim, entendia como a classificação baseada no QI era rasa e compreendia apenas um procedimento preliminar, que regularmente era utilizado para propagar ideias evolucionistas que atribuíam uma distinção nas capacidades cognitivas dos grupos rotulados selvagens e dos civilizados.


Diferente de [[Alfred Binet|Binet]], [[Helena Antipoff|Helena]] via a inteligência como produto da combinação de disposições inatas e fatores socioculturais, comprovando por meio de suas pesquisas em Belo Horizonte diferenças significativas no desempenho de crianças de classes sociais distintas. Sendo assim, entendia como a classificação baseada no QI era rasa e compreendia apenas um procedimento preliminar, que regularmente era utilizado para propagar ideias evolucionistas que atribuíam uma distinção nas capacidades cognitivas dos grupos rotulados selvagens e dos civilizados.
==Constructo avaliado==
==Constructo avaliado==
Este foi o primeiro teste capaz de mensurar a capacidade cognitiva geral, sendo diferente de um teste de QI. Ele foi enraizado em dados objetivos e focado em avaliar a capacidade mental (psicológica) no lugar da aprendizagem escolar, a fim de não se confundir o déficit de inteligência com a privação da educação formal. Para cumprir com seu objetivo, evitou tarefas que tinham extensa leitura, escrita ou outras habilidades relacionada à escola e priorizou tarefas que exigiam conhecimentos básicos da cultura e da vida francesa.
Foi o primeiro teste capaz de mensurar a capacidade cognitiva geral, vale enfatizar também que não é um teste de QI. Ele foi baseado em dados objetivos e focado em avaliar a capacidade mental (psicológica) no lugar da aprendizagem escolar, a fim de que não confundissem o déficit de inteligência com a privação da educação formal. Para cumprir com seu objetivo, evitou tarefas que tinham extensa leitura, escrita ou outras habilidades relacionadas à escola e priorizou tarefas que exigiam conhecimentos básicos da cultura e da vida francesa.


A inteligência para [[Alfred Binet|Binet]] não era uma entidade única. Em vez disso, ele a via como uma coleção de processos mentais, como por exemplo: memória, atenção, imaginação e compreensão. Ele também acreditava que as classificações não eram absolutas e que medidas poderiam ser tomadas para elevar a inteligência, para isso criou uma série de exercícios chamados “ortopedia mental”.
A inteligência, para Binet, não era uma entidade única. Em vez disso, ele a via como uma coleção de processos mentais, por exemplo: memória, atenção, imaginação e compreensão. Ele também acreditava que as classificações não eram absolutas e que medidas poderiam ser tomadas para elevar a inteligência, para isso criou uma série de exercícios chamados “ortopedia mental”.
 
Binet se concentrou no problema crítico: identificar as crianças que devem ser colocadas em programas especiais de educação. Então, para melhor detectar o nível de inteligência de um indivíduo, seria necessária uma amostra de todos os processos específicos.


[[Alfred Binet|Binet]] se concentrou no problema crítico: identificar as crianças que devem ser colocadas em programas especiais de educação. Então, para melhor detectar o nível de inteligência de um indivíduo, seria necessária uma amostra de todos os processos específicos.
==Modo de avaliação==
==Modo de avaliação==
===Escala Binet-Simon (1905)===
===Escala Binet-Simon (1905)===
Essa primeira publicação continha 30 tarefas que aumentavam gradualmente a dificuldade. As tarefas mais simples eram de nível básico vista em bebês normais ou crianças consideradas “anormais”. As tarefas mais difíceis poderiam ser passadas facilmente por crianças normais de 11 ou 12 anos, mas estavam além do alcance das crianças mais velhas “anormais”.
Essa primeira publicação continha 30 tarefas que aumentavam gradualmente a dificuldade. As tarefas mais simples eram de nível básico vista em bebês normais ou crianças consideradas fora da norma. As tarefas mais difíceis poderiam ser passadas facilmente por crianças normais de 11 ou 12 anos, mas estavam além do alcance das crianças mais velhas consideradas atípicas.


O teste de Binet-Simon vem acompanhado de orientações específicas para sua aplicação.
O teste de Binet-Simon vem acompanhado de orientações específicas para sua aplicação.


#Deve ser aplicado por um especialista;
1. Ele deve ser aplicado por um especialista;
#Em um ambiente/sala tranquila e sem distrações;
 
#É necessário que o examinador aborde o examinado de forma amigável e na presença de uma pessoa familiar à criança, a fim de que ela fique mais à vontade, mas que depois eles fiquem preferencialmente à sós;
2. Em ambiente/sala tranquila sem distrações;
#Sugere-se que inicialmente seja travado um diálogo, com perguntas clínicas e depois dê início aos itens do teste em ordem hierárquica;
 
#O examinador não deve modificar a forma da questão, nem auxiliar com explicações extras, mas pode-se estimular e encorajar a criança;
3. É necessário que o examinador aborde o examinado de forma amigável e na presença de uma pessoa familiar à criança, a fim de que ela fique mais à vontade, mas que depois eles fiquem preferencialmente a sós;
#As respostas devem ser anotadas seguindo as classificações:
#*Prova satisfatoriamente resolvida (+)
#*Fracasso (-)
#*Mais próximo ao fracasso que do êxito (?)
#*Resultado excelente (+!)
#*Resultado francamente negativo (-!)
#A leitura e a interpretação do resultado devem ser descritas da seguinte maneira:
#*Criança regular ou normal: nível de sua idade
#*Criança avançada: nível superior de um, dois ou mais anos
#*Criança retardada: nível inferior de um, dois ou mais anos.
#Há também a subdivisão dos indivíduos considerados retardados em 3 categorias:
#*Profundamente retardados (idiotas)
#*Moderadamente retardados (imbecis)
#*Levemente retardados (débeis)


Abaixo segue a lista dos 30 itens, ordenados do mais fácil ao mais difícil:
4. Sugere-se que inicialmente seja travado um diálogo, com perguntas clínicas e depois dê início aos itens do teste em ordem hierárquica;


#“O olhar”: este item testou a capacidade de uma criança de seguir uma correspondência iluminada com seus olhos. O objetivo era avaliar uma capacidade muito básica de atenção.
5. O examinador não deve modificar a forma da questão, nem auxiliar com explicações extras, mas pode-se estimular e encorajar a criança;
#Firmeza: testou a capacidade de uma criança de agarrar um pequeno objeto colocado em sua mão, segurá-lo sem deixá-lo cair e carregá-lo até a boca.
#Firmeza: semelhante ao anterior, no entanto, testou a capacidade de uma criança de alcançar e agarrar um objeto colocado dentro de sua visão.
#Reconhecimento da comida: nesta tarefa, um pedaço de chocolate foi colocado ao lado de um pequeno cubo de madeira. O objetivo era ver se a criança podia dizer sozinho qual dos objetos era comida.
#Busca de alimentos complicados por uma pequena dificuldade mecânica: nesta tarefa, um pedaço de doce foi mostrado à criança e, em seguida, embrulhado em papel. O objetivo era ver se a criança desembrulhava os doces.
#Execução de comandos simples e imitação de gestos simples: este item testou se a criança sabia como apertar a mão do examinador e cumprir comandos simples falados ou gestos. O objetivo era avaliar habilidades sociais e linguísticas muito básicas.
#Conhecimento verbal de objetos: nesta tarefa, o examinador pediu à criança que apontasse várias partes do corpo. A criança foi então solicitada a dar ao examinador vários objetos comuns, como um copo e uma chave.
#Conhecimento verbal de fotos: nesta tarefa, foi solicitado à criança que apontasse objetos familiares em uma imagem, como uma janela e uma vassoura.
#Nomeação de objetos designados: este item era o oposto do anterior. Usando outra imagem, o examinador apontou para objetos familiares e pediu à criança para nomeá-los.
#Comparação imediata de duas linhas de comprimentos desiguais: nesta tarefa, a criança foi mostrada pedaços de papel com pares de linhas sobre eles. Uma linha era sempre de 4 cm de comprimento; o outro, 3 cm. A criança foi solicitada a indicar qual linha era mais longa.
#Repetição de três dígitos: esta atividade testou a capacidade de uma criança de repetir uma sequência de três números.
#Comparação de dois pesos: nesta tarefa, a criança foi mostrada duas caixas que pareciam idênticas, mas eram de pesos diferentes. A criança foi convidada a decidir qual caixa era mais pesada.
#Sugestionabilidade: em algumas das tarefas anteriores, o examinador fazia falsas sugestões para ver como a criança reagiria. Por exemplo, depois de pedir à criança para apontar para vários objetos comuns, o examinador perguntaria à criança sobre um objeto que não estava lá.
#Definição verbal de objetos conhecidos: esta atividade testou a capacidade de uma criança de dar definições simples para coisas familiares, como uma casa e um garfo.
#Repetição de frases de 15 palavras: este item testou a capacidade de uma criança de repetir frases de volta com uma média de 15 palavras.
#Comparação de objetos conhecidos da memória. Nesta tarefa, foi solicitado à criança que afirmasse as diferenças entre pares de objetos comuns, como um pedaço de madeira e um pedaço de vidro.
#Exercício de memória em fotos: nesta tarefa, a criança foi mostrada várias fotos de objetos familiares por um breve período de tempo. A criança foi então solicitada a nomear os objetos da memória.
#Desenhando um desenho da memória: nesta tarefa, a criança foi brevemente mostrada dois desenhos geométricos, em seguida, pediu para retirá-los da memória.
#Repetição imediata de números. Este item era idêntico ao anterior em que o examinador pediu à criança para repetir uma sequência de três números. Agora, no entanto, o examinador deu maior peso à natureza de quaisquer erros.
#Semelhanças de vários objetos conhecidos dados pela memória: nesta atividade foi solicitado à criança que declarasse as semelhanças entre conjuntos de objetos, como uma mosca, uma formiga, uma borboleta e uma pulga.
#Comparação de comprimentos: nesta tarefa, a criança foi mostrada pedaços de papel com pares de linhas sobre eles. A criança foi solicitada a indicar qual linha era mais longa. Embora isso fosse semelhante a uma tarefa anterior, as diferenças nos comprimentos da linha eram menores desta vez.
#Cinco pesos a serem colocados em ordem: este item exigia que a criança organizasse cinco caixas de aparência idêntica por ordem de peso. As caixas variaram em peso de 3 gramas a 15 gramas.
#Lacuna de pesos: após a tarefa anterior, uma das caixas do meio foi removida enquanto a criança fechava os olhos. A criança foi então solicitada a descobrir qual caixa estava faltando por pesagem manual.
#Exercite-se sobre rimas: este item testou a capacidade da criança de nomear palavras que rimavam com a palavra francesa ''obéissance'' (obediência).
#Lacunas verbais a serem preenchidas: esta atividade testou a capacidade da criança de preencher os espaços em branco em frases faladas simples. Por exemplo, uma frase era: "O tempo está claro, o céu é (azul)."
#Síntese de três palavras em uma frase: nesta tarefa, a criança recebeu três palavras: "Paris", "rio" e "fortuna". A criança foi então solicitada a inventar uma frase usando todas as palavras.
#Responda a uma pergunta abstrata: este item testou a capacidade da criança de responder 25 perguntas que tratam da solução prática de problemas e julgamento social. As perguntas variavam de muito fácil a bastante difícil. Por exemplo, uma pergunta de dificuldade média perguntou: "Quando alguém o ofendeu e pede que você o perdoe, o que você deve fazer?"
#Inversão dos ponteiros de um relógio: esta atividade testou a capacidade da criança de descobrir em sua cabeça que horas seriam se os ponteiros grandes e pequenos em um relógio fossem invertidos por várias vezes.
#Corte de papel: na frente da criança, o examinador dobrou um papel em quatro, e então cortou um triângulo na borda com uma única dobra. Sem realmente desdobrar o papel, a criança foi então solicitada a desenhar o desenho que ele veria se o papel fosse aberto.
#Definições de termos abstratos: nessa tarefa, foi solicitado à criança que afirmasse as diferenças entre dois termos abstratos, como cansaço e tristeza.


Os 6 primeiros itens tinham o objetivo de avaliar habilidades sociais e de linguagem muito básicas. Crianças com inteligência normal podiam passar nos primeiros nesses itens do teste aos dois anos. Entretanto, alguns eram difíceis demais para as crianças com retardo mental profundo.
6. As respostas devem ser anotadas seguindo as classificações: prova satisfatoriamente resolvida (+), fracasso (-), mais próximo ao fracasso que do êxito (?), resultado excelente (+!) e resultado francamente negativo (-!);
 
7. A leitura e a interpretação do resultado devem ser descritas da seguinte maneira: criança regular ou normal: nível de sua idade; criança avançada: nível superior de um, dois ou mais anos; criança retardada: nível inferior de um, dois ou mais anos.  Há também a subdivisão dos indivíduos considerados retardados em três categorias: profundamente retardados (idiotas), moderadamente retardados (imbecis) e levemente retardados (débeis).
 
Abaixo, segue a lista dos 30 itens, ordenados do mais fácil ao mais difícil:
 
1. “O olhar”. Este item testou a capacidade de uma criança de seguir uma correspondência iluminada com seus olhos. O objetivo era avaliar uma capacidade muito básica de atenção.
 
2. Firmeza. Este item testou a capacidade de uma criança de agarrar um pequeno objeto colocado em sua mão, segurá-lo sem deixá-lo cair e carregá-lo até a boca.
 
3. Firmeza. Este item era semelhante ao anterior; no entanto, testou a capacidade de uma criança de alcançar e agarrar um objeto colocado dentro de sua visão.
 
4. Reconhecimento da comida. Nesta tarefa, um pedaço de chocolate foi colocado ao lado de um pequeno cubo de madeira. O objetivo era ver se a criança podia dizer sozinho qual dos objetos era comida.
 
5. Busca de alimentos complicados por uma pequena dificuldade mecânica. Nesta tarefa, um pedaço de doce foi mostrado à criança e, em seguida, embrulhado em papel. O objetivo era ver se a criança desembrulhava os doces.
 
6. Execução de comandos simples e imitação de gestos simples. Este item testou se a criança sabia como apertar a mão do examinador e cumprir comandos simples falados ou gestos. O objetivo era avaliar habilidades sociais e linguísticas muito básicas.
 
7. Conhecimento verbal de objetos. Nesta tarefa, o examinador pediu à criança que apontasse várias partes do corpo. A criança foi então solicitada a dar ao examinador vários objetos comuns, como um copo e uma chave.
 
8. Conhecimento verbal de fotos. Nesta tarefa, foi solicitado à criança que apontasse objetos familiares em uma imagem, como uma janela e uma vassoura.
 
9. Nomeação de objetos designados. Este item era o oposto do anterior. Usando outra imagem, o examinador apontou para objetos familiares e pediu à criança para nomeá-los.
 
10. Comparação imediata de duas linhas de comprimentos desiguais. Nesta tarefa, a criança foi mostrada pedaços de papel com pares de linhas sobre eles. Uma linha era sempre de 4 cm de comprimento; o outro, 3 cm. A criança foi solicitada a indicar qual linha era mais longa.
 
11. Repetição de três dígitos. Este item testou a capacidade de uma criança de repetir uma sequência de três números.
 
12. Comparação de dois pesos. Nesta tarefa, a criança foi mostrada duas caixas que pareciam idênticas, mas eram de pesos diferentes. A criança foi convidada a decidir qual caixa era mais pesada.
 
13. Sugestionabilidade. Em algumas das tarefas anteriores, o examinador fazia falsas sugestões para ver como a criança reagiria. Por exemplo, depois de pedir à criança para apontar para vários objetos comuns, o examinador perguntaria à criança sobre um objeto que não estava lá.
 
14. Definição verbal de objetos conhecidos. Este item testou a capacidade de uma criança de dar definições simples para coisas familiares, como uma casa e um garfo.
 
15. Repetição de frases de 15 palavras. Este item testou a capacidade de uma criança de repetir frases de volta com uma média de 15 palavras.
 
16. Comparação de objetos conhecidos da memória. Nesta tarefa, foi solicitado à criança que afirmasse as diferenças entre pares de objetos comuns, como um pedaço de madeira e um pedaço de vidro.
 
17. Exercício de memória em fotos. Nesta tarefa, a criança foi mostrada várias fotos de objetos familiares por um breve período de tempo. A criança foi então solicitada a nomear os objetos da memória.
 
18. Desenhando um desenho da memória. Nesta tarefa, a criança foi brevemente mostrada dois desenhos geométricos, em seguida, pediu para retirá-los da memória.
 
19. Repetição imediata de números. Este item era idêntico ao anterior em que o examinador pediu à criança para repetir uma sequência de três números. Agora, no entanto, o examinador deu maior peso à natureza de quaisquer erros.
 
20. Semelhanças de vários objetos conhecidos dados pela memória. Nesta tarefa, foi solicitado à criança que declarasse as semelhanças entre conjuntos de objetos, como uma mosca, uma formiga, uma borboleta e uma pulga.
 
21. Comparação de comprimentos. Nesta tarefa, a criança foi mostrada pedaços de papel com pares de linhas sobre eles. A criança foi solicitada a indicar qual linha era mais longa. Embora isso fosse semelhante a uma tarefa anterior, as diferenças nos comprimentos da linha eram menores desta vez.
 
22. Cinco pesos a serem colocados em ordem. Este item exigia que a criança organizasse cinco caixas de aparência idêntica por ordem de peso. As caixas variaram em peso de 3 gramas a 15 gramas.
 
23. Lacuna de pesos. Após a tarefa anterior, uma das caixas do meio foi removida enquanto a criança fechava os olhos. A criança foi então solicitada a descobrir qual caixa estava faltando por pesagem manual.
 
24. Exercite-se sobre rimas. Este item testou a capacidade da criança de nomear palavras que rimavam com a palavra francesa ''obéissance'' (obediência).
 
25. Lacunas verbais a serem preenchidas. Este item testou a capacidade da criança de preencher os espaços em branco em frases faladas simples. Por exemplo, uma frase era: "O tempo está claro, o céu é (azul)."
 
26. Síntese de três palavras em uma frase. Nesta tarefa, a criança recebeu três palavras: "Paris", "rio" e "fortuna". A criança foi então solicitada a inventar uma frase usando todas as palavras.
 
27. Responda a uma pergunta abstrata. Este item testou a capacidade da criança de responder 25 perguntas que tratam da solução prática de problemas e julgamento social. As perguntas variavam de muito fácil a bastante difícil. Por exemplo, uma pergunta de dificuldade média perguntou: "Quando alguém o ofendeu e pede que você o perdoe, o que você deve fazer?"
 
28. Inversão dos ponteiros de um relógio. Este item testou a capacidade da criança de descobrir em sua cabeça que horas seriam se os ponteiros grandes e pequenos em um relógio fossem invertidos por várias vezes.
 
29. Corte de papel. Na frente da criança, o examinador dobrou um papel em quatro, e então cortou um triângulo na borda com uma única dobra. Sem realmente desdobrar o papel, a criança foi então solicitada a desenhar o desenho que ele veria se o papel fosse aberto.
 
30. Definições de termos abstratos. Nessa tarefa, foi solicitado à criança que afirmasse as diferenças entre dois termos abstratos, como cansaço e tristeza.
 
Os 6 primeiros itens tinham o objetivo de avaliar habilidades sociais e de linguagem muito básicas. Crianças com inteligência normal podiam passar nos primeiros nesses itens do teste aos dois anos. Entretanto, alguns eram difíceis demais para as crianças com “retardo mental profundo”.


Os 9 itens seguintes poderiam ser aprovados por crianças com inteligência normal aos cinco anos de idade. Este foi considerado o ponto de corte para retardo moderado.  
Os 9 itens seguintes poderiam ser aprovados por crianças com inteligência normal aos cinco anos de idade. Este foi considerado o ponto de corte para retardo moderado.  


Os últimos 15 itens continham a fronteira entre os indivíduos com deficiência leve e os normais, entre 5 e 11 anos. No entanto, algumas das tarefas mais difíceis não foram passadas por crianças de 11 anos com inteligência normal.
Os últimos 15 itens continham a fronteira entre os indivíduos com deficiência leve e os normais, entre cinco e onze anos. No entanto, algumas das tarefas mais difíceis não foram passadas por crianças de 11 anos com inteligência normal.
==Edições e versões==
 
===Edições de 1908 e 1911===
==Edições do teste==
A edição de 1908 passou a conter 58 itens e abrangia a faixa de 3 a 1. No entanto, o consenso da opinião psicométrica era que a escala enfatizava demais as habilidades verbais, como vocabulário e repetição. Foi nessa versão que o cálculo do Nível Intelectual Geral passou a ser usado.
A edição de 1908 passou a conter 58 itens e abrangia a faixa de 3 a 1. No entanto, o consenso da opinião psicométrica era que a escala enfatizava demais as habilidades verbais, como vocabulário e repetição. Foi nessa versão que o cálculo do Nível Intelectual Geral passou a ser usado.


A edição de 1911 incluía adolescentes de até 15 anos e ficou composta por 54 exercícios divididos em 5 grupos. Muitos dos itens eram semelhantes à versão de 1905. Nela, [[Alfred Binet|Binet]] buscou padronizar melhor e quantificar o teste, incluindo o cálculo do nível mental por meio de uma fórmula criada por ele. A cada subteste seria atribuída a pontuação de um quinto de um ano e para cada acerto é acrescido um quinto de um ano à pontuação. No entanto, ele alertava que essa pontuação poderia ser enganosa e que “não merecia confiança absoluta”. Após o cálculo da idade mental, deveria-se subtrair a idade mental da idade cronológica para obter o NIG - Nível de Inteligência Geral (IC — IM = NIG). Uma criança de 7 anos que obtivesse no teste a idade mental de 6 anos possuiria um nível intelectual geral equivalente a 1. Normalmente, crianças que obtivessem NIG menor ou igual a 1 eram mantidas em suas turmas iniciais. Mas aqueles que atingissem um valor de NIG > 2 poderiam ser alocadas para os programas de educação especial.
A edição de 1911 incluía adolescentes de até 15 anos e foi composta por 54 exercícios divididos em cinco grupos. Muitos dos itens eram semelhantes à versão de 1905. Nela, Binet buscou padronizar melhor e quantificar o teste, para isso incluiu o cálculo do nível mental, por meio de uma fórmula criada por ele. A cada subteste seria atribuída a pontuação de um quinto de um ano e, para cada acerto, é acrescido um quinto de um ano à pontuação. No entanto, ele alertava que essa pontuação poderia ser enganosa e que “não merecia confiança absoluta”. Após o cálculo da idade mental, dever-se-ia subtrair a idade mental da idade cronológica para obter o NIG - Nível de Inteligência Geral (IC — IM = NIG). Uma criança de sete anos que obtivesse no teste de idade mental de seis anos possuiria um nível intelectual geral equivalente a 1. Normalmente, crianças que obtivessem NIG menor ou igual a 1 eram mantidas em suas turmas iniciais. Mas aqueles que atingissem um valor de NIG > 2 poderiam ser alocados para os programas de educação especial.
 
==Ver também==
==Ver também==


*[[Alfred Binet]]
*[[Alfred Binet]]
*[[Clemente Quaglio]]
*[[Francis Galton]]
*[[Helena Antipoff]]
*[[Helena Antipoff]]
*[[James Cattell]]
*[[Jean-Martin Charcot]]
*[[Laboratório de Psicologia Experimental da Sorbonne]]
*[[Laboratório de Psicologia Experimental da Sorbonne]]
*[[Laboratório de Psicologia Pedagógica]]
*[[Lourenço Filho]]
*[[Manoel Bomfim]]
*[[Manoel Bomfim]]
*[[Maria Lacerda de Moura]]
*[[Maria Lacerda de Moura]]
*[[Théodore Simon]]
*[[Théodore Simon]]
*[[Os testes ABC|Testes ABC]]


==Referências==
==Referências==


#[https://www.encyclopedia.com/people/medicine/psychology-and-psychiatry-biographies/alfred-binet Alfred Binet: Psychologists and Their Theories for Students]. Encyclopedia.com. Outubro, 2020.
# BAPTISTA, Makilim Nunes; AMARAL, Anna Elisa de villemor. '''Compêndio de avaliação psicológica'''. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2019.
#BARBOSA, Rejane Maria; MARINHO-ARAUJO, Clasy Maria. [http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-166X2010000300011&lng=en&nrm=iso Psicologia escolar no Brasil: considerações e reflexões históricas]. '''Estudos Psicológicos,''' Campinas'''.''' v. 27, n. 3, p. 393-402. Setembro, 2010.
# BARBOSA, Rejane Maria; MARINHO-ARAUJO, Clasy Maria. [https://www.scielo.br/j/estpsi/a/HfFbGhyKP8vqpXtJFW9n9FP/?lang=pt Psicologia escolar no Brasil: considerações e reflexões históricas]. '''Estud. psicol.''' (Campinas), v. 27, n. 3, p. 393-402, set.  2010. Disponível em: <<nowiki>http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-166X2010000300011&lng=en&nrm=iso</nowiki>>. Acesso em: 04 dez. 2020. <nowiki>https://doi.org/10.1590/S0103-166X2010000300011</nowiki>.
#BATISTA, Makilim Nunes et al. Conhecer é compreender: Alfred Binet – 1857-1911. '''Compêndio de Avaliação Psicológica.''' Vozes, 2019, p.51-72.
# BINET, A.; SIMON, T. '''Antologia dos testes'''. São Paulo: Ed. Formar, (s/n), 301p.  
#BINET, Alfred. SIMON, Théodore. Testes para medida do desenvolvimento da inteligência nas crianças. Tradução de Lourenço Filho. '''Editora Companhia Melhoramentos''', São Paulo, 1929.
# BOAKE, Corwin. From the Binet–Simon to the Wechsler–Bellevue: Tracing the history of intelligence testing. '''Journal of clinical and experimental neuropsychology''', v. 24, n. 3, p. 383-405, 2002.
#DE OLIVEIRA, Priscila Marília. Uma breve descrição sobre a obra “Testes para a medida do desenvolvimento da inteligência nas crianças”, escrita por Alfred Binet e Th. Simon. '''Revista HISTEDBR On-line''', Campinas, n.39, p.350-352. Setembro, 2010.
# CAMPOS, Regina Helena de Freitas; GOUVEA, Maria Cristina Soares de; GUIMARÃES, Paula Cristina David. [https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/rbhe/article/view/38885 A recepção da obra de Binet e dos testes psicométricos no Brasil: contrafaces de uma história.] '''Bras. Hist. Educ.''', Maringá-Pr, v. 14, n. 235, p. 215-242, maio/ago 2014.
#BOAKE, Corwin. From the Binet-Simon to the Wechsler-Bellevue: Tracing the History of Intelligence Testing. '''Journal of clinical and Experimental Neuropsychology''', Londres. Agosto, 2010.
# CASTRO, A. C.; CASTRO, A. G.; JOSEPHSON, S. C., JACÓ-VILELA, A. Maria. Medir, classificar e diferenciar. In: JACÓ-VILELA, Ana Maria; FERREIRA, Arthur A. L.; PORTUGAL, Francisco (org.). '''História da psicologia:''' rumos e percursos. NAU, v.19, 2007, p.265-290.
#CASTRO, A. C.; CASTRO, A. G.; JOSEPHSON, S. C., JACÓ-VILELA, A. Maria. Medir, classificar e diferenciar. '''História da psicologia: Rumos e percursos'''. NAU, v.19, 2007, p.265-290.
# COTRIN, Jane Teresinha Domingues. [https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-22072010-091001/pt-br.php '''Itinerários da psicologia na educação especial:''' uma leitura histórico-crítica em Psicologia Escolar]. 2010. 250 f, p. 27-84. Tese (Doutorado) - Curso de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.
#CAMPOS, Regina Helena de Freitas; GOUVEA, Maria Cristina Soares de; GUIMARÃES, Paula Cristina David. A recepção da obra de Binet e dos testes psicométricos no Brasil: contrafaces de uma história. '''Bras. Hist. Educ'''., Maringá, v. 14, n. 235, p. 215-242, 2014.  
# ENCYCLOPEDIA. '''[https://www.encyclopedia.com/people/medicine/psychology-and-psychiatry-biographies/alfred-binet Alfred Binet]'''. Encyclopedia.com. 16 out. 2020. Disponível em: <<nowiki>https://www.encyclopedia.com/people/medicine/psychology-and-psychiatry-biographies/alfred-binet</nowiki>>. Acessado em: 30 nov. 2020.
#COTRIN, Jane Teresinha Domingues. Itinerários da Psicologia na Educação Especial: uma leitura histórico-crítica em Psicologia Escolar. 2010. 250 f, p. 27-84. Tese (Doutorado) - Curso de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.
# OLIVEIRA, Priscila Marília de. Uma breve descrição sobre a obra “Testes para a medida do desenvolvimento da inteligência nas crianças”, escrita por Alfred Binet e Th. Simon. '''Revista HISTEDBR On-line''', Campinas, n.39, p.350-352, set. 2010.
#SILVA, Maria Cecília de Vilhena Moraes. História dos testes psicológicos: origens e transformações. São Paulo: Vetor Editora, 1 ed., 2011.
# SILVA, Maria Cecília de Vilhena Moraes. '''História dos testes psicológicos:''' origens e transformações. São Paulo: Vetor Editora, 1 ed., 2011.
#TEIXEIRA, Ricardo Antonio Gonçalves. [http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2236-34592019000100443&lng=en&nrm=iso EDUCAÇÃO DO ANORMAL A PARTIR DOS TESTES DE INTELIGÊNCIA]. '''Hist. Educ.''', Santa Maria, v. 23, 2019.
# TEIXEIRA, [http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2236-34592019000100443&lng=en&nrm=iso Ricardo Antonio Gonçalves. Educação do anormal a partir dos testes de inteligência.] '''Hist. Educ'''.,Santa Maria, v. 23, 2019. Disponível em: <<nowiki>http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2236-34592019000100443&lng=en&nrm=iso</nowiki>>. Acesso em:  04 dez. 2020. Epub nov. 25, 2019.
#WikiHP contributors. [[Alfred Binet]]. '''WikiHP'''.
# ZAZZO, René. '''Alfred Binet'''. Recife: Massangana, 2010. (Coleção Educadores).


==Links externos==
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