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A "Psicologia da Manipulação" é um campo da | A "Psicologia da Manipulação" é um campo da psicologia que estuda os tipos de influências sociais que podem mudar o comportamento ou a percepção das pessoas por meio de táticas e artifícios. Os conhecimentos desenvolvidos pela psicologia chamam atenção de muitos grupos interessados em utilizá-los para manipulação psicológica e persuasão. Essas estratégias geralmente se apoiam sobre técnicas do behaviorismo, da psicologia cognitiva, dentre outros. | ||
==História== | ==História== | ||
===Muzafer Sherif e a Teoria do Julgamento Social=== | ===Muzafer Sherif e a Teoria do Julgamento Social=== | ||
[[Muzafer Sherif]] foi um psicólogo turco nascido em 1906 e formado nos Estados Unidos. É considerado um dos fundadores da psicologia social moderna, tendo desenvolvido investigações sobre o funcionamento dos grupos. No início da década de 1960, desenvolveu experiências com o objetivo de estudar os conflitos no interior dos grupos. Na mesma época, Sherif desenvolveu a dissertação "Alguns fatores sociais na percepção ", na qual apresentava o experimento que intitulou de “[[Efeito Autocinético]]”. | [[Muzafer Sherif]] foi um psicólogo turco nascido em 1906 e formado nos Estados Unidos. É considerado um dos fundadores da psicologia social moderna, tendo desenvolvido investigações sobre o funcionamento dos grupos. No início da década de 1960, desenvolveu experiências com o objetivo de estudar os conflitos no interior dos grupos. Na mesma época, Sherif desenvolveu a dissertação "Alguns fatores sociais na percepção ", na qual apresentava o experimento que intitulou de “[[Efeito Autocinético]]”. | ||
Sherif colocou um indivíduo num quarto escuro com um ponto de luz fixo distante. Na escuridão, sem quadro de referências, o ponto parecia se mover. Ele pediu para que o sujeito fizesse algumas estimativas de deslocamento do ponto de luz, as quais variavam dentro de uma norma pessoal. Logo após, o sujeito ouvia outros participantes e suas estimativas sobre o deslocamento do ponto de luz. Depois disso, o sujeito se sentia inseguro sobre suas respostas e tendia a estimar deslocamentos mais próximos com os do grupo. “Os participantes tinham uma tendência a concordar uns com os outros, mesmo com o foco de luz não se movimentando em nenhum momento. A ambiguidade da situação pode ter deixado os participantes inseguros de suas percepções, e isso poderia influenciar nas respostas dos indivíduos” (REBELO, 2010, p. 1). | Sherif colocou um indivíduo num quarto escuro com um ponto de luz fixo distante. Na escuridão, sem quadro de referências, o ponto parecia se mover. Ele pediu para que o sujeito fizesse algumas estimativas de deslocamento do ponto de luz, as quais variavam dentro de uma norma pessoal. Logo após, o sujeito ouvia outros participantes e suas estimativas sobre o deslocamento do ponto de luz. Depois disso, o sujeito se sentia inseguro sobre suas respostas e tendia a estimar deslocamentos mais próximos com os do grupo. | ||
<blockquote> “Os participantes tinham uma tendência a concordar uns com os outros, mesmo com o foco de luz não se movimentando em nenhum momento. A ambiguidade da situação pode ter deixado os participantes inseguros de suas percepções, e isso poderia influenciar nas respostas dos indivíduos” (REBELO, 2010, p. 1).</blockquote> | |||
Numa segunda fase, era feito o inverso. Grupos separados em 3 eram colocados num quarto escuro e Sherif pedia para que cada um dissesse em voz alta suas estimativas de deslocamento do ponto de luz. Nessa fase, o grupo tendia a convergir nas estimativas. Num segundo momento, Sherif separava os indivíduos e os colocava sozinhos em um quarto escuro, pedindo novamente para que estimassem um deslocamento. O indivíduo sozinho tendia a manter a estimativa anterior que convergia com a do grupo. | Numa segunda fase, era feito o inverso. Grupos separados em 3 eram colocados num quarto escuro e Sherif pedia para que cada um dissesse em voz alta suas estimativas de deslocamento do ponto de luz. Nessa fase, o grupo tendia a convergir nas estimativas. Num segundo momento, Sherif separava os indivíduos e os colocava sozinhos em um quarto escuro, pedindo novamente para que estimassem um deslocamento. O indivíduo sozinho tendia a manter a estimativa anterior que convergia com a do grupo. | ||
Dessa forma, Sherif conclui que nossas percepções são estabelecidas por normas de grupos: | Dessa forma, Sherif conclui que nossas percepções são estabelecidas por normas de grupos:<blockquote>“O fundamento psicológico do estabelecimento de normas sociais, tais como os estereótipos, as modas, as convenções, os costumes e os valores, é a formação de quadros de referência comuns enquanto produtos do contacto dos indivíduos entre si” (SHERIF, 1947, p. 1).</blockquote> | ||
===Solomon Asch e a Experiência de Conformidade=== | ===Solomon Asch e a Experiência de Conformidade=== | ||
[[Solomon Asch]] foi um psicólogo que nasceu em Varsóvia, Polônia, em 1907, e se mudou com a família para os Estados Unidos quando tinha 13 anos. Ele é considerado um dos pioneiros da Psicologia Social e uma das suas áreas de estudo é a influência que as pessoas podem ter sobre o comportamento de outras. | [[Solomon Asch]] foi um psicólogo que nasceu em Varsóvia, Polônia, em 1907, e se mudou com a família para os Estados Unidos quando tinha 13 anos. Ele é considerado um dos pioneiros da Psicologia Social e uma das suas áreas de estudo é a influência que as pessoas podem ter sobre o comportamento de outras. |
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