Hospital Colônia de Barbacena: mudanças entre as edições

51 bytes removidos ,  16h21min de 3 de abril de 2022
sem sumário de edição
Sem resumo de edição
Sem resumo de edição
Linha 10: Linha 10:
Os dados históricos revelam que, no final do século XVIII, no alto do Morro da Caveira, existia a sede da Fazenda da Caveira de Baixo, propriedade do português Joaquim Silvério dos Reis (delator da Inconfidência). A terra passou por vários donos e foi adquirida pelo comendador Francisco Ferreira e pelos médicos Gonçalves Ramos e Rodrigues Caldas que, em 1889, inauguraram o Sanatório de Barbacena, Casa de Veraneio e de Repouso. Era, a princípio, um sanatório de luxo para fazendeiros abastados e a elite carioca que creditava ao clima serrano de Barbacena ares terapêuticos. O Sanatório de Barbacena absorvia os doentes e, para  veraneio, os sãos.
Os dados históricos revelam que, no final do século XVIII, no alto do Morro da Caveira, existia a sede da Fazenda da Caveira de Baixo, propriedade do português Joaquim Silvério dos Reis (delator da Inconfidência). A terra passou por vários donos e foi adquirida pelo comendador Francisco Ferreira e pelos médicos Gonçalves Ramos e Rodrigues Caldas que, em 1889, inauguraram o Sanatório de Barbacena, Casa de Veraneio e de Repouso. Era, a princípio, um sanatório de luxo para fazendeiros abastados e a elite carioca que creditava ao clima serrano de Barbacena ares terapêuticos. O Sanatório de Barbacena absorvia os doentes e, para  veraneio, os sãos.


O hospital era um hotel para doentes. Isso fazia parte da história dos hospitais da época. Assim sendo, o Sanatório de Barbacena, que antecedeu ao Hospital de Alienados, aceitava os sãos e os insanos. O sanatório (também utilizado para o tratamento de tuberculose) era cercado de requinte e comodidades. Uma delas era a parada de trens da Estrada de Ferro Central do Brasil, em 1889, próxima ao local.                      Em 1890, o diretor da Estrada Central do Brasil autorizou a parada dos trens próximo ao sanatório. Sabe-se que o “trem de doidos” era um vagão com grades nas janelas, no qual, em cada cidade, eram jogados e trancados lá dentro insanos, juntamente com mendigos, alcoolizados, moradores de rua, inválidos sociais, já que a Lei de 1934, que vigorou por mais de 60 anos, dava direito à família e ao poder público de internar sem autorização de pacientes.
O hospital era um hotel para doentes. Isso fazia parte da história dos hospitais da época. Assim sendo, o Sanatório de Barbacena, que antecedeu ao Hospital de Alienados, aceitava os sãos e os insanos. O sanatório (também utilizado para o tratamento de tuberculose) era cercado de requinte e comodidades. Uma delas era a parada de trens da Estrada de Ferro Central do Brasil, em 1889, próxima ao local. Em 1890, o diretor da Estrada Central do Brasil autorizou a parada dos trens próximo ao sanatório. Sabe-se que o “trem de doidos” era um vagão com grades nas janelas, no qual, em cada cidade, eram jogados e trancados lá dentro insanos, juntamente com mendigos, alcoolizados, moradores de rua, inválidos sociais, já que a Lei de 1934, que vigorou por mais de 60 anos, dava direito à família e ao poder público de internar sem autorização de pacientes.


O sanatório faliu e foi comprado pelo governo mineiro (para tornar-se uma escola de artes e ofícios).
O sanatório faliu e foi comprado pelo governo mineiro (para tornar-se uma escola de artes e ofícios).
Linha 78: Linha 78:
==Lista de dirigentes==
==Lista de dirigentes==


* Dr Joaquim Dutra (1903 - 1935)
*Dr Joaquim Dutra (1903 - 1935)
* Dr José Jorge Teixeira (1935 - 1937)
*Dr José Jorge Teixeira (1935 - 1937)
* Dr José Cezarini (1937)
*Dr José Cezarini (1937)
* Dr José Jorge Teixeira (1947 - 1950)
*Dr José Jorge Teixeira (1947 - 1950)
* Dr Oswaldo Fortini (1951 - 1954)
*Dr Oswaldo Fortini (1951 - 1954)
* Dr José Concesso Filho (1955 - 1958)
*Dr José Concesso Filho (1955 - 1958)
* Dr Omar de Araújo Lima (1958 - 1961)
*Dr Omar de Araújo Lima (1958 - 1961)
* Dr Geraldo Xavier (1961 - 1967)
*Dr Geraldo Xavier (1961 - 1967)
* Dr Oswaldo Fortini (1967 - 1969)
*Dr Oswaldo Fortini (1967 - 1969)
* Dr José Theobaldo Tollendal (1969 - 1983)
*Dr José Theobaldo Tollendal (1969 - 1983)
* Dr Ronaldo Simões Coelho (1986)
*Dr Ronaldo Simões Coelho (1986)


==Críticas==
==Críticas==
Linha 104: Linha 104:
==Ver também==
==Ver também==


* [[Franco Basaglia]]
*[[Franco Basaglia]]
* [[Movimento Antimanicomial]]
*[[Movimento Antimanicomial]]
* [[Psiquiatria no Brasil]]
*[[Psiquiatria no Brasil]]


==Referências==
==Referências==


# DUARTE, Maristela Nascimento. De "Ares e Luzes" a "Inferno Humano": Concepções e práticas psiquiátricas no Hospital Colônia de Barbacena: 1946 - 1979. Estudo de caso. T'''ese (Doutorado) - Curso de História, Universidade Federal Fluminense'''. 2009.
#DUARTE, Maristela Nascimento. De "Ares e Luzes" a "Inferno Humano": Concepções e práticas psiquiátricas no Hospital Colônia de Barbacena: 1946 - 1979. Estudo de caso. T'''ese (Doutorado) - Curso de História, Universidade Federal Fluminense'''. 2009.
# FERREIRA, Adriana. [https://cbn.globoradio.globo.com/series/reforma-psiquiatrica-15-anos-depois/2016/06/28/MINAS-GERAIS-VIVE-ESTIGMA-APOS-ABRIGAR-HOSPITAL-PSIQUIATRICO-COMPARADO-A-CAMPO-DE-CONCEN.htm Minas Gerais vive estigma após abrigar hospital psiquiátrico comparado a campo de concentração: Entre as décadas de 1960 e 1980, cerca de 60 mil internos morreram no Hospital Colônia de Barbacena, em um dos casos mais tristes da psiquiatria no país. Pacientes que sofrem com transtornos mentais no estado tentam resgatar o convívio social.] [S. l.], 28 jun. 2016.
#FERREIRA, Adriana. [https://cbn.globoradio.globo.com/series/reforma-psiquiatrica-15-anos-depois/2016/06/28/MINAS-GERAIS-VIVE-ESTIGMA-APOS-ABRIGAR-HOSPITAL-PSIQUIATRICO-COMPARADO-A-CAMPO-DE-CONCEN.htm Minas Gerais vive estigma após abrigar hospital psiquiátrico comparado a campo de concentração: Entre as décadas de 1960 e 1980, cerca de 60 mil internos morreram no Hospital Colônia de Barbacena, em um dos casos mais tristes da psiquiatria no país. Pacientes que sofrem com transtornos mentais no estado tentam resgatar o convívio social.] [S. l.], 28 jun. 2016.
# GODOY, Ana. Arquivos de  Barbacena, a Cidade dos Loucos: o manicômio como lugar de aprisionamento e apagamento de sujeitos e suas memórias. '''Revista Investigações''', Porto Alegre, v. 27, n. 2, p. 1-38, jul. 2014.
#GODOY, Ana. Arquivos de  Barbacena, a Cidade dos Loucos: o manicômio como lugar de aprisionamento e apagamento de sujeitos e suas memórias. '''Revista Investigações''', Porto Alegre, v. 27, n. 2, p. 1-38, jul. 2014.
# GOULART, M. S. B. e Durães, F. A reforma e os hospitais psiquiátricos: histórias da desinstitucionalização. '''Psicologia & Sociedade''', Belo Horizonte, v. 22, n.1, p. 112-120, jan de 2010.
#GOULART, M. S. B. e Durães, F. A reforma e os hospitais psiquiátricos: histórias da desinstitucionalização. '''Psicologia & Sociedade''', Belo Horizonte, v. 22, n.1, p. 112-120, jan de 2010.
# MATOS-DE-SOUZA, R e Medrado, A. C. C. Dos corpos como objeto: uma leitura pós-colonial do ‘Holocausto Brasileiro'. '''Saúde Debate''', Rio de Janeiro, v. 45, n. 128, p. 164-177, mar de 2021.
#MATOS-DE-SOUZA, R e Medrado, A. C. C. Dos corpos como objeto: uma leitura pós-colonial do ‘Holocausto Brasileiro'. '''Saúde Debate''', Rio de Janeiro, v. 45, n. 128, p. 164-177, mar de 2021.
# SOARES, Ilka de Araújo. Institucionalização da loucura: um recorte histórico sobre o município de Barbacena/MG. '''Fundação Biblioteca Nacional''', Rio de Janeiro, 2006.
#SOARES, Ilka de Araújo. Institucionalização da loucura: um recorte histórico sobre o município de Barbacena/MG. '''Fundação Biblioteca Nacional''', Rio de Janeiro, 2006.


==Links externos==
==Links externos==
105

edições