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==Contribuições== | ==Contribuições== | ||
* Primeira psicanalista didata no Brasil e em toda América Latina | *Primeira psicanalista didata no Brasil e em toda América Latina | ||
* Pioneira da psicanálise no Brasil | *Pioneira da psicanálise no Brasil | ||
* Membro do Instituto de Psicanálise de Berlim em 1934 | *Membro do Instituto de Psicanálise de Berlim em 1934 | ||
* Ministrava os seminários teóricos-clínicos | *Ministrava os seminários teóricos-clínicos | ||
* Participou da formação de novos psicanalistas no Brasil | *Participou da formação de novos psicanalistas no Brasil | ||
==Teoria== | ==Teoria== | ||
Adelheid Koch deixou poucos escritos teóricos durante sua vida. Em uma palestra dada na Conferência feita na Secção de Neuro-Psiquiatria da Associação Paulista de Medicina em 5 de outubro de 1945 ela apresentou métodos de análise clínica e o que consistia o processo analítico, ou seja, a procura de conhecer a origem dos sintomas psíquicos. Para a Dra. Koch os afetos psíquicos e sociais podem ter as mesmas origens, mesmos em situações diferentes | Adelheid Koch deixou poucos escritos teóricos durante sua vida. Em uma palestra dada na Conferência feita na Secção de Neuro-Psiquiatria da Associação Paulista de Medicina em 5 de outubro de 1945, ela apresentou métodos de análise clínica e o que consistia o processo analítico, ou seja, a procura de conhecer a origem dos sintomas psíquicos. Para a Dra. Koch, os afetos psíquicos e sociais podem ter as mesmas origens, mesmos em situações diferentes. A relação de poder entre pai e filho que pode levar ao paciente a atribuir ao médico o poder que conferia aos pais na infância. Indicava, portanto, que a infância poderia ser a gênese para entender processos mentais neuróticos, por exemplo, como ela mesmo diz: | ||
“Os atos de severidade e castigo estimulam na criança impulsos hostis e vingativos que ela, por medo do pai, não pode demonstrar nem descarregar: a dependência e o medo obrigam-na a reprimir tais impulsos hostis que, desta forma, se acumulam na sua psique(...). A neurose é, pois, o resultado da fuga, ou melhor, da defesa do indivíduo contra os perigos da vida impulsiva, e esta defesa começa na infância”. (KOCH, 1945, p. 459) | “Os atos de severidade e castigo estimulam na criança impulsos hostis e vingativos que ela, por medo do pai, não pode demonstrar nem descarregar: a dependência e o medo obrigam-na a reprimir tais impulsos hostis que, desta forma, se acumulam na sua psique (...). A neurose é, pois, o resultado da fuga, ou melhor, da defesa do indivíduo contra os perigos da vida impulsiva, e esta defesa começa na infância”. (KOCH, 1945, p. 459) | ||
==Críticas== | ==Críticas== | ||
O surgimento da psicanálise no Brasil | O surgimento da psicanálise no Brasil passou por diversos entraves no meio acadêmico, dificultando o processo de reconhecimento da psicanálise como uma ciência. Foi preciso muito empenho e divulgação científica para que o movimento atraísse força, e ainda assim, durante o período entre 1910 a 1940, permaneceu discriminado pelas instituições renomadas do Estado. A tentativa de que a psicanálise fosse reconhecida pela Faculdade de Medicina foi falha e um clima crescente de hostilidade e marginalização era notório. | ||
Durval Marcondes tentou reverter esse cenário contatando a IPA para que mandasse ao Brasil uma psicanalista-didata, com o intuito de alavancar as pesquisas aqui no país e atender uma demanda que estava em falta. Em 1936 | [http://wiki.historiadapsicologia.com.br/index.php?title=Durval_Marcondes Durval Marcondes] tentou reverter esse cenário contatando a IPA para que mandasse ao Brasil uma psicanalista-didata, com o intuito de alavancar as pesquisas aqui no país e atender uma demanda que estava em falta. Em 1936, a psicanalista alemã Adelheid Koch chega ao Brasil e passa a atuar junto com [http://wiki.historiadapsicologia.com.br/index.php?title=Durval_Marcondes Durval] na institucionalização da psicanálise no Brasil. | ||
==Discípulos/Seguidores/Quem influenciou== | ==Discípulos/Seguidores/Quem influenciou== | ||
Adelheid Koch trabalhou como assistente de Durval Marcondes na cadeira de psicanálise na Escola de Sociologia e Política no período entre 1939 e 1941, convidada a contribuir com o Instituto de higiene mental público, e no meio tempo foi desenvolvendo os seus estudos sobre psicanálise e aprendendo sobre a cultura e língua brasileira. Por essa ótica, as produções de Adelheid apresentam grande respaldo e influência das obras freudianas, | Adelheid Koch trabalhou como assistente de [http://wiki.historiadapsicologia.com.br/index.php?title=Durval_Marcondes Durval Marcondes] na cadeira de psicanálise na Escola de Sociologia e Política no período entre 1939 e 1941, convidada a contribuir com o Instituto de higiene mental público, e no meio tempo foi desenvolvendo os seus estudos sobre psicanálise e aprendendo sobre a cultura e língua brasileira. Por essa ótica, as produções de Adelheid apresentam grande respaldo e influência das obras freudianas, utilizadas em suas pesquisas na área da psicanálise infantil. | ||
Em sua posição de analista, Adelheid ensinou aos seus analisandos conhecimentos de psicanálise, propiciando um espaço de debate em que todos podiam manifestar suas opiniões, sendo muito querida pelos que a rodeavam e conhecida por sua personalidade amável e imponente. Seus primeiros seguidores foram Flávio Diaz e Virgínia Bicudo, na qual se destacou posteriormente como uma analista eminente em um meio extremamente misógino e por ter estreado o divã da doutora Adelheid Koch, em 1937. Seguidamente, Darcy Uchôa, Durval, Lygia Amaral, Isaías Melshon, Ferrão, Judith Andreucci uniram-se ao grupo. Logo, A | Em sua posição de analista, Adelheid ensinou aos seus analisandos conhecimentos de psicanálise, propiciando um espaço de debate em que todos podiam manifestar suas opiniões, sendo muito querida pelos que a rodeavam e conhecida por sua personalidade amável e imponente. Seus primeiros seguidores foram Flávio Diaz e [[Virgínia Bicudo]], na qual se destacou posteriormente como uma analista eminente em um meio extremamente misógino e por ter estreado o divã da doutora Adelheid Koch, em 1937. Seguidamente, Darcy Uchôa, Durval, Lygia Amaral, Isaías Melshon, Ferrão, Judith Andreucci uniram-se ao grupo. Logo, A Dra. Koch influenciou um contingente de novos emergentes da psicanálise com seus trabalhos, os quais constituíram o primeiro grupo de psicanalistas brasileiros. O seu trabalho recebeu apoio do jornalista e empresário do José Nabantino Ramos, do grupo Folha, e Adelheid buscou a associação psicanalítica internacional (IPA) em busca da efetivação e prestígio da sociedade paulista. | ||
==Obras== | ==Obras== | ||
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Adelheid Koch deixou poucos escritos e obras em seu acervo, porém, como analista-didata, produziu diversos seminários, aulas e artigos, entre eles: | Adelheid Koch deixou poucos escritos e obras em seu acervo, porém, como analista-didata, produziu diversos seminários, aulas e artigos, entre eles: | ||
* Análise de resistência numa neurose narcísica - 1935 | *Análise de resistência numa neurose narcísica - 1935 | ||
* Elementos básicos da terapia psicanalítica – 1945 | *Elementos básicos da terapia psicanalítica – 1945 | ||
* Omnipotence and sublimation – 1956 | *Omnipotence and sublimation – 1956 | ||
==Relação com outros personagens ou teorias== | ==Relação com outros personagens ou teorias== | ||
* Flávio Dias | *Flávio Dias | ||
* Darcy de Mendonça Uchôa | *Darcy de Mendonça Uchôa | ||
* Virgínia L. Bicudo | *Virgínia L. Bicudo | ||
* Durval Marcondes | *[http://wiki.historiadapsicologia.com.br/index.php?title=Durval_Marcondes Durval Marcondes] | ||
* Lygia Amaral | *Lygia Amaral | ||
* Isaías Melsohn | *Isaías Melsohn | ||
* Frank J. Philips | *Frank J. Philips | ||
* Otto Fenichel | *Otto Fenichel | ||
==Ver também== | ==Ver também== | ||
* [http://wiki.historiadapsicologia.com.br/index.php?title=Durval_Marcondes Durval Marcondes] | *[http://wiki.historiadapsicologia.com.br/index.php?title=Durval_Marcondes Durval Marcondes] | ||
* [http://wiki.historiadapsicologia.com.br/index.php?title=Virg%C3%ADnia_Bicudo Virgínia Bicudo] | *[http://wiki.historiadapsicologia.com.br/index.php?title=Virg%C3%ADnia_Bicudo Virgínia Bicudo] | ||
==Referências== | ==Referências== | ||
# GALVÃO, LUIZ DE ALMEIDA PRADO. Notas para a história da psicanálise em São Paulo. Revista Brasileira de Psicanálise, v. 50, n. 1, p. 28–43, 2016. | #GALVÃO, LUIZ DE ALMEIDA PRADO. Notas para a história da psicanálise em São Paulo. Revista Brasileira de Psicanálise, v. 50, n. 1, p. 28–43, 2016. | ||
# GOMES, Maria; BICUDO, Virgínia; TEPERMAN, Maria; et al. Uma história brasileira 1. JORNAL de PSICANÁLISE, v. 46, n. 85, p. 209–229, 2013. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/pdf/jp/v46n85/v46n85a19.pdf>. | #GOMES, Maria; BICUDO, Virgínia; TEPERMAN, Maria; et al. Uma história brasileira 1. JORNAL de PSICANÁLISE, v. 46, n. 85, p. 209–229, 2013. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/pdf/jp/v46n85/v46n85a19.pdf>. | ||
# KOCK, A. Elementos básicos da terapia psicanalítica. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, v. 3, n. 4, p. 458–466, dez. 1945. | #KOCK, A. Elementos básicos da terapia psicanalítica. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, v. 3, n. 4, p. 458–466, dez. 1945. | ||
# NOSEK, Leopold. Álbum de família: imagens, fontes e idéias da psicanálise em São Paulo. Casa do Psicólogo, 1994. | #NOSEK, Leopold. Álbum de família: imagens, fontes e idéias da psicanálise em São Paulo. Casa do Psicólogo, 1994. | ||
==Autoria== | ==Autoria== | ||
Verbete criado inicialmente por Marina Toledo, Rebeca Goifman e Sophie Prado, como exigência parcial para disciplina de História da Psicologia da UFF de Rio das Ostras. Criado em 2021.2, publicado em 2021.2. | Verbete criado inicialmente por Marina Toledo, Rebeca Goifman e Sophie Prado, como exigência parcial para disciplina de História da Psicologia da UFF de Rio das Ostras. Criado em 2021.2, publicado em 2021.2. | ||
[[Categoria:Personagens]] | [[Categoria:Personagens]] |
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