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=== Primeiros anos === | === Primeiros anos === | ||
Nascido em Danzig, Prússia (atual Gdansk, Polônia) em 1º de junho de 1863, Hugo Münsterberg era um germano-americano que veio de uma família judaica amante da arte e com tradições de viagens anuais. Por causa de sua família, Hugo Münsterberg foi influenciado desde jovem a seguir o caminho da arte, como a música e a literatura. Era filho de pai comerciante e mãe artista, que trabalhava e cuidava de seus quatro filhos: Otto, Emil, Hugo e Oscar. Infelizmente, a mãe de Hugo, Anna Münsterberg, morreu quando ele ainda possuía apenas 12 anos de idade; e seu pai, Moritz Münsterberg, faleceu em 1881. | Nascido em Danzig, Prússia (atual Gdansk, Polônia) em 1º de junho de 1863, Hugo Münsterberg era um germano-americano que veio de uma família judaica amante da arte e com tradições de viagens anuais. Por causa de sua família, Hugo Münsterberg foi influenciado desde jovem a seguir o caminho da arte, como a música e a literatura. Era filho de pai comerciante e mãe artista, que trabalhava e cuidava de seus quatro filhos: Otto, Emil, Hugo e Oscar. Infelizmente, a mãe de Hugo, Anna Münsterberg, morreu quando ele ainda possuía apenas 12 anos de idade; e seu pai, Moritz Münsterberg, faleceu em 1881. Hugo foi bastante estimulado intelectualmente: aprendeu a escrever poesias e a tocar violoncelo antes de seguir carreira no ramo da psicologia. Aos 14 anos escreveu músicas e aos 15 anos publicou uma série de poemas sob o nome “Hugo Terber”. | ||
=== Vida e carreira === | |||
Hugo foi bastante estimulado intelectualmente: aprendeu a escrever poesias e a tocar violoncelo antes de seguir carreira no ramo da psicologia. Aos 14 anos escreveu músicas e aos 15 anos publicou uma série de poemas sob o nome “Hugo Terber”. | |||
=== Vida e | |||
Iniciou a carreira estudando Psicologia Social no ''Gymnasium'' de Danzig, onde se graduou em 1882, e depois demonstrou interesse em medicina. Quando entrou na Universidade de Leipzig, Hugo Münsterberg conheceu [[Wilhelm Wundt]], que o inspirou a manter um maior interesse pela psicologia e o convidou para participar de seu famoso laboratório. | Iniciou a carreira estudando Psicologia Social no ''Gymnasium'' de Danzig, onde se graduou em 1882, e depois demonstrou interesse em medicina. Quando entrou na Universidade de Leipzig, Hugo Münsterberg conheceu [[Wilhelm Wundt]], que o inspirou a manter um maior interesse pela psicologia e o convidou para participar de seu famoso laboratório. | ||
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Durante a Primeira Guerra Mundial a vida de Hugo ficou ainda mais conturbada por conta de sua dupla nacionalidade. Na condição de germano-americano, sentia-se na obrigação de defender sua terra natal mas, ao mesmo tempo, sentia-se obrigado a ser leal aos Estados Unidos. Mesmo defendendo uma melhor relação entre os dois países – o que habitava e aquele em que nasceu – Hugo Münsterberg chegou a ser considerado um suposto espião alemão e, por isso, alguns de seus colegas se desassociaram dele. | Durante a Primeira Guerra Mundial a vida de Hugo ficou ainda mais conturbada por conta de sua dupla nacionalidade. Na condição de germano-americano, sentia-se na obrigação de defender sua terra natal mas, ao mesmo tempo, sentia-se obrigado a ser leal aos Estados Unidos. Mesmo defendendo uma melhor relação entre os dois países – o que habitava e aquele em que nasceu – Hugo Münsterberg chegou a ser considerado um suposto espião alemão e, por isso, alguns de seus colegas se desassociaram dele. | ||
Hugo Münsterberg foi recrutado pelo famoso psicólogo americano [[William James]] para assumir um cargo de liderança no laboratório experimental de Harvard, em Cambridge, Massachusetts, EUA. Apesar de aceitar o cargo de três anos, Hugo voltou para a Alemanha em 1895 pois tinha dúvidas sobre abandonar permanentemente seu país natal, além de outras questões sobre moradia nos EUA. Voltou para a América em 1897 e passou o resto de sua carreira sendo professor da Universidade que o recrutou | Hugo Münsterberg foi recrutado pelo famoso psicólogo americano [[William James]] para assumir um cargo de liderança no laboratório experimental de Harvard, em Cambridge, Massachusetts, EUA. Apesar de aceitar o cargo de três anos, Hugo voltou para a Alemanha em 1895 pois tinha dúvidas sobre abandonar permanentemente seu país natal, além de outras questões sobre moradia nos EUA. Voltou para a América em 1897 e passou o resto de sua carreira sendo professor da Universidade que o recrutou. E chegou a ser eleito, no ano seguinte, presidente da [[Associação de Psicologia Americana]] (APA). | ||
=== Hugo Münsterberg x Madame Palladino === | === Hugo Münsterberg x Madame Palladino === | ||
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Sobre como a Madame Palladino estaria fingindo fenômenos psíquicos, Münsterberg declarou que em um dos encontros para a avaliação dos fenômenos ditos paranormais, foi perceptível uma “gafe” do ato, onde um truque foi observado, negando assim, todas as declarações de Palladino. De acordo com Hugo Münsterberg (1899, p. 144 apud. SOMMER, 2012, p 32), “As grandes maravilhas dela são nada além de total fraude e engodo; isso não é apenas uma teoria mas um fato provado”. | Sobre como a Madame Palladino estaria fingindo fenômenos psíquicos, Münsterberg declarou que em um dos encontros para a avaliação dos fenômenos ditos paranormais, foi perceptível uma “gafe” do ato, onde um truque foi observado, negando assim, todas as declarações de Palladino. De acordo com Hugo Münsterberg (1899, p. 144 apud. SOMMER, 2012, p 32), “As grandes maravilhas dela são nada além de total fraude e engodo; isso não é apenas uma teoria mas um fato provado”. | ||
=== Anos | === Anos finais === | ||
Em 1910 atuou como um professor “emprestado” de Harvard para a Universidade de Berlim e, durante esse período criou o Amerika-Institut, uma instituição não-universitária que tinha objetivo fornecer informações científicas sobre os estudos americanos. Depois disso, seguiu sua vida sendo professor de Harvard. | Em 1910 atuou como um professor “emprestado” de Harvard para a Universidade de Berlim e, durante esse período criou o Amerika-Institut, uma instituição não-universitária que tinha como objetivo fornecer informações científicas sobre os estudos americanos. Depois disso, seguiu sua vida sendo professor de Harvard. | ||
Münsterberg morreu subitamente enquanto estava uma aula em 1916. Posteriormente foi divulgado que sua morte repentina ocorreu devido uma grande hemorragia cerebral. | Münsterberg morreu subitamente enquanto estava lecionando uma aula em 1916. Posteriormente foi divulgado que sua morte repentina ocorreu devido uma grande hemorragia cerebral. | ||
== Contribuições == | == Contribuições == | ||
Em 1920, a Psicologia Industrial foi estabelecida como ramo importante da administração de empresas graças à contribuição advinda principalmente do livro '' | Em 1920, a Psicologia Industrial foi estabelecida como ramo importante da administração de empresas graças à contribuição advinda principalmente do livro “''Psychology and Industrial Efficiency''" que sugeriu o ato de contratar como algo mais afunilado, buscando os trabalhadores com certos tipos de habilidades e personalidades específicas que geram mais motivação e eficiência em determinado setor. Ainda no tema da orientação profissional, sua outra obra “''Vocation and Learning''” foi a responsável por exercer enorme influência em testes vocacionais até os dias de hoje. | ||
Além da atividade laboral, outra enorme contribuição de Hugo Münsterberg foi para com a criação da Psicologia Forense. O livro '' | Além da atividade laboral, outra enorme contribuição de Hugo Münsterberg foi para com a criação da Psicologia Forense. O livro “''On the Witness Stand''” detalha como fatores psicológicos podem afetar o resultado de um julgamento. Além disso, nesta obra o psicólogo determinou como descobrir a credibilidade de provas, desenvolveu perfis de criminosos, discutiu confissões falsas, testemunhos oculares e interrogatórios, dentre outros trabalhos desenvolvidos. | ||
A paixão pela arte não se extinguiu de sua vida, e em 1916, pouco tempo antes de falecer, lançou seu último livro intitulado '' | A paixão pela arte não se extinguiu de sua vida, e em 1916, pouco tempo antes de falecer, lançou seu último livro intitulado “''The photoplay: a psychological study''”, que ficou conhecido como um dos primeiros exemplos da teoria cinematográfica. O termo usado como título do livro remete a como a cinematografia era pensada antes do emprego do termo “filme”. A obra foi dividida em duas grandes seções: a psicologia e a estética do photoplay, e nesta abordagem, Münsterberg buscou relacionar aspectos psicológicos como memória, atenção, emoção e profundidade com aspectos estéticos como o propósito ou o meio de ocorrência da arte. | ||
== Teoria == | == Teoria == | ||
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== Críticas == | == Críticas == | ||
Embora seja um importante autor, Hugo Münsterberg | Embora seja um importante autor, muitas pessoas não gostavam de Hugo Münsterberg devido às suas crenças e personalidade. Com o intuito de reivindicar a psicologia como ciência do comportamento com resultados replicáveis, ele criticou os trabalhos de muitos psicólogos de seu tempo, como o de [[Stanley Hall]] e suas pesquisas com crianças na tentativa de inseri-las no conhecimento científico. Argumentava que as pesquisas não eram feitas por psicólogos especialistas na área, mas sim por professores, o que tornava os resultados questionáveis. | ||
Em 1887, ainda na Alemanha, o recém doutor e médico recebeu uma oportunidade de dar aula na Universidade de Freiburg, no estado de Brigoslóvia, e durante este período publicou um livreto intitulado '' | Em 1887, ainda na Alemanha, o recém doutor e médico recebeu uma oportunidade de dar aula na Universidade de Freiburg, no estado de Brigoslóvia, e durante este período publicou um livreto intitulado “''Activity of the Will''”, que não foi elogiada por Wundt, seu antigo tutor. Edward Titchner, outro pupilo do pai da psicologia moderna, chegou a escrever que Münsterberg deveria ser mais preciso ao escrever. Porém, a discordância de Wundt para com o alemão não era mera questão gramatical, mas sim de crenças. Enquanto que para Wundt a psicologia deveria ser uma ciência “pura” e desvinculada de aplicações práticas, Münsterberg dava crédito à teoria do comportamento de William James, defendendo acima de tudo as aplicações práticas como possibilidade para a ciência. Foram estas ideias aliadas a uma extensa bibliografia e sua influência resultante que o fez ser conhecido como o pioneiro da psicologia aplicada. | ||
Além de discussões com figurões da psicologia, Münsterberg também foi duramente criticado durante o período da Primeira Guerra Mundial. No fim de sua carreira e alguns anos antes de morrer, seu lado alemão falou mais alto e o autor frequentemente defendeu seu país de nascimento nas discussões acerca do tema. Já definido como “o mais odiado psicólogo entre os americanos”, seu papel como um autodeclarado defensor alemão durante este período o fez alvo de desdém em Harvard em seus últimos anos de vida, e talvez estas ações sejam algumas causas que expliquem o porquê seu importante legado foi deixado de lado durante o século XX, e consequentemente negligenciado nos anos seguintes. | Além de discussões com figurões da psicologia, Münsterberg também foi duramente criticado durante o período da Primeira Guerra Mundial. No fim de sua carreira e alguns anos antes de morrer, seu lado alemão falou mais alto e o autor frequentemente defendeu seu país de nascimento nas discussões acerca do tema. Já definido como “o mais odiado psicólogo entre os americanos”, seu papel como um autodeclarado defensor alemão durante este período o fez alvo de desdém em Harvard em seus últimos anos de vida, e talvez estas ações sejam algumas causas que expliquem o porquê seu importante legado foi deixado de lado durante o século XX, e consequentemente negligenciado nos anos seguintes. | ||
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* Em 16 de dezembro de 1916, Hugo Münsterberg morreu em Cambridge, Massachusetts, EUA. | * Em 16 de dezembro de 1916, Hugo Münsterberg morreu em Cambridge, Massachusetts, EUA. | ||
== Discípulos == | == Discípulos/Seguidores/Quem influenciou == | ||
Apesar de seu comportamento por vezes machista e de seus posicionamentos pró-Alemanha durante a Primeira Guerra, Hugo Münsterberg influenciou e inspirou o trabalho de diversos estudantes. Ele estava aberto a receber aqueles que se dispunham ao aprendizado sobre os novos métodos da psicologia experimental. Ironicamente, alguns destes estudantes possuíam ambições ditas “feministas” para sua época. Mesmo assim, mantinham relações cordiais e amigáveis com seu professor. A influência de Münsterberg no trabalho de seus discípulos atingiu diversas áreas, como a psicologia da beleza, a teoria do par associado, o conceito do ponto de vista duplo, e a invenção do polígrafo. Três de seus seguidores serão apresentados abaixo. | Apesar de seu comportamento por vezes machista e de seus posicionamentos pró-Alemanha durante a Primeira Guerra, Hugo Münsterberg influenciou e inspirou o trabalho de diversos estudantes. Ele estava aberto a receber aqueles que se dispunham ao aprendizado sobre os novos métodos da psicologia experimental. Ironicamente, alguns destes estudantes possuíam ambições ditas “feministas” para sua época. Mesmo assim, mantinham relações cordiais e amigáveis com seu professor. A influência de Münsterberg no trabalho de seus discípulos atingiu diversas áreas, como a psicologia da beleza, a teoria do par associado, o conceito do ponto de vista duplo, e a invenção do polígrafo. Três de seus seguidores serão apresentados abaixo. | ||
[[Mary Whiton Calkins]] (1863-1930) foi uma de suas discípulas. Estudante de Psicologia em Harvard, considerava Münsterberg como um de seus mais excepcionais professores (ao lado de William James e Edmund Sanford). Ela trabalhou com ele durante três anos no Laboratório de Psicologia Dane Hall, onde focou em experimentos sobre a teoria do par associado (a qual inventou, sob influência direta de Hugo). A relação dos dois era de admiração mútua, tanto que Münsterberg inquiriu seus colegas professores e o presidente da Universidade para que ela fosse admitida para o PhD (que na época não era concedido às mulheres). Apesar do PhD ter sido recusado, Calkins terminou seus estudos com sucesso. Ela teve uma carreira proeminente como psicóloga e educadora. Hugo a reconheceu como uma aluna ilustre. Suas contribuições para a psicologia incluem a invenção da técnica do par associado para a memória da aprendizagem, e o desenvolvimento da denominada '' | [[Mary Whiton Calkins]] (1863-1930) foi uma de suas discípulas. Estudante de Psicologia em Harvard, considerava Münsterberg como um de seus mais excepcionais professores (ao lado de William James e Edmund Sanford). Ela trabalhou com ele durante três anos no Laboratório de Psicologia Dane Hall, onde focou em experimentos sobre a teoria do par associado (a qual inventou, sob influência direta de Hugo). A relação dos dois era de admiração mútua, tanto que Münsterberg inquiriu seus colegas professores e o presidente da Universidade para que ela fosse admitida para o PhD (que na época não era concedido às mulheres). Apesar do PhD ter sido recusado, Calkins terminou seus estudos com sucesso. Ela teve uma carreira proeminente como psicóloga e educadora. Hugo a reconheceu como uma aluna ilustre. Suas contribuições para a psicologia incluem a invenção da técnica do par associado para a memória da aprendizagem, e o desenvolvimento da denominada “''self-psychology''” (na qual trabalhava com o conceito de ponto de vista duplo). Ela também foi eleita presidente da ''American Psychological Association'', a primeira mulher agraciada com tal honra pela organização. | ||
[[Ethel Puffer Howes]] (1872-1950) também foi uma aluna de Münsterberg, trabalhando em seu laboratório. Sua pesquisa era focada no desenvolvimento de uma “psicologia da beleza”, investigando o papel da simetria na criação de uma controversa “estética mais agradável”. Hugo considerava o trabalho de Puffer tão promissor que a encorajou a buscar uma bolsa pela ''Association of Collegiate Alumnae (ACA) | [[Ethel Puffer Howes]] (1872-1950) também foi uma aluna de Münsterberg, trabalhando em seu laboratório. Sua pesquisa era focada no desenvolvimento de uma “psicologia da beleza”, investigando o papel da simetria na criação de uma controversa “estética mais agradável”. Hugo considerava o trabalho de Puffer tão promissor que a encorajou a buscar uma bolsa pela ''Association of Collegiate Alumnae'' (ACA), e assim Puffer pôde continuar sua dissertação em Harvard sob a orientação dele. Depois de receber seu diploma, se dedicou à carreira em Psicologia, publicando um livro em 1905 (“''The Psychology of Beauty''”) baseado em suas pesquisas em Estética. Ela creditou Münsterberg pela sua exímia orientação científica e pelas suas teorias, que a influenciaram profundamente. | ||
[[William Moulton Marston]] (1893-1947) foi outro distinto aluno de Hugo Münsterberg em Harvard. O ambicioso jovem psicólogo foi responsável por estender e desenvolver a pesquisa iniciada pelo professor, sobre a detecção científica de mentiras – a qual Marston achava fascinante. Em 1915, trabalhando sob a supervisão de Hugo, William conseguiu comprovar que a falsidade de uma informação poderia ser testada através da medição da pressão arterial sistólica de um suspeito. Em 1921 recebeu seu PhD, e a partir de então, dedicou-se a construir sua reputação como o inventor do detector de mentiras (o polígrafo). Realizou experimentos em espiões suspeitos durante a Primeira Guerra Mundial, e também durante todo o início da década de 1920 dedicou-se à pesquisa empírica da detecção de mentiras. Na segunda metade da década, empenhou-se em desenvolver suas ideias teóricas, publicando em 1926 seu livro '' | [[William Moulton Marston]] (1893-1947) foi outro distinto aluno de Hugo Münsterberg em Harvard.O ambicioso jovem psicólogo foi responsável por estender e desenvolver a pesquisa iniciada pelo professor, sobre a detecção científica de mentiras – a qual Marston achava fascinante. Em 1915, trabalhando sob a supervisão de Hugo, William conseguiu comprovar que a falsidade de uma informação poderia ser testada através da medição da pressão arterial sistólica de um suspeito. Em 1921 recebeu seu PhD, e a partir de então, dedicou-se a construir sua reputação como o inventor do detector de mentiras (o polígrafo). Realizou experimentos em espiões suspeitos durante a Primeira Guerra Mundial, e também durante todo o início da década de 1920 dedicou-se à pesquisa empírica da detecção de mentiras. Na segunda metade da década, empenhou-se em desenvolver suas ideias teóricas, publicando em 1926 seu livro “''The Emotions of Normal People''”, que incluía também uma breve descrição de um teste de personalidade desenvolvido por ele. Além disso, Marston também trabalhou em 1940 como consultor educacional para a Detective Comics Inc (hoje conhecida como DC Comics) e teve participação num acontecimento curioso. Durante esse trabalho, inquietou-se com um assunto: questionou sobre o porquê de ainda não existir uma super-heroína. Charles Gaines, presidente da DC Comics, ficou então intrigado com tal ideia, e respondeu a Marston que poderia criar uma heroína para os livros de história em quadrinhos – tal heroína seria, pois, a hoje renomada “Mulher Maravilha”. | ||
== Principais | == Principais obras == | ||
* [http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraDownload.do?select_action=&co_obra=12719&co_midia=2 On The Witness Stand] (1908); | * [http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraDownload.do?select_action=&co_obra=12719&co_midia=2 On The Witness Stand] (1908) - MÜNSTERBERG, H. On the Witness Stand: Essays On Psychology And Crime. New York: The McClure company, 1908.; | ||
* [https://catalog.hathitrust.org/Record/001280239 Psychology and the Teacher] (1909); | * [https://catalog.hathitrust.org/Record/001280239 Psychology and the Teacher] (1909) - MÜNSTERBERG, H. Psychology and the Teacher. New York: Appleton company, 1916.; | ||
* [https://catalog.hathitrust.org/Record/006556568 American Traits from the Point of View of a German] (1910); | * [https://catalog.hathitrust.org/Record/006556568 American Traits from the Point of View of a German] (1910) - MÜNSTERBERG, H. American Problems From the Point of View of a Psychologist. New York: Moffat, Yard, and company, 1910.; | ||
* [https://www.forgottenbooks.com/pt/download/VocationandLearning_10139397.pdf Vocation and Learning] (1912); | * [https://www.forgottenbooks.com/pt/download/VocationandLearning_10139397.pdf Vocation and Learning] (1912) - MÜNSTERBERG, H. Vocation and Learning. University City, St. Louis, MO: The Peoples University, 1912.; | ||
* [https://www.sips.it/wp-content/uploads/2017/09/Psychology-and-Industrial-Efficiency-by-Hugo-M%C3%BCnsterberg.pdf Psychology and Industrial Efficiency] (1913) | * [https://www.sips.it/wp-content/uploads/2017/09/Psychology-and-Industrial-Efficiency-by-Hugo-M%C3%BCnsterberg.pdf Psychology and Industrial Efficiency] (1913) - MÜNSTERBERG, H. Psychology And Industrial Efficiency. Boston: Houghton Mifflin company, 1913. | ||
* [https://catalog.hathitrust.org/Record/011681579 Psychology and Social Sanity] (1914); | * [https://catalog.hathitrust.org/Record/011681579 Psychology and Social Sanity] (1914) - MÜNSTERBERG, H. Psychology And Social Sanity. London: T.F. Unwin, 1914.; | ||
* [https://archive.org/details/psychologygener02mngoog/page/n12/mode/2up Psychology: General and Applied] | * [https://archive.org/details/psychologygener02mngoog/page/n12/mode/2up Psychology: General and Applied] - MÜNSTERBERG, H. Psychology: General and Applied. New York: Appleton, 1914.; | ||
* [https://www.gutenberg.org/files/15383/15383-h/15383-h.htm#chapter11 The photoplay] (1916). | * [https://www.gutenberg.org/files/15383/15383-h/15383-h.htm#chapter11 The photoplay] (1916) - MÜNSTERBERG, H. The photoplay. New York, London: Appleton and company, 1916. | ||
== Relações com outros personagens ou teorias == | == Relações com outros personagens ou teorias == | ||
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Dois anos mais tarde, o primeiro livro publicado por Münsterberg chamou a atenção do psicólogo americano William James. A obra ''“Activity of the Will”'' possuía similaridades e dava apoio à teoria da emoção de James, o qual depois de conhecê-lo ainda jovem, ficou fascinado por seus notáveis conhecimentos e seu interesse em psicologia aplicada. | Dois anos mais tarde, o primeiro livro publicado por Münsterberg chamou a atenção do psicólogo americano William James. A obra ''“Activity of the Will”'' possuía similaridades e dava apoio à teoria da emoção de James, o qual depois de conhecê-lo ainda jovem, ficou fascinado por seus notáveis conhecimentos e seu interesse em psicologia aplicada. | ||
Sua influência na psicologia clínica, forense e industrial, aliado a seu entusiasmo na aplicação da teoria de maneira prática, já o fez ser comparado a outro psicólogo americano e sua ideia de uso da psicologia: John Watson. Apesar de Watson ter dedicado seus trabalhos à psicologia na publicidade, o grande choque que o americano buscava causar com sua teoria era fazer enxergar o valor prático da ciência, não restrita ao laboratório. Ademais, em um artigo de 1909 intitulado ''"Psychology and the Market"'', Münsterberg sugeriu que a psicologia poderia ser utilizada em uma variedade de aplicações, dentre as quais incluía-se a publicidade. | Sua influência na psicologia clínica, forense e industrial, aliado a seu entusiasmo na aplicação da teoria de maneira prática, já o fez ser comparado a outro psicólogo americano e sua ideia de uso da psicologia: [[John Watson]]. Apesar de Watson ter dedicado seus trabalhos à psicologia na publicidade, o grande choque que o americano buscava causar com sua teoria era fazer enxergar o valor prático da ciência, não restrita ao laboratório. Ademais, em um artigo de 1909 intitulado ''"Psychology and the Market"'', Münsterberg sugeriu que a psicologia poderia ser utilizada em uma variedade de aplicações, dentre as quais incluía-se a publicidade. | ||
== Ver também == | == Ver também == | ||
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* [[Wilhelm Wundt]] | * [[Wilhelm Wundt]] | ||
*[[William James]] | *[[William James]] | ||
*[[Associação de Psicologia Americana|Associação de Psicologia Americana (APA)]] | |||
*[[Stanley Hall]] | |||
*[[Mary Whiton Calkins]] | *[[Mary Whiton Calkins]] | ||
*[[Ethel Puffer Howes]] | *[[Ethel Puffer Howes]] | ||
*[[William Moulton Marston]] | *[[William Moulton Marston]] | ||
*[[John Watson]] | |||
== Referências == | == Referências == | ||
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CHERRY, Kendra'''. Biography of Applied Psychologist Hugo Münsterberg'''. Verywell Mind. Disponível em: <<nowiki>https://www.verywellmind.com/hugo-munsterberg-biography-2795512</nowiki>>. Acesso em: 10 jan. 2022. | CHERRY, Kendra'''. Biography of Applied Psychologist Hugo Münsterberg'''. Verywell Mind. Disponível em: <<nowiki>https://www.verywellmind.com/hugo-munsterberg-biography-2795512</nowiki>>. Acesso em: 10 jan. 2022. | ||
HUGO Münsterberg | '''HUGO Münsterberg''' - Britannica. Online Disponível em: <<nowiki>https://www.britannica.com/science/applied-psychology</nowiki>>. Acesso em: 13 jan. 2022. | ||
'''HUGO Münsterberg.''' Harvard.edu. Disponível em: <<nowiki>https://psychology.fas.harvard.edu/people/hugo-m%C3%BCnsterberg</nowiki>>. Acesso em: 11 jan. 2022. | |||
HULL, Richard T. '''Biography: Hugo Münsterberg.''' American Philosophical Association Centennial Series, p. 269–271, 2013. Disponível em: <<nowiki>https://www.pdcnet.org/apapa/content/apapa_2013_0269_0271_875</nowiki>>. Acesso em: 11 jan. 2022. | HULL, Richard T. '''Biography: Hugo Münsterberg.''' American Philosophical Association Centennial Series, p. 269–271, 2013. Disponível em: <<nowiki>https://www.pdcnet.org/apapa/content/apapa_2013_0269_0271_875</nowiki>>. Acesso em: 11 jan. 2022. | ||
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VIEW. Hugo Münsterberg and Applied Psychology. '''SciHi Blog'''. Disponível em: <<nowiki>http://scihi.org/hugo-munsterberg-applied-psychology/</nowiki>>. Acesso em: 11 jan. 2022. | VIEW. Hugo Münsterberg and Applied Psychology. '''SciHi Blog'''. Disponível em: <<nowiki>http://scihi.org/hugo-munsterberg-applied-psychology/</nowiki>>. Acesso em: 11 jan. 2022. | ||
== Autoria == | == Autoria == | ||
Verbete criado inicialmente por: Isabella Gonzaga, Gabriel Fonte, Anne Nogueira e Alice Vasconcelos, como exigência parcial para a disciplina de Psicologia e História Social do Trabalho da UFF de Rio das Ostras. Revisado por Laina Rizzo da Silva. | Verbete criado inicialmente por: Isabella Gonzaga, Gabriel Fonte, Anne Nogueira e Alice Vasconcelos, como exigência parcial para a disciplina de Psicologia e História Social do Trabalho da UFF de Rio das Ostras. Revisado por Laina Rizzo da Silva. | ||
[[Categoria:Personagens]] | [[Categoria:Personagens]] |
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