William James: mudanças entre as edições

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(Correção na estruturação das seções e subseções)
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Como no seu ensaio sobre Spencer, James explora as relações entre temperamentos e teorias filosóficas. O idealismo, assegura, “será escolhido por um homem de uma constituição emocional, o materialismo, por outro.” O idealismo oferece um senso de intimidade com o universo, o sentimento que enfim eu “sou tudo.” Mas materialistas acham no idealismo uma “atmosfera estreita, fechada e doente” e preferem conceber um incerto, um perigoso e selvagem universo que “não tem respeito pelo nosso ego”. Deixem "as marés fluírem", pensa o materialista, "ainda que fluam sobre nós" (BM 76). James simpatiza tanto com a ideia de que o universo é algo com o que se pode ser íntimo quanto com a ideia de que o universo é selvagem e imprevisível. Se ele critica o idealismo por seu “ar doente”, James critica formas reducionistas de materialismo por negar “nossos maiores poderes íntimos... toda a relevância nos casos universais” (WB 71). A intimidade e a selvageria retratadas nessas filosofias contrastantes respondem às paixões, propensões e poderes nos seres humanos, e a “contenda” dessas duas formas de “temperamento mental”, James prevê, sempre se verá na filosofia (WB 76). Certamente, ela sempre é vista na filosofia de William James.
Como no seu ensaio sobre Spencer, James explora as relações entre temperamentos e teorias filosóficas. O idealismo, assegura, “será escolhido por um homem de uma constituição emocional, o materialismo, por outro.” O idealismo oferece um senso de intimidade com o universo, o sentimento que enfim eu “sou tudo.” Mas materialistas acham no idealismo uma “atmosfera estreita, fechada e doente” e preferem conceber um incerto, um perigoso e selvagem universo que “não tem respeito pelo nosso ego”. Deixem "as marés fluírem", pensa o materialista, "ainda que fluam sobre nós" (BM 76). James simpatiza tanto com a ideia de que o universo é algo com o que se pode ser íntimo quanto com a ideia de que o universo é selvagem e imprevisível. Se ele critica o idealismo por seu “ar doente”, James critica formas reducionistas de materialismo por negar “nossos maiores poderes íntimos... toda a relevância nos casos universais” (WB 71). A intimidade e a selvageria retratadas nessas filosofias contrastantes respondem às paixões, propensões e poderes nos seres humanos, e a “contenda” dessas duas formas de “temperamento mental”, James prevê, sempre se verá na filosofia (WB 76). Certamente, ela sempre é vista na filosofia de William James.


=== 3. The Principles of Psychology ===
== 3. The Principles of Psychology ==
Em 1878, James concordou em escrever um livro texto de psicologia para o editor americano Henry Holt, mas demorou doze anos para produzir o manuscrito e, quando pronto, o descreveu para Hold como “uma massa repugnante, distendida, intumescida, inchada e hidrópica, que atesta apenas dois fatos: 1º, que não existe ciência da psicologia, e 2º, que W. J. era um incapaz” (“The Letters of William James” [As Cartas de William James], ed. Henry James. Boston: Little, Brown, 1926, p. 393–4). Todavia, essas milhares de páginas de psicologia, fisiologia e filosofia provaram ser sua obra-prima, contendo posições de suas ideias filosóficas dominantes em capítulos ricos, com tópicos como “The Stream of Thought,” [O Fluxo de Pensamento], “The Consciousness of Self” [A Consciência de Si], “Emotion” [Emoção], “Will” [Vontade], entre muitos outros.
Em 1878, James concordou em escrever um livro texto de psicologia para o editor americano Henry Holt, mas demorou doze anos para produzir o manuscrito e, quando pronto, o descreveu para Hold como “uma massa repugnante, distendida, intumescida, inchada e hidrópica, que atesta apenas dois fatos: 1º, que não existe ciência da psicologia, e 2º, que W. J. era um incapaz” (“The Letters of William James” [As Cartas de William James], ed. Henry James. Boston: Little, Brown, 1926, p. 393–4). Todavia, essas milhares de páginas de psicologia, fisiologia e filosofia provaram ser sua obra-prima, contendo posições de suas ideias filosóficas dominantes em capítulos ricos, com tópicos como “The Stream of Thought,” [O Fluxo de Pensamento], “The Consciousness of Self” [A Consciência de Si], “Emotion” [Emoção], “Will” [Vontade], entre muitos outros.


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O capítulo “Will” [Vontade] também contém passagens marcantes que antecipam as preocupações de “The Varieties of Religious Experience” [As Variedades da Experiência Religiosa]:  sobre humores, “mudanças no coração” e “despertar da consciência”. Esses, James observa, podem afetar “toda a escala de valores nossos motivos e impulsos” (PP 1140).
O capítulo “Will” [Vontade] também contém passagens marcantes que antecipam as preocupações de “The Varieties of Religious Experience” [As Variedades da Experiência Religiosa]:  sobre humores, “mudanças no coração” e “despertar da consciência”. Esses, James observa, podem afetar “toda a escala de valores nossos motivos e impulsos” (PP 1140).


=== 4. Ensaios sobre Filosofia Popular ===
== 4. Ensaios sobre Filosofia Popular ==
A influente e popular obra “The Will to Believe and Other Essays in Popular Philosophy” [A Vontade de Acreditar e Outros Ensaios em Filosofia Popular], publicado em 1897, contém trabalhos dos dezenove anos anteriores, incluindo “The Sentiment of Rationality” [O Sentimento de Racionalidade], “The Dilemma of Determinism” [O Dilema do Determininsmo], “Great Men and Their Environment” [Grandes Homens e seus Ambientes] e “The Moral Philosopher and the Moral Life” [O Filósofo Moral e a Vida Moral]. O ensaio título - publicado dois anos antes - provou ser controverso por parecer recomendar crenças irresponsáveis ou irracionalmente sustentadas. Posteriormente, James escreveu que ele deveria ter chamado o estudo de “The Right to Belive” [O Direito de Acreditar], para indicar seu intuito de ''justificar'' a manutenção da crença em certas circunstâncias, não alegando que podemos (ou devemos) acreditar nas coisas simplesmente por um ato de vontade.  
A influente e popular obra “The Will to Believe and Other Essays in Popular Philosophy” [A Vontade de Acreditar e Outros Ensaios em Filosofia Popular], publicado em 1897, contém trabalhos dos dezenove anos anteriores, incluindo “The Sentiment of Rationality” [O Sentimento de Racionalidade], “The Dilemma of Determinism” [O Dilema do Determininsmo], “Great Men and Their Environment” [Grandes Homens e seus Ambientes] e “The Moral Philosopher and the Moral Life” [O Filósofo Moral e a Vida Moral]. O ensaio título - publicado dois anos antes - provou ser controverso por parecer recomendar crenças irresponsáveis ou irracionalmente sustentadas. Posteriormente, James escreveu que ele deveria ter chamado o estudo de “The Right to Belive” [O Direito de Acreditar], para indicar seu intuito de ''justificar'' a manutenção da crença em certas circunstâncias, não alegando que podemos (ou devemos) acreditar nas coisas simplesmente por um ato de vontade.  


Linha 115: Linha 115:
Embora “On a Certain Blindness” seja sobre tolerar e apreciar diferentes pontos de vista, James estabelece seu próprio ponto de vista romântico na sua escolha de heróis em seu trabalho: Wordsworth e Shelley, Emerson, e W. H. Hudson, todos aqueles que se diz terem um senso do “significado limitado das coisas naturais” (TT 244). Mesmo na cidade, onde há "significado e importância insondáveis” (TT 254) nos eventos cotidianos nas ruas, rios e multidões. James louva Walt Whitman, um “velho vadio” por saber como lucrar com as oportunidades comuns da vida: depois de uma manhã escrevendo e um banho, Whitman anda de ônibus Broadway da 23rd Street até Bowling Green e vice-versa, somente pelo prazer de fazê-lo. “Quem sabe a maior das verdades?”, James pergunta, Whitman em seu ônibus, cheio de alegria que o inspira, ou você, cheio de desdém com a excitação fútil de sua ocupação?” (TT 252). O interesse de James na vida interior dos outros, e em escritores como Tolstoy com quem compartilha seu entendimento dos “fluxos e refluxos misteriosos” (TT 255), leva ele para o prolongado estudo da experiência religiosa humana, a qual ele apresenta na Gifford Lectures em 1901-2, publicadas em “The Varieties of Religious Experience” [As Variedades da Experiência Religiosa] em 1902.
Embora “On a Certain Blindness” seja sobre tolerar e apreciar diferentes pontos de vista, James estabelece seu próprio ponto de vista romântico na sua escolha de heróis em seu trabalho: Wordsworth e Shelley, Emerson, e W. H. Hudson, todos aqueles que se diz terem um senso do “significado limitado das coisas naturais” (TT 244). Mesmo na cidade, onde há "significado e importância insondáveis” (TT 254) nos eventos cotidianos nas ruas, rios e multidões. James louva Walt Whitman, um “velho vadio” por saber como lucrar com as oportunidades comuns da vida: depois de uma manhã escrevendo e um banho, Whitman anda de ônibus Broadway da 23rd Street até Bowling Green e vice-versa, somente pelo prazer de fazê-lo. “Quem sabe a maior das verdades?”, James pergunta, Whitman em seu ônibus, cheio de alegria que o inspira, ou você, cheio de desdém com a excitação fútil de sua ocupação?” (TT 252). O interesse de James na vida interior dos outros, e em escritores como Tolstoy com quem compartilha seu entendimento dos “fluxos e refluxos misteriosos” (TT 255), leva ele para o prolongado estudo da experiência religiosa humana, a qual ele apresenta na Gifford Lectures em 1901-2, publicadas em “The Varieties of Religious Experience” [As Variedades da Experiência Religiosa] em 1902.


=== 5. The Varieties of Religious Experience ===
== 5. The Varieties of Religious Experience ==
Assim como em “The Principles of Psychology” [Princípios de Psicologia], “Varieties” é um “estudo da natureza humana”, como o subtítulo demonstra. Porém, cerca de 500 páginas são apenas metade da dimensão de “The Principles of Psychology” [Princípios de Psicologia], condizente com seu escopo mais restrito, embora seja mais abrangente. Para os estudos de James, essa parte da natureza humana é, ou se relaciona com a experiência religiosa.  Seu interesse não é em instituições religiosas, rituais ou até mesmo ideias religiosas, mas sim em “sentimentos, atos e experiências de indivíduos em sua solidão, até o momento em que eles se aprisionam em uma relação com qualquer coisa que possam considerar divina” (V 31).
Assim como em “The Principles of Psychology” [Princípios de Psicologia], “Varieties” é um “estudo da natureza humana”, como o subtítulo demonstra. Porém, cerca de 500 páginas são apenas metade da dimensão de “The Principles of Psychology” [Princípios de Psicologia], condizente com seu escopo mais restrito, embora seja mais abrangente. Para os estudos de James, essa parte da natureza humana é, ou se relaciona com a experiência religiosa.  Seu interesse não é em instituições religiosas, rituais ou até mesmo ideias religiosas, mas sim em “sentimentos, atos e experiências de indivíduos em sua solidão, até o momento em que eles se aprisionam em uma relação com qualquer coisa que possam considerar divina” (V 31).


Linha 124: Linha 124:
No capítulo intitulado “Philosophy” [Filosofia] - voltado em grande parte ao pragmatismo - e “Conclusions” [Conclusões], James acredita que a experiência religiosa é, em geral, útil, mesmo “dentre as mais importantes funções biológicas dos homens”, mas ele concede crédito à ideia de que isso não faz com que a experiência seja verdadeira. Todavia, James articula sua própria crença - a qual ele não pretende provar - que a experiência religiosa nos conecta com uma realidade melhor, ou mais distante, não acessível nas nossas relações cognitivas no mundo: “Os limites mais profundos do nosso ser, parece para mim, mergulham em uma dimensão diferente da existência sensível e meramente ‘compreensível’ do mundo” (V 515).
No capítulo intitulado “Philosophy” [Filosofia] - voltado em grande parte ao pragmatismo - e “Conclusions” [Conclusões], James acredita que a experiência religiosa é, em geral, útil, mesmo “dentre as mais importantes funções biológicas dos homens”, mas ele concede crédito à ideia de que isso não faz com que a experiência seja verdadeira. Todavia, James articula sua própria crença - a qual ele não pretende provar - que a experiência religiosa nos conecta com uma realidade melhor, ou mais distante, não acessível nas nossas relações cognitivas no mundo: “Os limites mais profundos do nosso ser, parece para mim, mergulham em uma dimensão diferente da existência sensível e meramente ‘compreensível’ do mundo” (V 515).


=== 6. Escritos tardios ===
== 6. Escritos tardios ==


==== Pragmatism (1907) ====
=== Pragmatism (1907) ===
O primeiro anúncio do comprometimento de James ao pragmatismo se deu em uma palestra em Berkeley em 1898, intitulada “Philosophical Conceptions and Practical Results” [Concepções Filosóficas e Resultados Práticos]. Fontes tardias de “Pragmatism” foram palestras na Wellesley College em 1905, no Instituto Lowell e na Columbia University, em 1906 e 1907. O pragmatismo emerge nos livros de James como seis aspectos: um temperamento filosófico, uma teoria da verdade, uma teoria do significado, uma compreensão holística do conhecimento, uma visão metafísica e um método de resolver disputas filosóficas.
O primeiro anúncio do comprometimento de James ao pragmatismo se deu em uma palestra em Berkeley em 1898, intitulada “Philosophical Conceptions and Practical Results” [Concepções Filosóficas e Resultados Práticos]. Fontes tardias de “Pragmatism” foram palestras na Wellesley College em 1905, no Instituto Lowell e na Columbia University, em 1906 e 1907. O pragmatismo emerge nos livros de James como seis aspectos: um temperamento filosófico, uma teoria da verdade, uma teoria do significado, uma compreensão holística do conhecimento, uma visão metafísica e um método de resolver disputas filosóficas.


Linha 135: Linha 135:
O capítulo “Pragmatism and Humanism” [Pragmatismo e Humanismo] define sua epistemologia voluntarista. “Nós esculpimos tudo”, James afirma, “assim como moldamos constelações para servir nossos propósitos humanos” (P, 100). Todavia, existem “fatores de resistência em toda a experiência de construção da verdade” (P, 117), incluindo não só suas sensações e experiências presentes, mas todo o corpo de nossas crenças prévias. James não acredita que criamos nossas verdades do nada, nem que a verdade é inteiramente desligada da humanidade. Ele abraça “o princípio humanista: você não pode se colocar à parte da contribuição humana” (P 122). Ele também defende um processo metafísico, afirmando que “para o pragmatismo a realidade ainda está sendo feita”, enquanto para “o racionalismo, a realidade é estática e completa para toda a eternidade” (P 123). O capítulo final de “Pragmatismo”, “Pragmatism and Religion” [Pragmatismo e Religião], segue a linha de James em “Varieties”, atacando o “absolutismo transcendental” por sua noção inverificável de Deus e na defesa de uma “religião moralista e pluralista” (144) baseada na experiência humana. “Nos princípios pragmáticos”, James escreve, “se a hipótese de Deus funciona de maneira satisfatória no mais amplo sentido da palavra, é verdadeira” (143).
O capítulo “Pragmatism and Humanism” [Pragmatismo e Humanismo] define sua epistemologia voluntarista. “Nós esculpimos tudo”, James afirma, “assim como moldamos constelações para servir nossos propósitos humanos” (P, 100). Todavia, existem “fatores de resistência em toda a experiência de construção da verdade” (P, 117), incluindo não só suas sensações e experiências presentes, mas todo o corpo de nossas crenças prévias. James não acredita que criamos nossas verdades do nada, nem que a verdade é inteiramente desligada da humanidade. Ele abraça “o princípio humanista: você não pode se colocar à parte da contribuição humana” (P 122). Ele também defende um processo metafísico, afirmando que “para o pragmatismo a realidade ainda está sendo feita”, enquanto para “o racionalismo, a realidade é estática e completa para toda a eternidade” (P 123). O capítulo final de “Pragmatismo”, “Pragmatism and Religion” [Pragmatismo e Religião], segue a linha de James em “Varieties”, atacando o “absolutismo transcendental” por sua noção inverificável de Deus e na defesa de uma “religião moralista e pluralista” (144) baseada na experiência humana. “Nos princípios pragmáticos”, James escreve, “se a hipótese de Deus funciona de maneira satisfatória no mais amplo sentido da palavra, é verdadeira” (143).


==== A Pluralistic Universe (1909) ====
=== A Pluralistic Universe (1909) ===
Originalmente apresentada em Oxford como um compilado de palestras “On the Present Situation in Philosophy” [Sobre a Situação Presente da Filosofia], James inicia seu livro, assim como em “Pragmatism”, com uma discussão da determinação temperamental de teorias filosóficas, as quais, James coloca que “são tantas visões, formas de sentir todo o impulso… forçado por alguém pelo seu caráter e pela experiência total e, no todo geral, preferido - não há outra palavra confiável - como a melhor atitude de trabalho de alguém” (PU 15). Mantendo que a “visão” de um filósofo é aquilo que é o importante sobre ele (PU 3), James condena o “excesso de tecnicismo e o consequente desânimo dos discípulos mais novos das universidades americanas…” (PU 13).
Originalmente apresentada em Oxford como um compilado de palestras “On the Present Situation in Philosophy” [Sobre a Situação Presente da Filosofia], James inicia seu livro, assim como em “Pragmatism”, com uma discussão da determinação temperamental de teorias filosóficas, as quais, James coloca que “são tantas visões, formas de sentir todo o impulso… forçado por alguém pelo seu caráter e pela experiência total e, no todo geral, preferido - não há outra palavra confiável - como a melhor atitude de trabalho de alguém” (PU 15). Mantendo que a “visão” de um filósofo é aquilo que é o importante sobre ele (PU 3), James condena o “excesso de tecnicismo e o consequente desânimo dos discípulos mais novos das universidades americanas…” (PU 13).


James passa de discussões críticas do idealismo de Josiah Royce e do “intelectualismo vicioso” de Hegel para filósofos aos quais a visão ele admira: Gustav Fechner e Henri Bergson. Ele celebra Fechner por assegurar que “todo o universo está em diferentes espaços e comprimentos de ondas, exclusões e desenvolvimentos, é em todo lugar vivo e consciente” (PU, 70) e ele busca refinar e justificar a ideia de Fechner de que consciências de seres humanos, animais e vegetais, separadas, se fundem em uma “consciência de amplitude ainda maior” (72). James emprega a crítica de Henri Bergson sobre o “intelectualismo” para argumentar que “pulsos concretos de experiência aparecem sem limites definidos aos quais nossos substitutos conceituais são confinados. Eles se entrecruzam continuamente e parecem ser interpenetráveis” (PU 127). James conclui adotando uma posição de que ele tinha estabelecido de maneira provisória em “The Varieties of Religious Experience” [As Variedades da Experiência Religiosa]: de que experiências religiosas “apontam com a probabilidade razoável à continuidade de consciência com um ambiente espiritual mais amplo a partir do qual um homem comum e prudente (que é o único homem que a psicologia científica toma conhecimento) está desconectado” (PU 135). Considerando que em “Pragmatism”, James submete o religioso dentro do pragmático (como mais uma maneira bem-sucedida de trilhar o caminho pelo mundo), em “A Pluralistic Universe” [Um Universo Pluralista], ele sugere que a religiosidade oferece uma relação superior com o universo.  
James passa de discussões críticas do idealismo de Josiah Royce e do “intelectualismo vicioso” de Hegel para filósofos aos quais a visão ele admira: Gustav Fechner e Henri Bergson. Ele celebra Fechner por assegurar que “todo o universo está em diferentes espaços e comprimentos de ondas, exclusões e desenvolvimentos, é em todo lugar vivo e consciente” (PU, 70) e ele busca refinar e justificar a ideia de Fechner de que consciências de seres humanos, animais e vegetais, separadas, se fundem em uma “consciência de amplitude ainda maior” (72). James emprega a crítica de Henri Bergson sobre o “intelectualismo” para argumentar que “pulsos concretos de experiência aparecem sem limites definidos aos quais nossos substitutos conceituais são confinados. Eles se entrecruzam continuamente e parecem ser interpenetráveis” (PU 127). James conclui adotando uma posição de que ele tinha estabelecido de maneira provisória em “The Varieties of Religious Experience” [As Variedades da Experiência Religiosa]: de que experiências religiosas “apontam com a probabilidade razoável à continuidade de consciência com um ambiente espiritual mais amplo a partir do qual um homem comum e prudente (que é o único homem que a psicologia científica toma conhecimento) está desconectado” (PU 135). Considerando que em “Pragmatism”, James submete o religioso dentro do pragmático (como mais uma maneira bem-sucedida de trilhar o caminho pelo mundo), em “A Pluralistic Universe” [Um Universo Pluralista], ele sugere que a religiosidade oferece uma relação superior com o universo.  


==== Essays in Radical Empiricism (1912) ====
=== Essays in Radical Empiricism (1912) ===
Essa coleção ''post-mortem'' inclui os trabalhos inovadores de James em “Pure Experience” [Pura Experiência], publicadas originalmente em 1904-5. A ideia fundamental de James é que a mente e a matéria são dois aspectos de, ou estruturas formadas por, uma coisa mais fundamental - experiência pura - que (apesar de ser chamada de experiência) não é nem mental ou física. A experiência pura, James explica, é “o fluxo imediato de vida que fornece o material para nossa reflexão tardia com suas categorias conceituais… um aquilo que ainda não é definido, embora pronto para ser todos os tipos de o que…” (ERE 46). Esses “o que’s” que podem ser a experiência pura são corpos e mentes, pessoas e objetos, mas isso depende não de uma diferença ontológica entre essas “experiências puras”, mas nas relações nas quais elas entram. Certas sequências de experiências puras constituem objetos, e outras constituem pessoas, mas outras, como por exemplo a percepção de uma cadeira, podem ser as duas, uma constituindo a cadeira e outra, a pessoa. De fato, uma experiência pura pode fazer parte de duas mentes distintas, como James explica em um capítulo denominado “How Two Minds Can Know One Thing” [Como Duas Mentes Podem Saber uma Mesma Coisa].
Essa coleção ''post-mortem'' inclui os trabalhos inovadores de James em “Pure Experience” [Pura Experiência], publicadas originalmente em 1904-5. A ideia fundamental de James é que a mente e a matéria são dois aspectos de, ou estruturas formadas por, uma coisa mais fundamental - experiência pura - que (apesar de ser chamada de experiência) não é nem mental ou física. A experiência pura, James explica, é “o fluxo imediato de vida que fornece o material para nossa reflexão tardia com suas categorias conceituais… um aquilo que ainda não é definido, embora pronto para ser todos os tipos de o que…” (ERE 46). Esses “o que’s” que podem ser a experiência pura são corpos e mentes, pessoas e objetos, mas isso depende não de uma diferença ontológica entre essas “experiências puras”, mas nas relações nas quais elas entram. Certas sequências de experiências puras constituem objetos, e outras constituem pessoas, mas outras, como por exemplo a percepção de uma cadeira, podem ser as duas, uma constituindo a cadeira e outra, a pessoa. De fato, uma experiência pura pode fazer parte de duas mentes distintas, como James explica em um capítulo denominado “How Two Minds Can Know One Thing” [Como Duas Mentes Podem Saber uma Mesma Coisa].


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