Mary Whiton Calkins nasceu no dia 30 de março de 1863 em Hartford, cidade do estado de Connecticut, vindo a  falecer no dia 26 de fevereiro de 1930, aos 67 anos de idade, em Newton, Massachusetts. Tinha como profissão o estudo e disseminação da psicologia e filosofia, vindo a ser professora de ensino superior. Tornou-se a primeira mulher presidente da American Psychological Association e da American Philosophical Association. Sua jornada foi marcada por suas significativas contribuições no estudo sobre os sonhos  e a memória, além de ser conhecida pela elaboração e desenvolvimento de um sistema da psicologia do self. Para além de suas contribuições técnicas e teórico-conceituais na área da psicologia e filosofia, Calkins era uma sufragista, apresentando-se extremamente envolvida e ativa na luta pelos direitos sociais das mulheres, em uma época onde as mesmas pouco o possuíam.

BiografiaEditar

Formação acadêmicaEditar

Ainda no ano de 1880 se mudou com a família para Newton, no estado de Massachusetts, devido a uma oportunidade de emprego para seu pai, o qual era ministro presbiteriano. A família, sendo ela a mais velha de cinco filhos, e, principalmente o pai, sempre foram figuras muito importantes, pois para além do elo familiar de união o futuro de estudos dos filhos (em especial de Mary) eram traçados desde muito cedo.

No ano de 1882, Calkins iniciou seus estudos no Smith College, sendo estudante do segundo ano. No ano seguinte, por conta de algumas implicações familiares envolvendo a morte de uma irmã, ficou sem frequentar a instituição de ensino. Durante esse período afastada, Calkins voltou-se ao estudo do idioma e filosofia grega, através de aulas particulares e por conta própria, o que acabou por intensificar seu interesse nessa área. Além disso, auxiliou no ensino de dois de seus outros irmãos, durante esse período.

Após esse momento afastada da instituição, retornou aos estudos em 1884 para concluir sua formação, voltando-se para o estudo dos clássicos e filosofia. Logo após a sua conclusão, Calkins realizou uma viagem à Europa, juntamente à sua família, onde teve a possibilidade de conhecer diferentes estados, realizar diversas ligações e aprofundar-se no estudo do grego e dos clássicos modernos, áreas de extremo interesse à ela. Ao retornar à Massachusetts, o pai de Calkins, sempre  buscando meios de criar caminhos e traçar  melhores opções para o futuro da filha, marcou uma entrevista com o presidente do Wellesley College, para que Calkins iniciasse um trabalho de tutoria.  Durante o período em que trabalhou nesta instituição exercia funções às quais eram previamente acordadas (tutora), mas eventualmente também assumia o papel de professora. Através do reconhecimento de toda a equipe, incluindo professores do departamento de filosofia, Calkins recebeu o convite para ministrar aulas sobre assuntos referentes à psicologia, que era novidade no currículo do curso de filosofia, além de chefiar esse novo departamento. Esse convite foi prontamente aceito, e Calkins além de ministrar as aulas, voltou-se, por um ano, ao estudo mais aprofundado em psicologia, a fim de criar ferramentas e materiais para guiarem suas aulas.

Calkins encontrou muitas dificuldades em seguir a linha de interesse dentro do ramo da psicologia. Isso pois, ao tentar iniciar estudos em algumas universidades e optar por Harvard, a faculdade não aceitou a entrada de mulheres para o curso de psicologia, permitindo (após cartas de recomendações do pai e do presidente de Wellesley) apenas a participação em algumas palestras. A entrada de Calkins se deu apenas algum tempo depois, após iniciar estudos no Harvard Annex, com o professor Josiah Royce, que insistiu para que Calkins iniciasse o estudo em Harvard, tendo aulas ministradas por William James. Após pressão de James, Royce, presidente de Wellesley e o pai de Mary (o qual realizou uma petição), o presidente de Harvard permitiu que Calkins frequentasse as aulas de maneira regular, criando seus primeiros laços com James, no ano de 1890 . O diploma de Ph.D foi negado por parte da universidade de Harvard (mesmo postumamente), vindo a falecer em 1916 sem o título de Ph.D.

Atuação universitáriaEditar

Calkins e William James estabeleceram um ótimo vínculo, se ajudando em diversas produções. Calkins ainda que impressionada pelas conceituações teóricas e agradecida pelos ensinamentos trocados com James, não via nele um personagem experimentalista para com sua teoria, o que era a área de maior interesse para Calkins. Logo após seus estudos com James, Calkins trabalhou também com Edmund Sanford, que auxiliou futuramente na criação do laboratório de psicologia e de alguns instrumentos de laboratório.

Em 1891, Calkins retornou ao Wellesley, como professora do departamento de filosofia, sendo uma das principais representantes na construção do primeiro laboratório de psicologia experimental em faculdade feminina e um dos onze em todo o país. Após a criação do laboratório, recebeu um grande reconhecimento de toda a comunidade da psicologia e em 1905 deu continuidade aos trabalhos de William James como presidente da Psychological American Association (APA).

Calkins tinha objetivos de se aprofundar na psicologia e oferecer uma ampliação dos conhecimentos prestados pelo laboratório. Dessa  forma, iniciou uma parceria de estudos também com Hugo Münsterberg, que aceitava mulheres em seu programa, em Freiburg, Alemanha, e que Calkins definiu em sua autobiografia como “um homem de aprendizado profundo, alta originalidade e versatilidade impressionante” (CALKINS,1930). Nesse período, de três anos, produziu diversos artigos e desenvolveu algumas de suas teorias, como o estudo da memória.

Após concluir a complementaridade de sua educação, Calkins retornou a Wellesley em 1895, exercendo a atividade de professora de psicologia, vindo a ser também, dois anos depois, professora de filosofia, voltando a ministrar palestras sobre os clássicos e também o grego, sua primeira paixão. Durante todo esse tempo sua produção experimental continuava, dando início ao desenvolvimento da psicologia do Self e a elaboração de artigos e testes.

Produção acadêmicaEditar

Calkins voltou seu estudo à área mais experimental da psicologia, produzindo importantes pensamentos e produção conceituais sobre temáticas referentes aos sonhos, memória e, principalmente, a criação do sistema psicológico nomeado por ela de “psicologia do self”. O primeiro estudo apresentado sobre essa perspectiva do self se deu no ano de 1900, vindo a produzir a partir daí quatro livros e mais de cem artigos discutindo psicologia e filosofia. Dentre os trabalhos mais renomados e discutidos de Calkins estão “Os Problemas Persistentes da Filosofia” , 1907;  “O Self na Psicologia Científica” de 1915; e “O Bom Homem e o Bom”, de 1918.

Luta por direitosEditar

Durante toda a sua jornada profissional e acadêmica, Calkins foi responsável por lutar e explicitar a sua batalha em prol dos direitos das mulheres em uma sociedade que ainda não as enxergava com clareza. Foi responsável por escrever diversos ensaios argumentando que o tratamento diferenciado oferecido entre os diferentes gêneros era “artificial e ilógico, portanto, deveria ser superado” (Haubert, L. E., 2022). Algo que, inevitavelmente, auxiliou para que Calkins permanecesse ávida nessa luta foi o  fato de, oficialmente, nunca ter recebido o título de doutora, pois em sua época Harvard apresentava rígidas políticas referentes à concepção de diplomas para mulheres. (Haubert, L. E., 2022).

ContribuiçõesEditar

Atualmente, Calkins é considerada entre os mais importantes psicólogos da primeira geração americana. Ela estabeleceu um dos primeiros laboratórios psicológicos do país em Wellesley College, publicou 4 livros e mais de 100 artigos em psicologia e filosofia. Além disso, Calkins ficou em 12º em uma lista de 50 mais notáveis psicólogos dos Estados Unidos em 1903.

Sua dissertação foi um estudo experimental de associação de ideias ao qual ela iniciou a técnica dos pares associados no estudo da memória. Ela passou uma grande parte de sua carreira desenvolvendo um sistema de auto psicologia científica, ao qual ela foi ardentemente comprometida. Calkins baseou seu sistema na convicção de que a unidade fundamental do estudo para a psicologia deveria ser a autoconsciência. Ela define psicologia introspectiva personalista como estudo da consciência, funcionamento e experiência dos selves existentes na relação com os outros. Mary Whiton Calkins foi uma notável cientista, estudiosa, presidente da APA e ser humano.

TeoriasEditar

Pesquisa do sonhoEditar

Um dos principais fenômenos estudados por Calkins, em parceria com Edmund Sanford, foi o sonho. Durante seu estudo, foi elaborado um experimento que consistia em acordar em vários momentos no período da noite (através de alarmes pré-estabelecidos) e realizar anotações e gravações sobre a natureza do sonho. O principal objetivo com esse experimento era analisar a relação existente entre o estado do sujeito enquanto está sonhando e o estado do mesmo sujeito durante os períodos de vigília. Calkins chegou a conclusão de que, de fato, existe uma ínfima relação entre o estado de sonho e estado de vigília, trazendo a ideia de que os sonhos assemelham-se aos pensamentos gerados durante os períodos onde o sujeito encontra-se desperto.

Pesquisa da memóriaEditar

Outro fenômeno estudado por Calkins foi o da memória. Foi elaborada uma série de experimentações com o intuito de identificar o quão bem os sujeitos são capazes de se lembrar de determinados itens e situações. Parte do experimento consistia em parear números com cores. Ao indagar os participantes sobre os números, a experimentadora percebeu que a memória era mais efetiva quando o número era pareado repetidas vezes com a mesma cor. Dessa forma, Calkins nomeou esse processo de memorização (pareamento repetitivo) de “método dos associados certos”.

Esse método nomeado por Calkins foi de extrema importância em todo o estudo da memória, sendo ainda a pesquisadora uma das primeiras a trazer para discussão e estudo a “recordação”, buscando entender o funcionamento da memória de curto prazo ou imediata e realizar uma associação a sua importância no processo de aprendizagem.

Psicologia do SelfEditar

Ainda que tenha sido de grande importância na elaboração e estudos sobre os fenômenos de memória e sonho, Calkins ficou muito conhecida por conta das suas contribuições no desenvolvimento de um sistema de Psicologia do Self, desenvolvido em Harvard.

A ideia básica desse sistema, traz consigo a noção de que o "Self'' caracteriza-se como um agente em evolução constante e ativa, agindo sempre mediante algum propósito, nunca de maneira descomedida. Calkins tomava o “Self” como uma unidade básica de estudo em psicologia. Argumenta ainda que em sua composição, o “Self” apresentava uma desmedida diferenciação de características, como aspectos referentes a singularidade e consciência. Calkins achava de suma importância para o meio da psicologia estudar e se aprofundar na relação existente entre o “Self” e o ambiente, buscando identificar os impactos e implicações propiciadas por essa associação.

As descobertas e inquietações propostas por Calkins gerou grande influência em uma significativa porção da psicoterapia moderna, informando e referendando até os dias atuais as práticas psicoterápicas.

CríticasEditar

Mary realizou uma pseudo crítica aos freudianos, dizendo que a linha teórica estava muito implicada no conteúdo referente a manifestação do sonho, buscando geralmente um significado oculto para os mesmos. Ideia essa que ia em desencontro aos achados de Mary, onde a mesma trazia a ideia de que o sonho referendava aspectos do plano consciente, real e concreto.

Calkins também fez parte da controvérsia que surgiu sobre o famoso artigo de John Watson publicado em 1913, na Psychological Bulletin, intitulado "A Psicologia como um Behaviorista a vê" . No artigo, ele argumentou que introspecção não faz parte da psicologia científica. Calkins se opôs à eliminação total da introspecção como um método psicológico, e permaneceu certa de que alguns processos psicológicos poderiam ser estudados apenas pela introspecção. Ela apontou que a introspecção em si mesma é um método para comportamento, especialmente comportamentos complexos como o de imaginar, julgar e raciocinar. No entanto, ela simpatizou com a observação de Watson de que a psicologia se tornou muito distante dos problemas do dia a dia.

Ainda, durante toda a sua trajetória Calkins expressou sua oposição à desigualdade entre os gêneros com base na suposição de diferenças inerentes nas habilidades mentais e intelectuais entre homens e mulheres. No ano de 1902, Calkins estudou em Harvard, mas não era elegível para um diploma da universidade pelo fato de ser mulher, mas a foi oferecido o Ph.D. de Radcliffe, porém ela não aceitou. Ao recusar o Ph.D, Calkins estava afirmando sua convicção sobre a injustiça e o tratamento desigual dos sexos. Sua vida de realizações, apesar da resistência institucional que encontrou ao obter permissão para entrar no trabalho avançado e garantir o grau que sentiu ter ganho corretamente, representa uma resposta elegante à suposição de diferenças mentais em sexos opostos.

Cronologia biográficaEditar

1863: Nasce Mary Whiton Calkins no dia 30 de março em Hartford, Connecticut. 1880: Mary se muda com a família para Newton, Massachusetts, onde ficaria pelo resto da vida.

1882: Entra na Smith College, porém retorna a sua casa no ano seguinte após a morte de sua irmã Maud, período em que estuda grego e ensina seus irmãos mais novos.

1885: Gradua-se na Smith College.

1887: Começa a ensinar no Departamento Grego da Wellesley College.

1888: Após conquistar seu mestrado pela Smith College, é convidada a ensinar psicologia na Wellesley College.

1888: Começa a estudar psicologia e filosofia na Universidade Clark e na Universidade de Harvard.

1890: Começa seu trabalho em psicologia experimental sob orientação do Dr. Edmund Stanford.

1892: Trabalha no Laboratório de Psicologia de Harvard sob a direção de Hugo Munsterberg.

1902: Apesar de completar o trabalho necessário para um doutorado por Harvard, não é concedida o título de doutora, pois a instituição não o garantia às mulheres.

1902: É oferecida um doutorado pela Radcliffe College, mas negou, afirmando que seu trabalho foi feito em Harvard.

1905: Torna-se a primeira mulher presidente da Associação Americana  de Psicologia.

1918: Torna-se a primeira mulher presidente da Associação Americana de Filosofia.

1929: É garantida o título de Professora de Pesquisa pela Wellesley College ao se aposentar.

1929-1930: Descobre uma doença terminal após uma operação.

1930: Morre em 26 de fevereiro, em Newton, Massachusetts.

InfluênciasEditar

Calkins teve como influenciadores em suas teorias Josiah Royce, Edmund Sanford, Hugo Münsterberg e William James, ao qual se diz extremamente grata a esses nomes da psicologia que a ajudaram em seu percurso (CALKINS, 1930).

Enquanto estudava filosofia em Harvard com Josiah Royce, filósofo americano influenciado por William James, Calkins, deu prosseguimento ao idealismo de Royce, o que influenciou em seu conhecimento empírico da psicologia e posteriormente em sua teoria sobre a Psicologia do Self, que se apoiou na teoria do Royce de que os humanos são definidos através da comunicação interpessoal (STRUNK, 1972).

Calkins foi uma das poucas estudantes a iniciarem seus estudos com William James em 1890, tendo como uma de suas principais influências o livro Os Princípios da Psicologia, ao qual proporcionou um senso vívido da concretude da psicologia e da realidade imediata das mentes individuais finitas com seus pensamentos e sensações. A partir desse livro, Calkins impulsionou seus estudos sobre a associação, onde em 1892, publicou em co-participação com James, o artigo "Self and Soul", na Philosophical Review, sendo influenciada pela teoria do Self a partir de James. Esse foi o seu interesse de estudo nos anos seguintes. (CALKINS, 1930).

Ainda em 1890, ano que iniciou seus estudos com James, Calkins entrou para o laboratório com a orientação de Edmund Sanford, um dos primeiros psicólogos norte-americanos e professor na Universidade Clark, em Massachusetts, sendo considerado por Calkins como um professor incomparável por conta de seu conhecimento em relação ao procedimento experimental. Durante esse período, Sanford iniciou a pesquisa com Calkins em relação aos sonhos, o que mais tarde resultou na criação do curso de Psicologia Experimental na Universidade de Wellesley, tendo como abordagem a introspecção sistemática do fenômeno do sonho em consonância com o estímulo constante da sugestão do Sanford (CALKINS, 1930). Anos depois, com a ajuda de Sanford, fundou um dos primeiros Laboratórios de Psicologia em Wellesley, sendo esse o primeiro Laboratório voltado para mulheres (ZEDLER, 1995).

Discípulos/Seguidores/Quem influenciouEditar

Eleanor Gamble (1868-1933), sucessora na direção do Laboratório em Wellesley, onde se tornou coordenadora do Departamento de Filosofia e Psicologia, considerada pela Calkins uma experimentalista incrível, trabalhou junto desta com o objetivo de investigar os pensamentos a partir das experiências de Robert Sessions Woodworth, Bühler e outros. Eleanor Gamble e Calkins contribuíram repetindo com modificações duas investigações de Alfred Lehmann (CALKINS,1930). Com isso, Gamble introduziu seus estudos a partir da integração do estruturalismo de Titchener a da psicologia do Self de Calkins, publicando artigos importantes referentes ao assunto em 1933 na Essentials of Psychology.

Obras/FundaçõesEditar

Em 1892, Calkins começou seu trabalho como pesquisadora acadêmica no campo da psicologia, publicando ao todo 4 livros e mais de 60 artigos. Os tópicos tratados em seus artigos incluem associações, sonhos, formas mentais, sensações, elementos complexos do consciente, emoções, psicologia experimental no Wellesley College, psicologia genética e comparativa, psicologia estrutural e funcional, behaviorismo, teoria da Gestalt e teoria psicanalítica do self (ZEDLER, 1995). Dentre os seus principais livros e artigos estão: 1892: Experimental psychology at Wellesley College 1896: Association: An essay analytic and experimental

1896: Community of ideas of men and women

1888: Sharing the profits

1900: Psychology as science of selves

1901 An introduction to psychology.

1902: Theorien über die empfindung farbiger und farbloser lichter

1905: Der Doppelte Standpunkt in Der Phychologie

1906: A reconciliation between structural and functional psychology

1907: The Persistent Problems of Philosophy

1908: Psychology As Science of Self: I. Is the Self Body or Has it Body?

1909: A first book in psychology

1915: The self in scientific psychology

1918: The Good Man and The Good

1921: The truly psychological behaviorism

Prêmios e reconhecimentosEditar

Calkins inicialmente atuou como filósofa, no entanto, teve uma intensa implicação com a psicologia. A escassez de literatura em psicologia moderna a levou à produção de livros de sua autoria, bem como alguns artigos sobre psicologia, sendo uma das principais representantes na construção do primeiro laboratório de psicologia experimental em uma faculdade feminina, um reconhecimento eminente no campo da Psicologia.

No período de 30 anos (1900 a 1930), considera-se como mais vigoroso no desenvolvimento de estudos na história da psicologia americana, sendo também a fase de atuação de Calkins. Em 1905, deu continuidade aos trabalhos de William James como presidente da Associação Americana de Psicologia, recebeu um doutorado honorário em Letras pela Universidade de Columbia em 1909 e um Doutorado em Direito pelo Smith College em 1910. Em 1916, ela foi para a Universidade de Califórnia como professora especial e dois anos depois foi eleita presidente da Sociedade Filosófica.

Obter um destaque durante esse período exigia um longo esforço, e para uma mulher assumir um papel de liderança na ciência e profissão de psicologia exigia ainda mais empenho para conseguir notoriedade.

Relação com outros personagens ou teoriasEditar

A partir de sua investigação experimental e do seu método técnico de memorização dos pares associado, Calkins influenciou figuras e teve relação com as teorias de Edward Bradford Titchener, ao qual incluiu a teoria em seu Manual de Estudante. O psicólogo George Elias Müller, criticou severamente a técnica de Calkins, logo a refinou e adotou o método Treffermethode. O professor Linus Ward Kline selecionou a técnica dos pares associados como um dos exercícios no livro "Psychology by Experiment" de 1927. Assim como os psicólogos Richard Julius Herrnstein e Edwin Garrigues Boring, que selecionaram o conceito para ser incluído em seu livro "A Source Book in the History of Psychology" publicado em 1965 (CALKINS, 1930; STRUNK, 1972; FURUMOTO, 1980).

Ver tambémEditar

ReferênciasEditar

  1. CALKINS, M.W. (1930).  Autobiography of Mary Whiton Calkins.  In Murchison, Carl [Ed.]. History of Psychology in Autobiography Vol. 1, p. 31-61.  Worcester, MA:  Clark University Press.
  2. HAUBERT, L. E. As Filósofas do Pragmatismo Clássico: uma introdução. Cognitio: Revista de Filosofia, [S. l.], v. 23, n. 1, p. 1-8, 2022.
  3. FURUMOTO, Laurel. Mary Whiton Calkins (1863-1930). Psychology of Women Quarterly, California, EUA, vol 5, n° 1. p. 55-68, set. 1980.
  4. STRUNK, O. The self-psychology of Mary Whiton Calkins. Journal of the history of the behavioral sciences, 8, 196–203. 1972
  5. ZEDLER, Beatrice H. Mary Whiton Calkins (1863-1930). In: WAITHE, Mary Ellen. A history of women philosophers: Contemporary Women Philosophers, 1900-today. 1 ed. Cleveland, EUA, Springer-Science+Business Media, B. V. p. 103-123, 1995.

Links externosEditar

https://www.apa.org/about/governance/president/bio-mary-whiton-calkins

https://feministvoices.com/profiles/eleanor-acheson-mcculloch-gamble

https://psychology.fas.harvard.edu/people/mary-whiton-calkins

https://encenasaudemental.com/personagens/mary-whiton-calkins/

https://feministvoices.com/profiles/mary-whiton-calkins

AutoriaEditar

Verbete criado inicialmente por Ailton Gonçalves Neto, Alessandra Carneiro Guimarães, Maria Flávia De Melo Penna Braga,  Maria Stefany Lima De Moura e Vitória Bom Gomes, como exigência parcial para disciplina de História da Psicologia da UFF de Rio das Ostras. Criado em 2022.2, publicado em 2022.2.